Publicado em 20/07/2020 as 1:00pm
Coluna Camarim do BT
No fundo, somos todos românticos. Canções que marcam nossas vidas, nos levando a momentos e...
No fundo, somos todos românticos.
Canções que marcam nossas vidas, nos levando a momentos e lembranças preciosas. Assim foi a influência de Agostinho dos Santos em minha vida. Quando era bem jovem, ouvi uma canção que dizia assim: “Hoje à noite não tem luar, e eu não sei onde te encontrar, pra dizer como é o amor, que eu tenho pra te dar”...
Tive que aprender aquele violão em Dó Maior, e foi quando descobri que embora roqueiro, também era um romântico... Hoje estamos relembrando e honrando um grande artista, que representou muito bem nosso pais no exterior, tendo inclusive gravado com o incrível Johnny Mathis.
Agostinho dos Santos, nascido em São Paul,(no bairro Bela Vista ou Bixiga) em 25 de abril de 1932, foi um cantor e compositor. Participou da apresentação de bossa nova no Carnegie Hall, em Nova Iorque (1962). Excursionou muito pela Europa e faleceu no dia 12 de julho de 1973, em trágico desastre aéreo nas imediações do Aeroporto de Orly em Paris, no Voo Varig 8 20. Natural de São Paulo, foi crooner de orquestra, e trabalhou nas rádios América e Nacional. Em 1955, foi para o Rio de Janeiro cantar com Ângela Maria e Sílvia Teles na Rádio Mayrink Veiga e gravou, no ano seguinte, o LP "Uma Voz e seus Sucessos", com músicas de Tom Jobim e Dolores Duran.
Foi intérprete no filme Orfeu do Carnaval, de Marcel Camus, com trilha sonora de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que lhe rendeu dois grandes sucessos: "Manhã de Carnaval" (L. Bonfá/ Vinicius) e "A Felicidade" (Jobim/ Vinicius). Participou do Festival de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova Iorque (1962) com o conjunto de Oscar Castro Neves. Teve uma rápida passagem pelo rock'n'roll nos anos 50, gravando "Até Logo, Jacaré", versão de Julio Nagib para "See You Later, Alligator", de Bill Halley & His Comets. Um de seus primeiros trabalhos na música foi cantar em um clube de dança de chamado “O Maravilhoso”, em São Paulo.
No início de sua carreira, Dos Santos cantou com a orquestra de Osmar Milani, e em um programa de rádio na hora do almoço apresentado por Manuel de Nóbrega na Rádio Nacional. As primeiras gravações de Dos Santos foram sucessos. O primeiro, “Vendedor de laranjas” tornou-se amplamente popular no Brasil, enquanto seu segundo grande sucesso, “Meu Benzinho” foi uma versão em português da música "My Little One" gravada em inglês por Frankie Laine. Durante 1959, Dos Santos apareceu frequentemente em um programa musical com Tom Jobim, chamado “O Bom Tom”, transmitido pela TV Paulista em São Paulo.
Agostinho Dos Santos participou do histórico concerto bossa nova de 1962 no Carnegie Hall, grande sucesso de público. Uma crítica do The New York Times citou particularmente a performance de Dos Santos, afirmando que sua voz era a voz mais bonita da década. Em 1963, viajou com José Scatena, presidente da gravadora RGE, em uma visita que inaugurou o lançamento das ofertas da RGE através da gravadora argentina Fermata. Em 1964, Dos Santos era um dos artistas de televisão mais bem pagos do Brasil.
Em 1971 participou do primeiro festival de música Onda Nueva, na Venezuela. Durante sua carreira, Dos Santos passou pelos Estados Unido, Itália, Alemanha, Portugal, Chile, Uruguai, Argentina, Venezuela e México. [citação necessária] Atuou nos EUA e no Brasil com Johnny Mathis, e, na Itália, com Caterina Valente. Dos Santos apareceu na TV na França, Portugal, Inglaterra e Bélgica. Suas composições incluem "Forças Ocultas" (com Antônio Bruno), "Sozinho Com Você" (com Dirce Morais/Heitor Canilo), "Chuva Para Molhar O Sol" (com Edison Borges), "Pode Falar" (com Renato Duarte), "Distância é Saudade"," e "Quem Levou Maria.", entre várias.
O historiador da Bossa Nova Walter Silva afirma que foi Dos Santos quem apresentou João Gilberto às inovações rítmicas de Johnny Alf (Alfredo José da Silva), considerado o pai da Bossa Nova. Em sua história da música popular brasileira, Chris McGowan e Ricardo Pessanha creditam Dos Santos a apresentação do trabalho de Milton Nascimento no Segundo Festival Internacional de Canção (FIC) de 1967, resultando na aceitação do seu trabalho no festival e desencadeando um crescimento ainda maior na carreira de Milton Nascimento.
Sobre Agostinho dos Santos, sugiro empreender uma pesquisa mais profunda, procurar suas músicas no YouTube e mergulhar de cabeça na obra de mais um gigante dessa gigantesca terra de titãs da composição, interpretação, terra de instrumentistas, arranjadores, cantores, letristas e compositores fabulosos, o nosso Brasil.
Fonte: Redação - Brazilian Times.