Coluna Wendel Stein

The Boys – A série

Quando eu li a primeira edição em quadrinhos da série de Garth Ennis e Darick Robertson, The Boys, confesso que fiquei maravilhado. Pois eram os super-heróis vistos de uma maneira que eu nunca tinha imaginado, até então. Uma história sem censura, pudor ou limites. Um ritmo inteligente e diálogos afiados. Foi paixão à primeira vista, em uma grande vitória para a Dynamite Entertainment, que acreditou e publicou a série nos Estados Unidos.

Confesso que quando a Amazon Prime anunciou a produção da série The Boys, baseada na HQ fiquei apreensivo. Como que poderia adaptar uma obra daquela para a televisão sem perder sua identidade e sem ocorrer censura.

Assisti, logo na estreia e amei e detestei o primeiro episódio. Pois muitas coisas hard da história original foram alteradas e amaciadas e isso, sim prejudicou a obra. Pensei em desistir da versão televisiva, mas arrisquei outros episódios. No fim me envolvi nesta história, mesmo sendo quase alternativa. A minha forma de encará-la foi mais ou menos assim, considero a obra da TV apenas inspirada na HQ, assim como fiz com The Walking Dead, que apesar de ter sido muito fiel na primeira temporada, tomou seu próprio caminho, distanciando-se dos quadrinhos. São formatos independentes com jornadas independentes. Assim tudo bem, funciona.

A história gira em torno de uma equipe de desajustados, conhecidos como The Boys, que lutam contra os super-heróis que habitam o mundo.  Tudo começa quando Hughie Campbell (Jack Quais) perde sua namorada em um acidente provocado por um dos super-seres da trama. Quando o jovem percebe toda a impunidade e política envoltos para acobertar a morte da sua amada, ele conhece Billy Butcher (Karl Urban) e juntos eles partem para vingança.

Os heróis deste universo são pessoas sem caráter, cheio de estrelismos, superego e uma boa dose de maldade e humor negro. Fica evidente que o autor Garth Ennis usou o mundo das celebridades para tecer seus personagens.

As falhas da adaptação são compensadas pelo elenco competente. Erin Moriarty no papel de Starlight, brilha com sua jornada pessoal, sentindo na pele o fardo de ser uma super- heroína.  Antonny Starr, no papel do Capitão Pátria é digno de um Emmy, caricato e complexo.

Antes mesmo de sua première na televisão em julho de 2019, a Amazon Prime renovou-a para a segunda temporada, e agora para uma terceira.  Indico para todos, que querem algo diferente daquilo visto até agora no Universo Marvel. Uma série que vale maratonar nestes dias de quarentena.

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Fonte: Redação Brazilian Times