Publicado em 17/03/2020 as 5:00pm
Indicador Antecedente da Economia caiu em fevereiro
Recuo se deve a incerteza dos impactos do Covid-19, diz pesquisador
O Indicador Antecedente Composto da Economia Brasileira (Iace), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) e pelo The Conference Board (TCB), recuou 0,8% em fevereiro para 119,2 pontos, após atingir o pico da série histórica mês passado.
O Iace é formado por oito componentes econômicos e tem o objetivo de antecipar a direção da economia brasileira no curto prazo. Segundo o Ibre/FGV, seis indicadores contribuíram de forma negativa para o resultado, com a maior influência dada pelo Índice de Expectativas dos Consumidores, que variou 5,8%.
Complementar ao Iace, também foi divulgado hoje (16) o Indicador Coincidente Composto da Economia Brasileira (ICCE), que mede as condições econômicas atuais, caiu 0,6% para 104,1 pontos, no mesmo período.
"A rápida deterioração das expectativas decorrente da grande incerteza acerca dos impactos do Covid-19 sobre a atividade econômica mundial e local afetou a maioria dos componentes do Iace em fevereiro, causando sua queda após três meses de variações positivas", disse, em nota, o pesquisador do FGV/Ibre Paulo Picchetti.
"As próximas leituras do indicador ajudarão a avaliar a extensão do aumento da probabilidade de reversão do ciclo econômico", acrescentou.
O Indicador Antecedente Composto da Economia para o Brasil foi lançado em julho de 2013. Ele permite uma comparação entre os ciclos econômicos do Brasil com os de outros 11 países e regiões: China, Estados Unidos, zona do euro, Austrália, França, Alemanha, Japão, México, Coreia, Espanha e Reino Unido.
Os componentes do Iace são: índices de Expectativas das sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor; Índice de produção física de bens de consumo duráveis; Índice de quantum de exportações; Índice de Termos de troca; Ibovespa; e Taxa referencial de swaps DI pré-fixada - 360 dias.
O ICCE é constituído pelo Índice de produção física da Indústria; Consumo de energia elétrica na indústria; Índice de volume de vendas do comércio varejista; Expedição de papel e papelão ondulado; Número de pessoas ocupadas; e Rendimento médio real do trabalho assalariado.
Fonte: Agência Brasil - Rio de Janeiro.