Coluna Wendel Stein

UM CLÁSSICO COMEMORANDO 40 ANOS

Aventura, ação, muitas reviravoltas e um desfecho espetacular em um livro que foi publicado há quatro décadas e de tão atual que, parece ter sido escrito nos dias de hoje. Conheci está obra de Ken Follett apenas em 2018, quando a editora Arqueiro publicou a edição comemorativa de 40 anos. A história me surpreendeu pela sua dinâmica que monta um verdadeiro filme de espionagem em nossa imaginação.

Quando o livro foi lançado em 1978 foi bem recebida pela crítica e alavancou a carreira de Ken Follett para o mercado mundial. O Buraco da Agulha, do original Eye of the Needle, conta a história do espião alemão Henry Faber, pessoa de altíssima confiança de Adolf Hitler.

O ano é 1944, e os aliados estão preparados para libertar os territórios ocupados pela Alemanha, desembarcando na Normandia, na histórica data conhecida como o DIA D. Para que os planos dos aliados funcionem seria preciso enganar Hitler, fazendo-o acreditar que o ataque ocorreria em outro lugar, para isso construíram tanques, aviões e um exército de papelão falsos, mas que seriam extremamente convincentes quando os pilotos alemães os fotografassem.

O espião alemão Faber consegue descobrir a farsa e com provas contundentes. São informações que podem alterar os rumos da Segunda Guerra Mundial. O espião precisa sair da Inglaterra e voltar para a Alemanha, levando consigo as provas para que Hitler descubra as mentiras e possa reorganizar suas defesas. Em meio a disfarces e assassinatos Faber inicia sua jornada, só que ele não está sozinho, agentes do serviço secreto britânico estão em sua procura. Uma das características do espião alemão e que dá nome ao livro, é o punhal que ele usa, que é bem parecido com a ponta de uma agulha, quando perfura suas vítimas, como marca registrada.

Depois de muitas perseguições e aventuras, Faber rouba uma embarcação para concretizar sua fuga, mas graça as uma tempestade acaba parando em uma ilha isolada na costa escocesa. Lá conhece Lucy, que brilha na história, modificando para sempre o papel de uma mulher nos livros de espionagem. Ela é casada com um homem amargurado, depois de um acidente que o fez perder as pernas. Lucy é submissa, infeliz com o casamento e com o isolamento provocado pela ilha. A chegada de Faber é o ponto de ignição para uma série de reviravoltas que mostrará a transformação da mulher vulnerável em uma verdadeira guerreira a altura do poderoso Faber.

Follett é um mestre na arte narrativa, ele consegue ser técnico e popular, construindo personagens humanos e interessantes, com detalhes inesquecíveis, ao mesmo tempo que emenda técnicas de espionagem reais usadas por agentes secretos e espiões de forma bem convincentes.  A variedade de personagens que ele usa na trama é extenso, até lembra Stephen King e a obra brilha pois não toma lado no conflito, apenas na motivação dos personagens.

A obra comemorativa de 40 anos está disponível nas livrarias e lojas virtuais. No papel ela tem 336 páginas, mas que parece menos, tal a rapidez que tenho certeza que as pessoas vão ler, para descobrir o final.

Nota do jornalista: 9.9

Wendell Stein é jornalista, cineasta e escritor profissional. E-mail  wendellstein@me.com

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Fonte: Redação - Brazilian Times.