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Publicado em 22/08/2020 as 3:30pm

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COMO DIVORCIAR MINHAS FINANÇAS PESSOAIS DAS FINANÇAS DA MINHA EMPRESA? É senso comum o fato...

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COMO DIVORCIAR MINHAS FINANÇAS PESSOAIS DAS FINANÇAS DA MINHA EMPRESA?

É senso comum o fato de que existem inúmeras vantagens ao separar a vida pessoal da vida empresarial, principalmente no que se refere às finanças. Segurança jurídica, boa gestão, melhor saúde financeira da empresa, acesso a programas de incentivo do governo, são alguns dos benefícios de se fazer essa distinção. Alguns desses benefícios estão descritos no artigo “3 razões para separar o pessoal do empresarial”. Todavia, muitas pessoas têm dificuldade em COMO homologar esse divórcio. Afinal, existe uma metodologia que possa ser aplicada? Há algum erro que empreendedores costumam cometer nesse processo? Como posso implementar essa separação de forma definitiva? Essas e outras questões serão discutidas nos próximos parágrafos.

O primeiro passo para separar a vida pessoal da empresarial está em registrar o negócio. Ao fazer esse registro, o empreendedor diz para si mesmo que aquela atividade não é um hobby, mas sim algo sério. Logo, por se tratar de uma atividade importante, o empresário terá mais zelo ao administrar sua atividade econômica. Apesar dessa etapa da separação acarretar alguns gastos, os resultados provenientes dessa ação são inquestionavelmente maiores que seus custos, pois é nessa etapa que o empresário protege seu patrimônio pessoal de possíveis processos legais decorrentes de sua atividade econômica.

A segunda etapa na homologação desse divórcio é abrir uma conta bancária exclusiva para o business. Atualmente é possível abrir esse tipo de conta a custo zero. Um banco de Massachussets, por exemplo, exige que o empresário mantenha apenas cinco dólares na conta poupança (savings account) a fim de poder usufruir da conta corrente empresarial gratuitamente (free checking account). Além disso, não é necessário ser cidadão americano; aliás, a única exigência desse banco é que o empresário tenha um tax ID number e a empresa registrada. Ter essa conta aberta habilitará o empresário a ter uma série de práticas de boa gestão: separar as despesas e receitas empresariais, evitar que contas da empresa não sejam pagas devido a gastos pessoais, comprovar para o IRS os gastos dedutíveis do imposto de renda, diagnosticar a saúde financeira da empresa e de sua vida pessoal, além de proporcionar uma maior paz de espírito devido a uma maior organização financeira.

O terceiro passo para ter sucesso na separação das finanças pessoais e corporativas é estabelecer um orçamento familiar adequado para os sócios. Em outras palavras, é preciso que o empreendedor analise seus gastos pessoais e se necessário, adeque seu orçamento familiar ao valor que a empresa tenha condições de pagar regularmente, não apenas durante os períodos de bonança. É muito comum que pessoas pulem essa etapa e apliquem apenas a próxima, todavia, equilibrar o próprio orçamento familiar antes de determinar os salários dos donos (também conhecido como pró-labore), garantirá que os donos não façam retiradas do caixa da empresa para cobrir despesas pessoais do dia-a-dia.

O quarto passo então, é estabelecer um salário para os proprietários do negócio. Normalmente, recebem salário apenas os sócios que trabalham na empresa. Sócios investidores, recebem parte dos lucros que podem ser apurados anualmente ou conforme a necessidade da empresa. Nessa etapa, é importante que o salário seja capaz de cobrir as despesas pessoais do sócio trabalhador. Um erro recorrente é o de empreendedores estabelecerem um salário extremamente baixo, porém viverem uma vida de padrão elevado. Inevitavelmente, esse empresário irá fazer retiradas do caixa da empresa para cobrir seu padrão de vida. Caso a empresa não seja capaz de bancar regularmente o padrão de vida do empresário, é preciso que se adeque o orçamento familiar do sócio, como visto na etapa anterior.

Para clarear a diferença entre as etapas três e quatro, enquanto o foco da terceira está nas finanças pessoais dos proprietários, a quarta etapa está focada nas finanças da empresa. Todavia, trata-se de decisões interdependentes, pois o não cumprimento de uma acarretará o não cumprimento da outra.

Para concluir, a última etapa para consolidar a separação entre a vida empresarial da vida pessoal é persistir na gestão do fluxo de caixa. Considerando que algumas empresas (como as de construção) têm uma volatilidade considerável nas entradas; ou seja, em uma semana entra muito dinheiro e em outra entra pouco ou nada, e assim sucessivamente, haverá semanas em que a empresa estará aparentemente com excesso de dinheiro em caixa, enquanto outras semanas, aparentemente com excesso de contas para pagar. É importante, que nas semanas de abundância seja provisionado os recursos para as semanas de escassez, principalmente do que diz respeito aos custos fixos da empresa, aqueles que devem ser pagos independentemente da entrada de recursos por meio das vendas (incluindo o salário dos sócios). Essa gestão de fluxo de caixa pode ser desafiadora, todavia utilizar uma planilha eletrônica ou um software de gestão que seja capaz de exibir as previsões de entradas e saídas, irá facilitar a vida do empreendedor.

Agora que você já sabe como separar suas finanças pessoais das suas finanças corporativas, não perca tempo e homologue esse divórcio.

Para mais informações sobre como registrar seu negócio:

https://www.sba.gov/business-guide/launch-your-business/register-your-business

https://www.irs.gov/businesses/small-businesses-self-employed/apply-for-an-employer-identification-number-ein-online

Para abertura de conta gratuita no banco citado:

https://www.dcu.org/bank/business-services/free-business-checking.html

Para auxílio no processo de separação:

https://www.prosperenoexterior.com/rotinas

Fonte: João Mateus Silva

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