Publicado em 16/05/2019 as 9:00am
Trabalhadores da Petrobras em Montevidéu aprovam greve geral
Os trabalhadores da subsidiária da Petrobras em Montevidéu, Uruguai, decidiram em assembleia...
Os trabalhadores da subsidiária da Petrobras em Montevidéu, Uruguai, decidiram em assembleia geral iniciar uma greve geral, por tempo indeterminado, a partir do dia 27 de maio.
O sindicalista do setor de gás Alejandro Acosta disse que a população não será afetada, uma vez que os serviços básicos de fornecimento de gás e os serviços de emergência serão cobertos por funcionários em regime de plantão. Os demais serviços administrativos, comerciais e de instalações de novos pontos, segundo o sindicalista, ficarão suspensos.
Os trabalhadores querem que todos os postos de trabalho sejam preservados enquanto durar o período de saída da Petrobras do país. Até o momento, o saldo é de 11 demissões, 53 trabalhadores suspensos por 14 dias e uma previsão de outras 30 demissões nos próximos dias.
Dois empregados estão em greve de fome desde o dia 30 de abril. Um terceiro trabalhador, que também estava em greve de fome, teve que ser internado no último fim de semana por orientações médicas. Ele já obteve alta e está em internação domiciliar, em recuperação.
Os 53 trabalhadores suspensos, de acordo com o sindicalista Alejandro Acosta, estão para serem demitidos. "Já nos consideramos despedidos porque os 14 dias de suspensão é o máximo legal para suspender alguém antes de proceder com a demissão. Se somarmos aos 30 postos de trabalho que a Petrobras pretende reduzir, são 94 postos de trabalho afetados, o que é 60% da força de trabalho da empresa. Desfazendo-se desse conjunto de trabalhadores, não se pode levar a cabo o serviço de gás natural de forma correta ao usuário, por mais boa vontade que tenhamos".
Os trabalhadores vêm pressionando a estatal brasileira desde o anúncio de sua intenção de deixar o país, no último dia 26 de abril. A empresa argumenta que suas operações no Uruguai são deficitárias e que está determinada a não continuar acumulando prejuízos.
O sindicalista disse que pedirá uma reunião urgente ao presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, para que ele tome uma atitude sobre o assunto. “Até agora o único ator que não se manifestou foi o Poder Executivo. E a Petrobras apenas aumenta sua escalada de agressividade e de ações contra os trabalhadores e contra os usuários", disse o sindicalista.
A Petrobras é dona das empresas MontevideoGas e Conecta, que prestam os serviços de distribuição de gás na capital e no interior do país, respectivamente.
A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério do Trabalho uruguaio, mas não obteve resposta.
Fonte: Marieta Cazarré - Repórter da Agência Brasil Montevidéu