Publicado em 9/01/2019 as 2:00pm
Brasileira se destaca em mercado predominantemente masculino em Hollywood
A profissional de efeitos especiais Tatiane Leite, de 36 anos, tem feito história no...
A profissional de efeitos especiais Tatiane Leite, de 36 anos, tem feito história no competitivo mercado cinematográfico de Hollywood. A paulista se mudou para os Estados Unidos em 2012, logo após concluir o mestrado em Engenharia da Computação na Universidade de Campinas, e ingressou na UCLA – Universidade da Califórnia, em Los Angeles, para estudar Entretenimento. “Juntei os conhecimentos técnicos em computação com o lado artístico de efeitos especiais e sonhava em trabalhar em grandes projetos nos maiores estúdios de Hollywood. Eu sempre soube que era um mercado extremamente competitivo. Os departamentos técnicos de efeitos especiais são compostos em sua maioria por homens, e por eu ser mulher e imigrante latino-americana sabia que o desafio seria enorme. Mas minha paixão pela área era tão grande que não deixei isso me intimidar.”, relata Tatiane.
Confiante no objetivo de conquistar seu lugar ao sol na “Meca do Cinema”, Tatiane Leite teve uma ajuda fundamental ao conhecer a espanhola Rosa Farre, supervisora de efeitos especiais de filmes como “Mortal Kombat” e “Batman Eternamente”, e uma das poucas estrangeiras a se destacar no ramo. “A Rosa Farre me deu uma direção a seguir, e me ajudou a criar um portfólio consistente, como exigem os estúdios americanos”, relembra.
As primeiras propostas vieram, e os resultados geraram novos convites. Tatiane Leite já acumula trabalhos em grandes produções hollywoodianas como “Christopher Robin - Um Reencontro Inesquecível”, da Disney, o blockbuster da Marvel, “Homem-Formiga e a Vespa”, e o sexto filme da saga “Missão Impossível - Efeito Fallout”, com Tom Cruise. Tem dedo dela também na nova versão de “O Rei Leão”, da Disney, com previsão de lançamento para 2019. “Eu comemoro cada novo trabalho porque sei da importância desse espaço ser conquistado. Cada degrau que subo abrirá caminho para um mercado mais justo e com oportunidades para todos”, afirma.
Especializada em Processamento de Imagem e Visão Computacional, Tatiane quer inspirar outras mulheres a ingressar nessa carreira. "Muitas mulheres talentosas e com potencial para ingressar em áreas predominantemente masculinas acabam buscando outros rumos por conta das dificuldades. Quero mostrar que é possível uma mulher ocupar qualquer função em todos os setores do mercado cinematográfico. Meu objetivo é me tornar uma grande supervisora de efeitos especiais e montar uma equipe com mais igualdade. Uma equipe que tem diversidade é mais forte e produz resultados mais efetivos, por isso inclusão é a chave mestra em qualquer campo de atuação.", diz.
Em quase 80 anos que a categoria de efeitos especiais entrou para o Oscar, apenas uma mulher levou essa estatueta para casa: Sara Bennett, supervisora de efeitos especiais inglesa, pelo primoroso trabalho em “Ex-Machina - Instinto Artificial”, em 2014. Em 2018, nenhuma mulher foi nominada nessa categoria, mas no que depender dos esforços da brasileira Tatiane Leite, não parece uma missão impossível o Oscar chegar às mãos de uma mulher do Brasil.
Fonte: Redação - Brazilian Times