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Publicado em 9/09/2023 as 7:00am

Educadores de Framingham visitam o Brasil para aprimorar o ensino a estudantes imigrantes

Anualmente, as Escolas Públicas de Framingham, Massachusetts, recebem um fluxo constante de...

Educadores de Framingham visitam o Brasil para aprimorar o ensino a estudantes imigrantes Framingham Public School

Anualmente, as Escolas Públicas de Framingham, Massachusetts, recebem um fluxo constante de novos estudantes vindos do Brasil. A cidade há muito tempo tem sido um ímã para imigrantes brasileiros, e o sistema escolar é a principal porta de entrada cultural para os jovens que chegam aos Estados Unidos.

Com o objetivo de compreender melhor essa população estudantil, o Superintendente das Escolas, Robert Tremblay, e diversos educadores de Framingham visitaram o Brasil durante o verão para conhecer o sistema de educação do país.

"Um dos temas predominantes em nosso plano estratégico é o pertencimento", disse Tremblay em uma recente entrevista ao Daily News. "Parece-me que, considerando o número de estudantes em nosso distrito que vêm do Brasil, o próximo passo no meu envolvimento é entender a experiência de vida de nossos estudantes por meio de um estudo cultural. Eu queria ver se poderia adentrar a comunidade de onde nossos estudantes estão vindo e entender o contexto, compreender raça, cultura, classe, política e tudo o que molda a experiência de nossas famílias."

Tremblay passou um mês no país sul-americano, estudando na Universidade Federal de Minas Gerais como parte de um programa de verão. Ele frequentou palestras em inglês sobre política brasileira, história local, religião, política e outros tópicos, além de ter aulas de português. Tremblay também visitou escolas para observar o sistema educacional brasileiro em ação.

"Fui a escolas públicas, escolas particulares, escolas de formação profissional e universidades, inclusive escolas em favelas — áreas carentes — para entender a formação educacional de alguns de nossos estudantes", explicou ele. "Também me encontrei com executivos da universidade, com a esperança de estabelecer uma parceria futura entre a universidade e as Escolas Públicas de Framingham. Desejamos capacitar nossos educadores com o conhecimento que adquiri e enviar um grupo no próximo verão para visitar as escolas e o Brasil."

Tremblay passou parte significativa de sua viagem sozinho, utilizando o sistema de transporte público do Brasil para se locomover. "Eu queria me colocar em situações que pudessem ser desafiadoras, para vivenciar a experiência de ser um estranho em um lugar desconhecido, sem um domínio significativo da língua", compartilhou ele. "Em questão de quatro semanas, consegui aprender como utilizar o transporte público, como fazer pedidos de comida, como cortar o cabelo — coisas que geralmente não pensamos. Além disso, pude entender como as famílias estão chegando a Framingham."

Tremblay não foi o único educador de Framingham que visitou o Brasil neste verão. Enquanto ele estava lá como parte de uma missão independente, educadores da Cameron Middle School também visitaram o Brasil após receberem uma bolsa de estudos para financiar essa experiência.

Mae Waugh Barrios, professora de línguas na Cameron, foi inspirada por uma viagem anterior de ensino à China em 2012. Interessada em trazer essa experiência para Framingham, o destino lógico seria o Brasil, já que 60% dos alunos da Cameron são falantes nativos ou têm proficiência em português brasileiro.

"Comecei a perguntar ao redor e percebi que, dos 125 professores (e funcionários) da escola, nenhum dos professores não brasileiros havia estado no Brasil", destacou Waugh Barrios. "Comecei a procurar bolsas de estudos que pudessem financiar uma viagem com a equipe da escola ao Brasil, com o objetivo de melhor compreender a cultura de onde muitos de nossos alunos vêm."

Waugh Barrios conseguiu uma bolsa do Fund for Teachers, que cobriu os custos de sua viagem e da de outros quatro colegas, incluindo a diretora da Cameron, Michelle Melick, durante 10 dias. Da mesma forma que Tremblay, o grupo visitou Minas Gerais, examinando diferentes escolas e obtendo uma perspectiva sobre o sistema de ensino brasileiro.

Waugh Barrios disse que, ao conversar com autoridades escolares brasileiras, seu grupo conseguiu compartilhar experiências semelhantes ao educar os alunos.

Além de Waugh Barrios e Melick, a professora de línguas do mundo Katherine Dimitriou, a professora de educação especial Kathleen Boldt e a gerente de avaliação de línguas, Keziah Franca, também participaram da viagem.

"Keziah foi nossa tradutora e guia local durante nossa viagem, e não teria sido possível sem sua ajuda", disse Waugh Barrios. "Ela trabalhou incansavelmente para nos traduzir em todos os momentos, especialmente durante nossas visitas escolares. Ela também facilitou nossas visitas e foi fundamental na criação e execução de todo o nosso itinerário."

Esta experiência educacional transcultural está moldando o modo como Framingham acolhe e ensina seus estudantes imigrantes, criando uma abordagem mais informada e inclusiva para atender às necessidades desses jovens que trazem consigo diversas experiências e culturas.

Fonte: Da redação

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