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Publicado em 19/08/2020 as 7:30pm

Coluna Vanessa Haddad

Julia Mestre, revelação da MPB, fala de sua carreira   Depois da repercussão positiva...

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Julia Mestre, revelação da MPB, fala de sua carreira

 

Depois da repercussão positiva do clipe de “Cores e Nomes”, que mostra seus dias de quarentena, conversamos com Júlia Mestre, grande aposta da música popular brasileira que fala sobre suas influências, preferências e também sobre a nova música popular brasileira.

Julia, você é uma representante da nova MPB, como foi o começo da sua carreira e quais desafios você enfrentou?

Na minha família não tem nenhum músico, zero musicais, mas adoram escutar música. Tenho memórias de escutar música no carro com meus pais. Acho que daí despertou minha paixão pela música. Comecei a tocar/cantar/compor (tudo junto) com 16 anos. Meu primeiro show autoral com banda com 18 anos. E desde então nunca parei, tenho 24 no momento. Sou apaixonada pelo palco, gosto do desafio de estudar prum show. Mudar as temáticas e pesquisar sobre minhas influências musicais. Acredito que a paixão à música me fez querer seguir nela. Gosto muito de tocar e sinto verdade nisso. O meu maior desafio é o reconhecimento da produção musical feminina na indústria fonográfica. Vivemos numa estrutura patriarcal muito forte e ganhar respeito no mercado musical é um trabalho de anos suados. risos.

Qual sua maior inspiração na música para o seu trabalho?

Eu me apego nas grandes compositoras: Rita Lee, Marisa Monte, Nina Simone. Além de compositoras, todas elas instrumentistas. Esse é o meu cenário ideal.  Seria perfeito. Mulheres em maioria, assumindo produção musical e tocando banda. Eu estudo música desde meus 16 e não penso em parar. A teoria músical é muito complexa e pede uma dedicação de anos na busca de um aprimoramento. Estudo tocando instrumentos (violão e baixo) e ouvindo discos!

Durante a sua trajetória, mas com sucesso reconhecido, qual o momento que você acredita ter sido o mais importante?

Lembro de momentos, acredito numa caminhada constante para ter reconhecimento musical. Um grande marco na minha carreira, foram as primeiras viagens, tocar fora da minha cidade natal (Rio de Janeiro). Gosto de viajar e meu maior sonho é viajar pelo Brasil e mundo a fora! Em 2019, comecei a viajar bastante e isso foi uma grande comemoração pra mim na carreira. Em março de 2020 mudaram-se os planos e agora procuro produzir de casa, tentando espalhar ao máximo minhas canções, mesmo que seja pela nuvem. Agora lancei meu novo single "Cores e Nomes". Somando um total de 1 EP, 1 Disco e 2 singles de carreira. Espero ainda fazer mais discos!!

O seu último clipe, Cores e Nomes, foi desenvolvido durante a quarentena e lançado recentemente. Pensando nesse período único da história, como foi produzir um clipe no meio de uma pandemia?

Foi um desafio. Eu tenho uma câmera de mão (HANDCAM), tenho o costume de filmar pequenos filmes com ela. Desde que entramos em quarentena, fazia como um "diário de vídeo", e me interessei por aqueles filmes. A música Cores e Nomes (Julia Mestre/ João Gil) foi escrita em 2017. Curiosamente ela começa a música com a seguinte frase "se num segundo tudo parar...".. Tudo pareceu encaixar. O mundo parou num segundo. Produzimos música e clipe durante a quarentena. "Produzimos", porque teve outros colegas no processo. Mesmo que a distância. Enviando arquivos pela internet e completando de suas casas.

Produção da música: Julia Mestre, João Gil, Elton Bozza

Produção do Clipe: Amine Chalita, Raphael Hollanda, Julia Mestre.

Durante os últimos meses, você compôs músicas novas, tirou período para descansar um pouco...como está sendo o seu período de quarentena?

Sim. Compus uma porção de músicas. Foram dias difíceis, dentro de casa, o noticiário a mil. Era impossível não manter a cabeça pipocando de pensamentos, tentei canalizar ao máximo pro papel. Criando novas músicas, Nessas novas composições falo sobre solidão, angústias, alegria do dia-dia e sobre amor, meu namorado e parceiro de composição: João Gil. Pensamentos até de um novo disco 2021.

Qual a sua expectativa para o mercado musical após o fim da crise da Covid-19?

Eu acredito num novo movimento de música que está por vir. Um novo gênero musical. Aqui faz tempos que nos chamam de "nova MPB" (nova música popular brasileira). Acredito que pessoas querem escutar coisas novas, um novo gênero. Artistas que se identifiquem e que consigam comunicar as mudanças do mundo, terão uma maior identificação do público. É tanto tempo dentro de casa, sem shows ao vivo. Que quando os festivais voltarem à cena. Imagino que voltará uma supervalorização da cultura e o bem que elas nos faz. Acredito que a cena musical voltará com força pelo mundo. Outro dia li que, com a pandemia, nunca se foi consumido tanta música nas plataformas de streamings como agora.  Mas vai saber, a Terra nos ensinou que não podemos criar tantos planos. Um dia de cada vez!

Quais os seus projetos para o próximo ano?

Penso em gravar um novo disco para o ano de 2021. Tantas músicas novas e pensamentos que tive nesse tempo de reclusão que agora preciso botar em prática. Procuro continuar procurando por sons brasileiros, percussões, sopros, fazer um forró. Quero voltar a fazer shows e com sorte viajar para outros países!

Spotify: Julia Mestre
Instagram: @julia_mestre

Fonte: Redação - Brazilian Times.

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