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Publicado em 21/03/2019 as 1:00pm

Doleiros mandaram dinheiro para exterior no esquema de Cabral, diz MPF

Os doleiros Sérgio Guaraciaba Martins Reinas e Nissim Chreim, alvos de mandados de prisão...

Doleiros mandaram dinheiro para exterior no esquema de Cabral, diz MPF Doleiros mandaram dinheiro para exterior no esquema de Cabral, diz MPF

Os doleiros Sérgio Guaraciaba Martins Reinas e Nissim Chreim, alvos de mandados de prisão nesta quarta-feira (20), eram responsáveis pelo envio de dinheiro desviado para o exterior na organização criminosa liderada pelo ex-governador do Rio, Sérgio Cabral. A informação é do procurador da República, Felipe Bogado. A mulher de Nissim, Thania Nazli Battat Chreim, e o filho dele, Jonathan Chahound Chreim, também são alvos da nova etapa da Operação Câmbio, Desligo, iniciada em maio de 2018.

“Eles compunham essa organização criminosa e atuavam enviando dinheiro para o exterior e também trazendo dólares para a entrega em espécie aqui no Brasil para a organização criminosa. Eles operavam o sistema de dólar cabo, que consiste na entrega de reais seja em espécie seja mediante pagamento de boletos ou compensação de cheques com a contraprestação de entrega de dólares lá fora emoffshores que eles indicavam”, informou o procurador. Os quatro são investigados por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e participação na organização criminosa.

Sérgio Reinas foi preso em São Paulo. Os integrantes da família Chreim não foram encontrados e incluídos no sistema nacional de foragidos.

Segundo Bogado, o doleiro Dario Messer era o cabeça da organização e utilizava o esquema "como um banco paralelo que casava operações que tinha um sistema próprio". “Eles [Reinas e Chreim] abasteciam com reais em espécie que acabavam vertendo para pagamento de propinas a políticos e por outro lado promoviam verdadeira evasão de divisas daqueles que precisavam mandar o seu dinheiro obtido ilicitamente do Brasil para o exterior”, afirmou.

Os investigadores da Operação Câmbio, Desligo, extensão da Lava Jato, chegaram a eles por meio das delações de outros doleiros: Vinícius Claret, conhecido como Juca Bala; e Cláudio Barboza, chamado de Tony Juca, que trabalharam com Dario Messer no mercado paralelo de câmbio.

 “A rede de doleiros que nos foi apresentada é bastante extensa. As apurações continuam. Há outros doleiros investigados e, portanto, essa operação não se esgota hoje”, apontou.

A estimativa é que Reinas movimentou R$ 37 milhões e Chreim, US$ 22 milhões. Foram encontrados registros de operações de 2011 a 2016. “São valores estimados porque os sistemas não contemplam todo o período dessa organização criminosa que remonta a década de 80”, revelou.

Presos

De acordo com o procurador, Nissim Chreim era conhecido por movimentações de dólar cabo. A mulher Thania Chreim aparece como beneficiária de offshores, que receberam dólares fora do país, e há indícios de que atuava como operadora do sistema paralelo de câmbio. O filho Jonathan Chreim é investigado por diversas transações com cheques. Ele é alvo de mandado de prisão temporária. Os pedidos de prisão de Sérgio Reinas, Nissin e Thania Chreim são preventivos.

O procurador disse ainda que o casal Chreim fazia constantes viagens entre o Brasil e o Panamá. Desde que a Justiça expediu os mandados de prisão no fim de fevereiro, a Polícia Federal passou a monitorar a movimentação deles. “A Policia Federal acompanhou a movimentação do Nissin e da Thania e confirmou que eles estão no Brasil desde o dia 7 de março com previsão de saída no dia 22 de março, portanto, tivemos um período curto para deflagrar esta operação. Infelizmente não foram encontrados, mas a informação é de que ainda estão no Brasil”.

Caso a família Chreim tenha saído do país, será incluída no alerta vermelho da Interpol.

Fonte: Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro

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