Publicado em 15/09/2020 as 4:00pm
Atriz brasileira Aymara Limma estava presente no sucesso do Festival de Cinema de Veneza durante a pandemia
A atriz e cineasta Aymara Limma estava voltando para Los Angeles depois de terminar o seu...
A atriz e cineasta Aymara Limma estava voltando para Los Angeles depois de terminar o seu mestrado de cinema em Veneza, mas foi impedida por conta da pandemia e acabou ficando na Itália para terminar o seu projeto, ainda um pouco secreto, sobre a cidade dos sonhos. Isso facilitou com que Aymara pudesse participar desta edição histórica do concorrido Festival de Cinema de Veneza.
O que parecia impossível aconteceu, um milagre, como disse a atriz Cate Blanchett, a presidente do júri do Festival. Acreditamos que o amor ao cinema fez com que todos os obstáculos que vivemos neste momento fossem superados e a 77.a edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza fosse realizado com sucesso. Parecia impossível, mas com disciplina, responsabilidade e união de todos a organização do festival conseguiu. Os diretores dos principais festivais de Cinema da Europa se juntaram com Alberto Barbera (diretor do Venice Film Festival) e vieram apoiar a mostra de Veneza. Temos que ressaltar que as mulheres realmente reinaram nesta edição.
Há anos falamos de igualdade de gêneros na indústria cinematográfica. Neste ano, diferentemente do ano passado, dos 18 filmes em competição, oito foram dirigidos por mulheres. E sem grandes filmes dos estúdios de Hollywood, o público presente pôde apreciar uma incrível seleção de filmes de todas as partes do mundo, incluindo vários filmes italianos belíssimos.
O Festival Internacional de Cinema de Veneza, ou simplesmente, Festival de Veneza, é realizado na ilha do Lido em Veneza (Itália) desde 1932. É o festival de cinema mais antigo do mundo, um dos eventos internacionais de cinema mais prestigiados. Por ele passam os profissionais mais importantes da indústria cinematográfica.
O festival, que sempre ditou as tendências cinematográficas e indicou filmes ao Oscar, este ano não fará diferente. Foi o primeiro festival do mundo a ser realizado em tempos de covid 19, fazendo novamente história, não só por abrir as portas para o público, mas também por vários outros acontecimentos.
Devido ao covid 19, “La Biennale di Venezia”, organizadora do Festival, impôs vários protocolos de segurança, como o uso obrigatório de máscaras por toda a área do festival. O distanciamento social começou a ser imposto com os lugares marcados para evitar as tradicionais filas nas mais de dez salas de projeções, com seus lugares reduzidos pela metade. Ao término de cada sessão, uma equipe entrava para a limpeza da sala. E para evitar a aglomeração das pessoas foi construída uma barreira ao redor do tapete vermelho, por trás dos fotógrafos, para impedir que o público ficasse ali assistindo ao show.
A segurança de todos era muito importante, todos os membros do júri e convidados tiveram que fazer o teste de covid19. Como também todos os maquiadores e cabeleireiros que arrumavam os participantes para o tapete vermelho.
Cate Blanchett brilhou em sua primeira vez como presidente do júri principal. Ela já vem presidindo o júri do Festival de Cannes.
Com o bloqueio da entrada dos americanos na Europa por conta do covid 19, este ano não tivemos todo aquele time “A” de celebridades, mas pudemos contar com a presença do ator Matt Dillon como júri do festival, muito por conta de ele já estar em Roma com a sua namorada italiana, a atriz Roberta Mastrominchele. Ainda assim, estiveram presentes grandes nomes da indústria cinematográfica europeia.
Já na abertura do festival a atriz Inglesa Tilda Swinton foi premiada pela sua carreira, ela que já tem no currículo 162 indicações e 69 prêmios incluindo um Oscar. A diretora chinesa Ann Hui também foi premiada com um Golden Lion Life Achievement e Aymara esteve pedindo conselhos a ela para jovens filmmakers e ela disse: O importante é você saber o que quer.
Aymara Limma falou um pouco dos filmes que ela mais gostou nesta edição histórica.
Nesta edição tivemos dois filmes brasileiros selecionados: “Narciso em Férias”, de Renato Terra e Ricardo Calil, documentário em que Caetano Veloso conta o que viveu quando foi preso injustamente na época da ditadura militar; e “Gravidade VR”, de Fabito Rychter e Amir Admoni, um filme de realidade virtual. Vale lembrar que ano passado vencemos dois prêmios de melhor filme, um com “Babenco - Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou”, de Bárbara Paz, e o outro prêmio com o filme de realidade virtual “A Linha”, de Ricardo Laganaro. Ano passado eu estava na cerimônia de premiação e foi muito emocionante presenciar de perto a vitória da Bárbara e do Ricardo. Mais duas belas conquistas para o Brasil.
Dos vários filmes selecionados, alguns concorrendo pelo Leão de Ouro e outros a diferentes prêmios, fizeram desta mostra uma forma de reflexão sobre a vida e o momento atual que estamos vivendo. Alguns tirados de peças teatrais, como o filme de Pedro Almodóvar feito durante o lockdown, “The human voice”, uma adaptação da peça de Jean Cocteau, obtiveram o merecido destaque. Almodóvar brilhou com o seu filme de 30 minutos, seu primeiro trabalho em inglês em que dirige a sua nova favorita, a atriz inglesa Tilda Swinton, que conta a história de uma mulher ao telefone com o seu ex-amante, que está para se casar com outra. Essa obra que já teve uma versão interpretada por Ingrid Bergman em 1966.
Regina King, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante, agora como diretora lança o seu primeiro filme que deve caminhar de Veneza direto para o Oscar. “One night in Miami”, é baseado na peça teatral de Kemp Powers, o filme fala de quatro americanos afro africanos reunidos em um quarto de hotel em 1964 depois que Cassius Clay, com 22 anos, move o mundo do boxe com uma vitória sobre o campeão peso-pesado Sonny Liston. Clay, que mais tarde muda seu nome para Muhammad Ali, se junta a Malcolm X, Jim Brown e Sam Cooke para discutir as desigualdades raciais e formas de usar a fama para juntos tornar o mundo um lugar melhor. Já, “Le sorelle Macaluso”, peça teatral de sucesso na Itália escrita por Emma Dante, a mesma decide fazer um filme adaptando o seu texto para o cinema, com várias mudanças ela conta o drama de uma família de cinco irmãs e de como elas sobrevivem depois de um acidente que transforma a vida de todas para sempre.
Dos registros biográficos, adorei “The Duke”, um filme delicioso de Roger Michell, diretor de “Notting Hill”, que, adotando um estilo meio Robin Hood, fala sobre o roubo do quadro de Goya da National Gallery em Londres. Com Jim Broadbent, Helen Mirren e Mathew Goode, é diversão garantida.
Em competição para o Leão de Ouro, o filme “Miss Marx”, sobre Eleonor, a filha mais nova de Karl Marx, é dirigido pela italiana Susanna Nicchiarelli, que venceu com “Nico 1988” o prêmio Horizons de melhor filme, no Festival de Veneza de 2017.
Um outro filme que Aymara amou e achou muito inspirador, foi o filme "Salvatore: Shoemaker of Dreams" um documentário do italiano Luca Guadagnino, que conta a trajetória do brilhante Salvatore Ferragamo. Muitos são apaixonados pelos sapatos da marca Salvatore Ferragamo, talvez não saibam que ele criou o seu império do zero, criando sapatos para filmes em Hollywood. Uma história linda e muito bem contada.
A portuguesa Ana Rocha de Souza venceu dois prêmios com o seu primeiro filme “Listen”. Bem profundo, o filme narra o drama de uma família portuguesa que, emigrante no Reino Unido, perde a guarda de seus três filhos menores para o serviço social, por suspeita de maus tratos aos filhos.
Um dos filmes mais aplaudidos foi o iraniano “Sun Children”, de Majid Majidi, que conta a história de crianças que trabalham para sobreviver. É um filme impressionante. O diretor que costuma trabalhar com não atores, fez teste com mais de 4.000 meninos até encontrar o ator principal, Rouhollah Zamani,
que ganhou o prêmio Marcello Mastroianni, de melhor ator ou atriz jovem. Infelizmente ele foi testado com covid 19 e não pôde ir ao festival. Mas, realmente fez um belíssimo trabalho.
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Fonte: Texto: Marcio Paschoal