Coluna Arilda Costa

O talento do artista paranaense Edvaldo Eugênio

Artista paranaense cria estilo próprio e faz releitura de grandes obras

Restaurações, retratos e reproduções de quadros famosos fazem parte do currículo do pintor Edvaldo Eugênio dos Santos, 46. Artista de origem humilde, ele segue trabalhando mesmo com a pandemia de coronavírus, e está aberto a grandes oportunidades.

O pequeno ateliê funciona em casa mesmo, na cidade de Apucarana (PR). As obras são produzidas por encomenda e comercializadas pela internet. “Estou vendendo, devagarinho estou conseguindo”, disse o artista, que afirma não ter sentido diferença com a chegada da pandemia de coronavírus. “Não percebi muita mudança. Vendo de duas a três obras no máximo, em um mês”. A maioria dos clientes de Edvaldo são conhecidos virtuais. “Já vendi para Curitiba, para vários lugares. É assim que funciona”.

Edvaldo, que já trabalhou como letrista, desenhista e caricaturista, costuma dizer que está começando a vida artística. Segundo ele, o museu do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente abriga aproximadamente 10 obras suas. “Tenho convite para restaurar algumas obras lá. Recentemente, restaurei uma obra de Vélazquez”.

Artista do período barroco contemporâneo, Diego Velázquez foi o principal artista da corte do Rei Filipe IV da Espanha. Pintou muitos retratos da família real espanhola e cenas de significado histórico e cultural. Sua obra-prima chama-se Las Meninas.

Ainda de acordo com Edvaldo, ele tem uma obra exposta no Museu do Café em Apucarana e na Faculdade de Apucarana (FAP). “Um rapaz da FAP levou quatro obras minhas para Miami e China. E assim as coisas vão caminhando”. O artista tem ainda um cliente fixo na cidade americana de Boston.

O pintor já andou bastante pelo Brasil. “Quando pegou fogo no meu ateliê, peguei uma pasta e saí pelo mundo. Fui até a Bahia, praias do Paraná. Às vezes eu ficava fazendo caricaturas. Vendi muitos desenhos. As pessoas olhavam, gostavam e compravam. A gente desenhava de dia para comer à noite. A arte era minha passagem para outro lugar”.

Foi a partir da perda do ateliê que o artista decidiu trabalhar só por encomenda. “Você tem um retrato seu, eu faço. Se a pessoa descrever um lugar onde morou, crio a imagem para ela. O material é muito caro e eu estou recomeçando, perdi tudo. Mas vai chegar uma hora em que eu farei minhas criações. O que o cliente pedir, eu faço”.

O artista está começando a criar um estilo próprio. “Gosto daquele retrato clássico, estilo Rembrandt e Caravaggio. Já fiz releituras de Leonardo da Vinci, Michelangelo, Eugène Delacroix. Faço bastante coisa”. Todos os artistas citados por Edvaldo são grandes nomes da história da arte.

Natural de Terra Roxa (PR), Edvaldo largou a lavoura aos 18 anos para perseguir seu sonho. O talento do paranaense foi descoberto pelo dono da FAP. A amizade dos dois proporcionou ao artista o contato com obras de Paul Cézanne e El Greco, outros dois grandes nomes da arte. Informado sobre um concurso de desenho para o pavilhão de computadores da faculdade, Edvaldo não pensou duas vezes. “Ganhei o concurso”. O prêmio foi um curso de pintura em tela.

Depois de seis meses de aula, Edvaldo foi ensinar pintura no Serviço Social do Comércio (SESC). “Trabalhei mais ou menos três anos na região”. O artista é muito grato a FAP. “Me davam espaço durante os intervalos. Fazia trabalhos com spray, arte em azulejos, caricaturas. A FAP me deu oportunidade. Me deram materiais e até uma sala [de aula]”. Mas Edvaldo queria conhecer o Brasil, e decidiu ir embora.

Atualmente ele divulga o trabalho por meio do bom e velho boca a boca. “Um argentino me ligou de Santos, tem umas obras para restaurar. Estou só aguardando

esta pandemia passar para eu ir para lá”. A Baixada Santista é o foco do artista, que não esconde o desejo de conquistar São Paulo capital.

“Fui convidado para uma exposição muito grande no Palácio das Artes em Praia Grande. O diretor me ligou, é em outubro. Vamos ver se eu consigo ir, se esta pandemia der uma acalmada”.

Os contatos com o artista podem ser feitos por meio do perfil Edvaldo Pereira Santos no Facebook, pelo e-mail edvaldoeugeniodossantose@gmail.com e pelo telefone/WhatsApp (43) 99653-3585. A comunidade de compra e venda Mercado Livre comercializa obras do pintor. (Autor: Ângela Maria Schreiber)

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Fonte: Redação - Brazilian Times.