Streaming com Phydias Barbosa

• A segunda temporada de Coisa Mais Linda decola com esforço!

Quando comentei, na semana passada, a série Coisa Mais Linda da Netflix, fui um pouco além da crítica, sem ter assistido a segunda temporada por inteiro.

Quando terminei, no Domingo passado, pensei em dar a mão a palmatória. Se há algo negativo na temporada de Coisa Mais Linda são alguns pontos do roteiro. Como aconteceu na primeira temporada, o seriado se esforça demais ao tentar passar algumas mensagens.  Há uma dificuldade latente dos personagens em acentuar certos momentos e apresentar seus significados.  Parece que algumas vezes o roteiro tem medo de ser entendido e distribui diálogos estranhos e meio óbvios.

Fora as conveniências, como a de Adélia passar um problema de saúde que só serve para passar de um episódio a outro, meio para encher linguiça, a segunda temporada é bem melhor que a primeira. A começar pela trilha sonora, bem mais elaborada. A produção deu um salto de qualidade. As atrizes, sempre impecáveis. Porém, as “muletas narrativas” são claras, o que não deixa de valer a pena assistir, nem que fosse para acompanhar Miltinho sendo baseado em Garrincha e Ivone passando um clima de Elza Soares. As referências são claras e vemos um Chico reviver um pouco do comportamento de João Gilberto e Lígia traz um clarão a la Elis Regina.  Assistam e aguardem a terceira temporada. A ideia é muito interessante, um pouco água com açúcar, mas vale a pena!

• Maudie, uma lição de amor - ou a arte como estratégia de sobrevivência emocional!

Maudie é um filme protagonizado por Sally Hawkins, que ficou bem conhecida por seu papel em A Forma da Água, de Guillermo Del Toro. Dirigido por Aisling Walsh, a produção acompanha a vida de uma pintora amadora que enfrenta a artrite e um relacionamento problemático para conseguir conquistar o sucesso.

A história é baseada na vida real de Maud Lewis, nascida na Nova Scotia e que sofreu muito com a pobreza. Em grande parte de sua vida permaneceu em uma pequena casa ao lado de seu marido. A saúde da pintora reduzia a mobilidade de suas mãos, principal instrumento para os seus trabalhos. Com pés tortos, coluna arqueada e dores por causa da artrite reumatoide, ela sofre com o pré-conceito de acharem que não é capaz de se cuidar. Sofre com a insensibilidade de sua família.

Resolve, então, virar empregada de um matuto da região, Everett (Ethan Hawke), e muda-se para sua casa. Diante de um monte de dificuldades, escolhe as cores para pintar seu pequeno mundo –suas telas são as paredes, as janelas e as portas. O dia de Maudie é trabalhar duro para sobrar tempo para pintar.

Mesmo assim, ela persistiu, e conquistou um enorme reconhecimento. Aos poucos, ela foi ganhando fama e alcance nacional. Como resultado, atingiu o ápice de sua carreira durante os últimos anos de sua vida. Além do filme da Netflix, é possível encontrar diversas peças de teatro sobre a trajetória de Maud.

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