Coluna Vanessa Haddad

Fernanda Cecília Trindade já viajou para 34 países e tem um carreira de sucesso na moda

A modelo conta sua trajetória e fala sobre os planos para o futuro

Com apenas 14 anos de idade, Fernanda Cecília Trindade saiu e embarcou em busca de seus sonhos. Sem muito apoio da família, apenas de sua mãe, a mineira foi ser modelo em outro país. Ela conta que foi difícil por ser a primeira viagem, além de não ter fluência com a língua inglesa. "A saudade de casa no início me fez mal", disse a modelo.

No decorrer das viagens, é claro, que o assédio era nítido por Fernanda ser uma mulher muito bonita. Ela conta que, infelizmente, é comum na profissão.

“É mais evidente no mundo da moda, mas acredito que exista em qualquer lugar e em qualquer trabalho. Hoje, reconheço que, apesar de todas essas dificuldades, valeu a pena. Tenho em meu histórico nomes de grandes marcas trabalhadas com mais de 13 anos de carreira e conhecimento no mundo da moda. Uma menina que saiu de Araxá sem falar outro Idioma, hoje domina inglês e fala mais duas línguas, tem contratos espalhados por grifes renomadas e grandes agências de modelo de diversos países do mundo", afirma.
A vida nem sempre foi feita apenas de realização para a mineira. Após negar um trabalho na Índia, a modelo passou por diversas dificuldades no país.  Isso mostra com clareza seu caráter e profissionalismo. Ela diz que não é o dinheiro que te dá prazer, mas sim, quando o trabalho traz uma satisfação.

Em 2016, fui para Índia com visto de trabalho. Estava tudo muito certo. Trabalhei por 6 meses, cumpri ordem. Em um belo dia, a agência me propôs um trabalho de marca de preservativos. Eu neguei na hora. Primeiramente, penso muito na minha família, segundo não é um trabalho que me traria realização, como penso em ter filhos, neguei. Tive que ir à embaixada indiana tentar trocar meu visto de trabalho mas não era possível com isso me casei na Índia apenas para anular taxas que eu deveria pagar. Fiquei doente com depressão. Me trato até hoje. Depressão é pra vida toda. Se não tiver cuidado, ela volta. Assim que retornei ao Brasil com término do meu noivado se agravou", relata.

Fernanda, atualmente, faz tratamento para a depressão com remédios e terapia.

"A Índia foi um lugar de aprendizagem e perdas significativas pra mim. Fiquei doente várias vezes e sozinha num leito hospitalar.  Mas isso não me desanimava. Me deixava mais forte. Toda vez que eu estava sozinha num leito hospital, me lembrava quem eu era, de onde eu vim e o que eu ainda buscava", lembra.

Fernanda agora está focada em obras sociais em sua cidade natal, Araxá, em Minas Gerais Brasil, juntamente com parceria com grandes marcas.

Me lembro bem que a primeira pessoa em me ajudar foi o Jerônimo Teixeira da Italac (marca de leite) no qual sou extremamente agradecida. Depois, procurei ajuda da Albaruska (arroz), da marca de café Pilão e obtive ajuda com a Juliana, que se disponibilizou sem questionar. Ainda consegui óleo com a ABC Oleo e macarrão e feijão e sal, montei cestas básicas e sai eu mesma nas ruas doando, devido à pandemia da COVID-19. Eu pensava em apenas ajudar o próximo, não quis nada pra mim, não busquei nada em prol da minha pessoa, e sim para pessoas necessitadas.  Quero continuar esse trabalho se tiver as parcerias. É gratificante. Mesmo porque ajudando o próximo, nos ajudamos como seres humanos.

A modelo também fala de seus projetos futuros

"Quero trabalhar na moda ainda por alguns anos, mas com tudo que aprendi, vendo em vários países, quero colocar no papel e realizar. Também quero comprar minha loja e montar minha marca. Ainda estou desenhando minha coleção. Quando sair do papel, aí realizarei meu outro sonho. Quero tudo por meios tecnológicos, que não agridem a natureza. Além de uma equipe preparada para saber explicar o produto e a qualidade que estará na loja. Não abro mão disso. Com esses pensamentos, tenho absoluta certeza que será um sucesso a loja que já tem nome em mente, mas ainda não revelei", planeja.

Outro plano de Fernanda é reabrir sua antiga agência na Índia, chamada de Cleópatra Models, onde ela, sozinha, foi destaque entre todas as outras agências, sendo referência entre as modelos.

"Quero voltar aos meus empreendimentos, mesmo porque a carreira de modelo não dura para sempre, a beleza acaba e o que fica e quem somos e o que fizemos ao próximo e a nos mesmos".

A modelo conta também que foi responsável por uma agência que abusava emocionalmente de modelos fechar:

"Não aceito falta de humanidade. Aos poucos a vida está entrando nos eixos. Irei viajar em breve para Turquia ou para Índia, minha agência ainda está resolvendo isso".

Mas a morena confessa que um pedido de casamento a faria ficar no Brasil. "Quero ter família, mas sei que ainda preciso trabalhar pra isso", confessa a modelo .

Fonte: Redação - Brazilian Times.