Coluna Saúde da Mulher

Fevereiro - Mês Internacional de Conscientização do Aumento da Autoestima

Não é à toa a escolha do mês mais frio do ano nos Estados Unidos para falar sobre auto-estima. Temperaturas ainda mais baixas, com o isolamento ainda maior e ainda com dias mais curtos é necessário que estejamos atentas à manutenção da nossa mente de forma a manter o equilíbrio emocional em alta. Durante todo o mês de fevereiro estaremos abordando sobre esse tema para que possamos entender como é possível fortalecer a saúde mental através do aumento do nível da autoestima?

Talvez você  não perceba todas as vezes que a sua auto-estima é bombardeada com inúmeras armas, externas ou não, mais tenho observado o quanto é muito mais fácil perceber o que nos leva a oscilar entre dias em que estamos “bem”, satisfeitas e felizes, com dias em que é difícil aceitar um elogio ou desligar os ruídos internos que nos levam a não aceitar o que há de melhor em nós.

A auto-estima é um bem que devemos manter sempre para que não venhamos a perder, aos poucos, enquanto enfrentamos os desafios da vida. Manter um nível elevado de autoconfiança e aceitação, contribui e muito para a prevenção de distúrbios mentais e para a manutenção das nossas emoções. Cuidados pessoais em todos os aspectos assim como manter relações saudáveis são fundamentais para que possamos estar ligadinhas com o nosso eu sem perder a nossa essência.

Bombardeando os ruidos internos

Uma das fontes mais recentes de ataques contra a autoestima proporcionada pela tecnologia são as redes sociais. Quem já não se mordeu de “inveja” por não estar com aquele corpinho “ideal” da última foto que você  fez questão de não “curtir” ou desperdiçou momentos especiais com sua família ou com o seu amor, tentando capturar a melhor foto só para “impressionar” as “amigas”?

Infelizmente a autoestima tem sido constantemente bombardeada com sentimentos que levam pessoas a se compararem umas com as outras, sem perceber que não existe, corpo ou estilo de vida ‘ideal’, mas sim real. É perceptível aos olhos de alguns quando alguém está forçando uma personagem que não existe nem mesmo na mente dessa pessoa que acaba sofrendo ainda mais fingindo ser quem não realmente é.

Estudos mostram que as redes sociais têm provocado uma dificuldade ainda maior para aqueles que não se acham bons o suficiente. Ao ficarem se expondo as imagens de pessoas e momentos “perfeitos” algumas pessoas não percebem o que isso pode resultar para a diminuição da autoestima pessoal. É necessário que possamos fazer uma autoanálise para compreendermos melhor o momento em que estamos vivendo e assim poder reativar os verdadeiros valores da vida valorizando a manutenção da autoestima.

 Cuidando da autoestima das crianças e adolescentes

Um dos perigos da diminuição do nível de autoestima é a depressão. Lamentavelmente o aumento do números de suicídios durante o período de inverno está relacionado com o isolamento social. Por causa da dificuldade de estar junto com outras pessoas, compartilhando experiências, risadas e assim por diante, ficar mais isolada pode prejudicar o equilíbrio emocional principalmente quando essa pessoa passa a se comparar com o estilo de vida de outras pessoas. Adolescentes e até mesmo crianças têm demonstrado o quanto é importante que as famílias possam estar atentas aos sinais de depressão principalmente quando mudam repentinamente de comportamento passando a ficarem mais reclusas e queixosas. É enganoso pensar que uma criança ou adolescente “quieto” não estão correndo riscos. O silêncio pode ser um sinal de alerta, assim como o vocabulário negativo sobre a vida e sobre si mesma. Se você  convive com um adolescente ou percebe que a sua criança está demonstrando um comportamento muito arredio e solitário, procure levar entendimento e apoio constantemente e quando for  necessário procure logo a orientação de um especialista.

Autocrítica e auto aceitação

Pensamentos negativos, falta de percepção das habilidades pessoais podem gerar comportamento de autocrítica levando até a contaminação dos relacionamentos. Pessoas negativas normalmente vivem isoladas pois dificilmente conseguem se manter junto de pessoas que vivem positivamente. Você  conhece alguém que tem a capacidade de enxergar tudo de pior dentro de uma situação e jamais acredita que possa existir uma luz no fim do túnel? Você  lembra como você  se sentiu depois de passar um tempo escutando alguém fazendo uma análise negativa sobre uma situação, em que você  saiu pior do que quando chegou? Você  já teve vontade de evitar alguém pois sabia que essa pessoa está sempre com uma conversa desagradavel? Precisamos estar atentas para que nós não nos tornemos essa pessoa indesejável para os outros.

A autocrítica pode ser positiva somente quando usamos como termômetro para avaliarmos o nosso comportamento perante os nossos valores e identidade com a intenção de obter um crescimento pessoal. Se a autocrítica está afetando a sua autoimagem levando você  a diminuir-se então a forma com que você vem tratando a sua própria pessoa deve ser reavaliada para que seja possível identificar a raiz do que está gerando esse comportamento.  A auto aceitação não é sinônimo de conformismo, mas de reconhecimento próprio e amor profundo por si mesma. O contraste entre a crítica negativa é  a conscientização das próprias fraquezas e limitações e saber que reconhecer é o primeiro passo para mudar, já a crítica é a principal justificativa para se acomodar.

Na próxima semana continuaremos abordando esse assunto para que possamos juntas aprender a como fortalecer a nossa mente e emoções para que possamos ser ainda mais confiantes e felizes.

Lidia Ferreira

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