“Baile Perfumado”, uma aventura diferente pelo cangaço

Pois devia! Além de existir uma variedade incrível de filmes brasileiros disponíveis através das grandes empresas de streaming, como Amazon, Hulu, Netflix, HBO Plus, Globo Play e outros, o site Youtube.com lhes oferece de graça, isto é, sem pagar por assinatura, filmes nacionais de todos os tempos.

Serve até para você se recordar dos modos e da cultura de seu próprio estado, do seu país, de sua própria cidade, da sua lembrança infantil, o que lhe traz a memória dos “good times” vividos entre família e amigos. Que melhor momento como esse para colocar em dia o seu conhecimento sobre a filmografia brasileira, sem deixar de acompanhar sua série favorita?

Para achar filmes brasileiros no Youtube é só digitar: Filmes brasileiros. Vai aparecer uma infinidade de filmes, de comédias a dramas, de históricos a contemporâneos, documentários necessários ao conhecimento de seu próprio país e de repente você vai se deparar com aquele título que você tanto quis assistir um dia e não teve como, se esqueceu dele. Prepare-se para ter uma boa surpresa. Ou várias!

Vou ajudar um pouquinho sugerindo que assistam logo que puderem a um filme-documentário que mostra um lado da história do Capitão Virgulino “Lampião” e Maria Bonita, pelos olhos e fotografias do libanês Benjamim Abraão. Olha que sinopse magnífica. E aposto que você não conhecia: Conta a saga real do libanês Benjamin Abrahão, mascate responsável pelas únicas imagens de Lampião, quando vivia no sertão brasileiro. Amigo íntimo de Padre Cícero, Benjamim mascateava pelo sertão e exercitou seu espírito mercantilista convivendo intimamente com o bando. Infiltrou-se no grupo para colher imagens e vender os registros do famoso criminoso pelo mundo afora.

O filme é Baile Perfumado, de 1996, direção conjunta de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, que deram o primeiro passo para a retomada do cinema pernambucano na década de 90. É reconhecido como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos.

As imagens filmadas pelo libanês foram apreendidas pela ditadura do Estado Novo, e só foram recuperadas no início dos anos 60 pelo cineasta Paulo Gil Soares e seu produtor, Thomas Farkas. O filme utilizou, em sua montagem, cenas filmadas por Benjamin Abrahão, em 1936.

A trilha sonora é assinada por Chico Science e Nação Zumbi, Mestre Ambrósio e outros.

O filme venceu em 3 categorias no Festival de Brasília de 1996: Melhor Filme, Melhor Cenografia e Melhor Ator Coadjuvante (Aramis Trindade).

Então, não perca tempo. Comece a assistir aos filmes brasileiros que você nunca teve (ou pouco teve) tempo para assistir. Aproveita o Abre-Fecha dessa pandemia maluca para, quando estiver em casa, sugerir a família que busquem juntos um filme “nacional” para assistirem. Mas, óh, praqueles que hoje se consideram mais americanos que brazucas, não esperem que a qualidade do filme vai ser aquela que você vê no seu plasma de não sei quantas polegadas enquanto aperta o controle pra lá e prá cá. Dê uma chance ao Cinema Brasileiro, que mostra a tua cultura. Valeu.

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