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Publicado em 10/02/2021 as 6:30pm

Coluna Inspiração

O isolamento e seu desequilíbrio Diante da ameaça de um vírus onde não temos a capacidade...

O isolamento e seu desequilíbrio

Diante da ameaça de um vírus onde não temos a capacidade de ver ou sentir sua chegada, que sua transmissão acontece pelo ar e seu tratamento ainda está sem grandes definições e ainda no início do processo, levou as pessoas do mundo todo a se isolar.

As famílias que antes viviam juntas e aglomeradas, passaram a mudar repentinamente suas atitudes e modo de vida.

Dentro de casa ouve uma enorme mudança, onde no passado as interações ocorriam em determinados momentos, visto que as pessoas não passavam o dia todo dentro de casa, por trabalho, por lazer ou outras obrigações, tiveram que aprender “forçadamente” a conviver consigo mesmo, com filhos, pais, maridos e esposas num período longo e sem data para terminar durante as 24 horas do dia, semana e meses.

Claro que essas relações são importantes para a vida de cada um, fazem parte de momentos fundamentais. Mas, aqui podemos sublinhar tal afirmação: fazem parte da nossa vida, e não de toda ela.

Normalmente nossa vida estaria dividia em sair para o trabalho, almoçar com os amigos, viajar, ter momentos de lazer e estudos, voltar para a casa, jantar com a família, conversar sobre o dia-a-dia etc.

Todos esses mundos se encontram e se misturam, mas, em grande parte do tempo estão separados, equilibrando essas relações. E, agora, tudo foi alterado. Todas essas atividades foram reduzidas ao espaço da casa e de todos que nela habitam.

As pessoas foram confrontadas a lidar com esses efeitos, bons para alguns, maus para outros, e independente de como viviam, foram obrigadas a adequar suas vidas, e a isso, somar alguns agravantes como problemas com a saúde física, saúde mental e emocional. A insegurança paira sobre todas as pessoas.

Toda aquela felicidade que acontece no passar de um ano para o outro com metas, objetivos e novos desafios foram colocados de lado, em stand by (modo de espera). As relações com amigos, familiares e até o trabalho passaram para o mundo digital.

O silêncio permaneceu por mais tempo que o necessário e a relação com a morte está nos assuntos do dia, mesmo que as pessoas sempre acreditem que a morte é o destino do outro e Apesar de todas as notícias sobre mortes e muitos doentes, imaginamos que todos são mortais, todos os outros, menos “eu”. E vivendo nesta época tão global e intensa, parece que as pessoas não vivem mais no mesmo mundo, são diferenças por causa de crenças, costumes e ideologias que afastam as pessoas de outras de diferentes grupos. Desta forma, uns acreditam na morte e entram em grande sofrimento, enquanto outros não se preocupam com ela. O isolamento trouxe momentos críticos na saúde mental de todas as pessoas. Precisamos ajustar situações para lidar com a ansiedade, irritabilidade e desconfortos diversos diante desta nova realidade. E se essas situações começarem a afetar a funcionalidade da vida haverá um desequilíbrio onde ocasionará problemas como depressão, pânico e muitos outros transtornos mentais.

Vivemos em uma época em que não nos sentimos em casa, mesmo dentro de casa. E assim nossos conflitos se identificam: a distância aumenta o amor, a proximidade aumenta a antipatia.

É estranho, talvez um pouco engraçado e até mesmo contraditório como nos tornamos saudosistas de pequenas experiências e atividades da vida, o que antes não dávamos a mínima importância por ser tão natural, passamos agora a sentir falta de coisas simples e corriqueiras.

O mundo está agora coberto por máscaras onde não conseguimos interpretar as emoções ou sentimentos de cada pessoa. Não resta dúvida sobre como nos faz falta essas interações com sorrisos, abraços, beijos e gestos carinhosos.

A importância das relações sociais e da troca de experiências para nos sentirmos mais felizes e com nossa saúde mental equilibrada está em cheque-mate. Mas, aprendemos que a felicidade pode ser reaprendida de diferentes maneiras, a distância está tendo a chance de aproximar as pessoas e a conviência diária está nos ensinando a nos conhecer melhor e perceber as outras pessoas.

Ultrapassar esse tempo pandêmico não será para todos, mas as lições deixadas serão primordiais para as próximas gerações.

Fiquem bem! E até a próxima.

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