Publicado em 23/09/2020 as 3:00pm
Um planalto de Covid-19
No final de julho eu escrevi um artigo apostando no fim do longo platô de mortes que...
No final de julho eu escrevi um artigo apostando no fim do longo platô de mortes que estávamos, na verdade, foi um planalto de médias de mortes por Covid-19. Na maioria dos países, as mortes por Covid-19 seguem uma exponencial que vai mudando a razão até inverter, como uma montanha, ficando um tempo neste platô para, então, passar a cair também em uma exponencial, ou seja, rapidamente no início e, depois, lentamente.
Isso acontece porque os governantes dos países, quando percebem que realmente é uma explosão exponencial, entram em pânico e fazem o “lockdown” rigoroso, multando e até prendendo os rebeldes. E, além do distanciamento social, usam máscaras e alcool-gel responsavelmente. Mas, no Brasil, o governo federal ficou catatônico, preso em um negacionismo inacreditável. Afirmaram que acabaria em um mês e não morreriam mais que 800 pessoas e somente os muito velhos e que, talvez, pensaram, morreriam de qualquer jeito!
Uma rápida consulta nos Cartórios demonstra que estão morrendo pessoas que não morreriam. Veja, como os cartórios demoram para atualizar e disponibilizar seus dados, pelo acompanhamento que tenho feito, estabeleci a Data Inicial em 16/03/2020, quando ocorreu a primeira morte por Covid-19, até a Data Final em 15/07/2020, e usando o mesmo período para o ano de 2019 para comparar.
Nesse período, em 2019, morreram 401.649 pessoas e, em 2020, 472.690, um aumento de 17,7%. Por Covid-19, morreram 78.683 pessoas, comparando com os mortos do ano passado, destes que morreram, 7.642 pessoas morreriam de outras causas, então, morreram 71.041 por Covid- 19 e que não morreriam se não houvesse a Covid-19. Ou seja, morreram por uma doença evitável, que sabemos como evitar, assim como fizeram a China, Itália, Espanha, França, Alemanha, Israel etc.
Aliás, Israel fará o segundo “lockdown”. E durante as festas judaicas, período em que as famílias reúnem-se em casa e nas sinagogas. E depois de impor um toque de recolher em cerca de 40 cidades. E o confinamento acontecerá, apesar de que morreram até agora pouco mais de 1.100 pessoas. Na Capital de São Paulo, que tem população semelhante, já morreram mais de 12.000 brasileiros.
O presidente poderia observar como faz a nação que ele tanto admira e finalmente fazer igual. Mas o que ele faz? Ele foi à Bahia e disse que os outros países estão reconhecendo que o Brasil foi um dos países que menos sofreram com a Covid-19 e graças às ações do governo. Alguém ainda duvida que ele sofra de catatonia?
O Brasil só não virou uma imensa Guayaquil porque os governadores e a maioria dos prefeitos decretaram uma quarentena voluntária para as pessoas, mas forçada para os estudantes, os comerciantes e os prestadores de serviço em 13 de março.
Pessoalmente, eu apelei aos parlamentares, jornalistas, juízes e membros da comunidade de Inteligência que nada fizeram e, lamento lembrar, o chefe da Inteligência do Exército morreu da doença que deveria ter alertado a Pátria. Fazer o que, continuar alertando o país enquanto o presidente e seus ministros procuram algum mico-leão dourado nas árvores da Amazônia incendiada!
Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano