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Publicado em 3/08/2020 as 3:30pm

Coluna Camarim do BT

Quem já ouviu falar em Djalma de Andrade, o Bola Sete, o guitarrista? Bola Sete representa um...

Coluna Camarim do BT Coluna Camarim do BT

Quem já ouviu falar em Djalma de Andrade, o Bola Sete, o guitarrista?

Bola Sete representa um caso clássico de artista brasileiro que é mais conhecido no exterior do que no seu país. Pois é, esse carioca foi um dos maiores guitarristas Brasileiros, reconhecido internacionalmente desde os anos 40. Genios da guitarra, como Carlos Santana (que o declara como uma de suas maiores influencias), Joe Pass, Jim Hall, e músicos de renome como Dizzy Gillespie, Paulinho da Costa, Lalo Schifrin, Vince Guaraldi, e Louis Armstrong o convidaram para tocar em suas bandas. Embora sendo praticamente desconhecido por nós, seus compatriotas, Bola Sete levou o nosso Brasil para o mundo.

Um país que originou músicos como Pixinguinha, Villa-Lobos, Carlos Gomes, Ernesto Nazareth, entre muitos, mas que porem não tem como tradição preservar a sua própria cultura.

A verdade é que na mesma época em que o Jazz, e o Blues estavam em sua infância (aproximadamente em 1920 nos USA), existiam compositores, cantores, cantoras e instrumentistas de alto nível fazendo música de qualidade em todo território Brasileiro, do Oiapoque ao Chui.

Mas como as gravadoras ainda estavam em sua infância no Brasil, a distribuição e divulgação desse material ocorria apenas em âmbito regional.

Contemporâneo de Joe Pass, Bola Sete, esse exímio guitarrista, já tocava guitarra elétrica na mesma época.    Nascido em 1923 e falecido em 1987, seu estilo de tocar foi grande influência em minha vida como músico. Mestre Bola Sete, a real “Guitar Hero”!

O CamARIm tem a honra de trazer para vocês, a vida e obra de Djalma de Andrade, mais conhecido como Bola Sete, um desses heróis da música Brasileira no exterior.

Nascido na favela do Santo Cristo, mudou-se com a família quando tinha 2 anos de idade para Rocha Miranda, subúrbio do Rio de Janeiro. Filho de pais extremamente pobres, teve muitas dificuldades de sobreviver na infância. Precoce, aos 3 começou a tocar cavaquinho, somente vendo e ouvindo os outros tocando. Aos 17 anos, fugiu de casa porque os pais não gostavam que ele tocasse violão. Passou então a frequentar a Praça Tiradentes, juntamente com pessoas ligadas à área musical, tocando em todos os dancings e inferninhos da pesada....

Logo após, integrando o grupo de músicos que acompanhou o cantor e compositor Henrique Felipe da Costa, ficou cerca de oito meses na cidade de Marilia (São Paulo), apresentando-se em cabarés. Seu apelido Bola Sete surgiu porque ele gostava muito de jogar sinuca, ou bilhar... Onde a bola sete era a única bola preta na mesa... Sete estudou violão no Conservatório do Rio, e começou a se apresentar com seu próprio sexteto e grupos de samba locais enquanto ainda estudante. Suas primeiras influencias foram os guitarristas Django Reinhardt, Charlie Christian, Barney Kessel, George Van Eps, e Oscar Moore do Nat King Cole Trio.

Ele admirava sobremaneira as “Big Bands” que estavam excursionando pela América do Sul naquela época, lideradas por Dizzy Gillespie, Tommy Dorsey e Woody Herman. Sua carreira começou em 1952, quando tocou em clubes e gafieiras por quatro anos. Começou a excursionar por toda a América do Sul, atraindo a atenção do gerente da cadeia de hotéis” Sheraton Hotels”, que decidiu traze-lo para os EUA. Ele tocou por alguns anos no Park Sheraton Hotel de Nova York, e depois mudou-se para São Francisco, indo tocar no Sheraton Palace. Dizzy Gillespie estava lá na época, ouvindo Sete tocar todos os dias.

Quando Gillespie trouxe seu pianista, Lalo Schifrin, para ouvir o trabalho de Bola Sete, descobriram que Schifrin e Sete haviam tocado juntos na Argentina. Esta reunião foi o início do sucesso de Sete nos EUA. No outono de 1962, Gillespie contratou Sete para tocar com sua banda no “Festival de Jazz de Monterey”, com grande sucesso.

Sete fez uma temporada de shows com Gillespie, logo após retornando a São Francisco, onde se juntou ao trio de Vince Guaraldi.

Sua parceria com Guaraldi rendeu várias gravações de sucesso. Após alguns anos, Sete formou seu primeiro trio com Sebastião Neto no baixo e Paulinho da Costa na bateria. Com este trio, ele apareceu no Monterey Jazz Festival em 1966 e lançou um álbum ao vivo, atingindo o vigésimo lugar nas paradas da renomada publicação “Billboard Jazz".

Na década de 1970, Sete tornou-se amigo do guitarrista John Fahey, que era um grande admirador seu. Em 1975, seu álbum "Ocean de Sete" foi lançado pela gravadora de Fahey, Takoma Records. Bola Sete representa um caso clássico de artista brasileiro que é mais conhecido no exterior do que no seu país. Para Carlos Santana, Bola Sete foi tão significativo como Jimi Hendrix e Andres Segovia, no aspecto de produzir música com conhecimento, alma e paixão.

Na famosa “Encyclopedia of Jazz in the Sixties”, Bola Sete foi contemplado com um verbete de 46 linhas, maior do que os de alguns expressivos guitarristas norte-americanos como Joe Pass, Jim Hall, Wes Montgomery e Barney Kessel.

Nesta mesma obra de referência, alguns artistas brasileiros famosos mereceram verbetes mais modestos: Tom Jobim, 26 linhas; João Gilberto, 21 linhas; e Luiz Bonfá,15 linhas.

Em matéria intitulada “Um show de samba chamado Bola Sete”, publicada pelo Jornal do Brasil, de 20 de fevereiro de 1975, Bola Sete comenta: Sempre fui um pacifista, nunca quis saber de guerra.... Bola Sete integrou, durante três anos, o grupo “Trem da Alegria”, com Lamartine Babo, Yara Salles e Heber de Boscoli. Também conhecido como “Trio de Osso”, fez apresentações no Teatro João Caetano, em 1946, e, nos anos seguintes no Teatro Carlos Gomes. Se você gosta de ouvir um bom guitarrista, absolutamente recomendo uma procura no YouTube (https://youtu.be/EvnUzINmJ3I) acompanhado de um bom vinho…

O CamARIm agradece as várias fontes que possibilitaram essa pesquisa, incluindo Jorge Carvalho de Mello e Wikipedia, E não esqueçam, na próxima sexta feira dia 7 de agosto as 19 horas (USA) teremos o terceiro episódio do BDOLive, o grande Festival da Canção Brasileira aqui nos USA, transmitido ao vivo no YouTube. Para mais informações, acesse BDOLive.com, ou procurem o link na página Ari Mendes no Facebook. LOVE!

Fonte: Redação - Brazilian Times.

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