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Publicado em 21/08/2018 as 8:31am

Instituto lança projeto com livros digitais gratuitos e novas

A partir desta segunda, "O Livro da Selva", de Kipling, abre o projeto e fica disponível para ser baixado.

Instituto lança projeto com livros digitais gratuitos e novas iStock (Imagem ilustrativa)

A pantera Bagheera, o urso Baloo e o menino Mowgli já estão em domínio público há mais de dez anos, pois o escritor Rudyard Kipling morreu em 1936 - e a regra internacional estabelece que, 70 anos depois, a obra deixa de ter direitos autorais.

Está lá para qualquer editora publicar gratuitamente ou, nos tempos atuais, você baixar de graça, caso do Google Books (books.google.com/ googlebooks/about/), que disponibiliza milhões de livros sem cobrar um centavo.

O problema, para nós, é que Bagheera, Baloo e Mowgli falam inglês. "E Pinocchio fala italiano, '20 Mil Léguas Submarinas' está em francês", lembra Ricardo Giasseti, presidente do Instituto Mojo.

As versões já lançadas aqui têm copyright dos tradutores. Por conta disso, ele lança nesta segunda (20) o projeto Domínio ao Público (www.dominio aopublico.org.br), que vai editar novas e modernas traduções desses clássicos estrangeiros e dar os e-books de graça a qualquer um que clicar o link em seu site.

A partir desta segunda, "O Livro da Selva", de Kipling, abre o projeto e fica disponível para ser baixado. No mês que vem e nos seguintes, o Mojo vai lançar "Peter Pan & Wendy", de J.M. Barrie; "O Mágico e a Maravilhosa Terra de Oz", de L. Frank Baum (o primeiro e o segundo livros da série); e "As Aventuras de Alice: no País das Maravilhas e Através do Espelho", de Lewis Carroll (também composta de dois livros). É a coleção Mundos Extraordinários.

"Optamos em iniciar as publicações por obras populares e repetidamente adaptadas para diversas mídias, todas com viés infantojuvenil, como fator de engajamento do projeto e para atender imediatamente ao público de pais e filhos, escolas públicas e particulares e outras instituições", afirma Giasseti, ele mesmo tradutor do primeiro lançamento.

Ele tem experiência de tradução tanto na área de ciência (livros do MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, por exemplo) quanto em gibis para a editora Abril.

"Atualmente, pela lei brasileira, você precisa pedir autorização ou pagar até para ler um livro desses numa sala de aula, por exemplo, por causa dos direitos de tradução. Esperamos que escolas públicas adotem esses livros grátis pois agora eles estarão livres", diz o presidente do Mojo.

Em relação a livros já em domínio público de autores nacionais, ele indica o site do governo www.dominiopublico. gov.br, que traz a obra completa de Machado de Assis e muitos outros escritores.

Agora, o outro lado da moeda. Para bancar o projeto, pagando aos tradutores, editores e ilustradores (as imagens desta página compõem algumas das 16, feitas por Andre Ducci, de abertura de "O Livro da Selva"), o Instituto Mojo está lançando junto com os arquivos gratuitos o Clube do Livro Leitores Extraordinários.

A ideia aqui é reunir um grupo de mil pessoas que compre as edições físicas da coleção, sustentando as edições digitais. Mas é possível também comprar apenas um livro.

Serão exemplares de colecionador, com refinamento editorial e capa dura, a R$ 79,90 cada um. No lançamento, o livro está saindo por R$ 69,90 e, caso o leitor adquira os quatro programados para este ano, fica R$ 54,90 por livro.

Giasseti não vê a transação como venda, e sim como doação: "O Instituto Mojo sobrevive de doações e taxas de associação. A cada mil doações de leitores extraordinários, o instituto se propõe a publicar mais uma obra em domínio público no mesmo formato. Mil doam, 200 milhões leem."

O livro físico chega daqui a um mês, e haverá, no dia 20 de setembro, um evento em local a ser definido para marcar tanto o lançamento de "O Livro da Selva" quanto o do próprio Instituto Mojo.

EDITORAS NÃO COMENTAM

Livros estrangeiros em domínio público são um filão de dinheiro certo para as editoras. As nacionais precisam pagar por traduções, mas não por direitos autorais. Clássicos nunca saem de moda e os que são constantemente adaptados para o cinema, especialmente em versões infantilizadas pela Disney, estão sempre na mídia.

Por isso, obras como "O Livro da Selva", "Alice no País das Maravilhas" ou "Peter Pan" estão no catálogo de diversas editoras atualmente no país. A reportagem contatou quatro das que mais publicam clássicos para comentar a iniciativa dos livros grátis do Instituto Mojo. As respostas:A Companhia das Letras disse que não faria comentários para esta reportagem. A L&PM disse que não tem nada a declarar, "pois apoia todas as iniciativas culturais que visam a formação de leitores, pois todos ganham com isso." A Zahar nem respondeu.

A única que mandou uma resposta foi a Martin Claret: "Nos últimos anos pudemos comprovar que o livro impresso e o digital podem conviver harmonicamente. O objetivo da editora Martin Claret é continuar lançando obras com qualidade literária e gráfica, na certeza de que o interesse pelas obras impressas continuará existindo, já que muitas das pessoas que compram os e-books também adquirem os títulos impressos".

Fonte: IVAN FINOTTI - Com informações da Folhapress

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