Publicado em 25/02/2021 as 11:30am
Coluna Vanessa Haddad
Do anonimato ao sucesso entre as celebridades brasileiras Roberto Rabello, o florista das...
Do anonimato ao sucesso entre as celebridades brasileiras
Roberto Rabello, o florista das estrelas, nem sempre teve a notoriedade que tem hoje. Abandonado por sua mãe ainda bebê, foi criado por sua avó, no litoral sul de São Paulo, na cidade de Peruíbe. Sempre sonhou em superar as dificuldades que vivia, como falta de alimentos, roupas, uma vida de pobreza que o deixava inconformado. Seu objetivo era alcançar o sucesso financeiro, o mais rápido possível, para proporcionar uma vida melhor para sua família.
Logo na infância, Rabello trabalhou carpindo o quintal dos vizinhos, arrumando as hortas, ornamentando jardins, para auxiliar no sustento da casa. Seu primeiro emprego registrado foi como empacotador, em um supermercado da região. O que lhe causou muito orgulho e esperança, pois estava começando a conquistar os degraus de uma melhoria de vida. No próprio estabelecimento existia uma floricultura, onde Rabello passava o tempo dos intervalos, molhando flores, mudando os vasos, cuidando das plantas. Isso o levava ao paraíso, pois se identificava com o ofício. Logo recebeu o convite para fazer um extra, exatamente na época em que foi dispensado do supermercado.
"Como fui dispensado do supermercado, a dona da floricultura me ofereceu para fazer uns “bicos”, em troca de alguns trocados. Dinheiro este que nunca recebi, mas como estava num ambiente que me agradava e em minha criação, aprendi que filho trabalhador é orgulho para os pais, não me importava e encarava tudo”, conta ele.
Com o passar dos anos, percebeu que a cidade, com 69 mil pessoas, já não era suficiente, para a realização de seus sonhos. Recebeu o incentivo de Dona Maria, mãe de sua amiga de infância, Nanah Marthins, fez uns trabalhos extras, juntou R$ 80,00 e com muita coragem, libertou-se das amarras e veio morar em São Paulo.
Sem endereço fixo, na cidade de São Paulo, viveu nas ruas por uma semana, até encontrar a casa de uma tia, onde ficou por um ano, até conseguir seu primeiro emprego, como planfeteiro. Seu salário era de R$ 5,00 apenas, mas ele economizava. Passava por debaixo da catraca do ônibus, que custava R$ 2,30, almoçava lanche grego, no centro, por R$ 0,50 e continuou acreditando em seu sonho. Ele sabia aproveitar tudo o que era positivo, em sua trajetória. Ele sabia que o emprego lhe possibilitaria conhecer a cidade e outras pessoas.
Passava o dia inteiro panfletando, para uma agência de telemensagem. Em um determinado dia, ele percebeu que muitas pessoas pediam arranjos de flores e se ofereceu para atender aos pedidos. O dono disse que não teria como realizar o trabalho e Rabello contou sobre sua experiência no litoral. A partir disso, conseguiu mais trabalhos e incentivou o patrão a montar uma floricultura. Tempos depois, o patrão ofereceu a floricultura ao Rabello, que se tornou proprietário. Seu sonho estava começando a tomar forma.
Como proprietário, se viu sem um tostão no bolso e um ponto comercial, sem clientela alguma. "Na época, era muito difícil, porque a floricultura era pequena, porém, eu via ali possibilidades de crescimento. Eu tinha apenas 20 anos, estava com todo gás para fazer dar certo, vivia com o aluguel atrasado, abria a loja de madrugada, no bairro Alto do Mandaqui, onde as pessoas saem para trabalhar na zona sul e só voltam à noite. Então, era uma maneira dos moradores verem que eu existia ali. Um dia, a proprietária do imóvel, dona Alzira, que lutava contra o câncer, entrou dentro da floricultura para cobrar o aluguel eu não tinha o valor. Ela então me perguntou se eu não preferia desistir. Eu respondi, devolvendo outra pergunta: A senhora está com câncer, não prefere desistir da vida?” A partir daquele momento, ela foi uma grande parceira, ajudando até a comprar mercadoria para o florista abastecer a loja e trabalhar para arcar com os custos.
Rabello reformou a loja, ganhou novos clientes, popularidade, passando a atender toda a elite da Zona Norte. Realmente, a trajetória para conquistar os seus sonhos estava indo muito bem. Sua primeira cliente famosa foi Francesca Giobbi, designer de sapatos. Sua fama de florista se espalhou e passou a decorar camarins como o de Anitta, Leonardo, Alcione e até de Ana Maria Braga.
Mas, o ápice de toda esta caminhada veio ao participar do conceituado programa Mulheres, da TV Gazeta, na época liderado por Cátia Fonseca, hoje apresentadora do Programa Melhor da Tarde, do Grupo Bandeirantes de Comunicação. O florista chegou a trabalhar na casa da apresentadora, recebendo uma ótima remuneração. Enfim, seu sonho se realizou e ele caiu nas graças das celebridades.
“Sempre gostei muito de assistir tv e quando via os cenários nas novelas, aquelas mesas de jantares, tudo enchia meus olhos e percebia que existia um mundo diferente daquele que eu vivia. Através da arte, me sentia motivado para viver todos os meus sonhos”, relata Rabello.
Sempre muito grato por toda ajuda que recebeu, durante a sua jornada, Roberto Rabello ainda reserva boa parte do seu tempo, realizando ações sociais com crianças com câncer e, durante a pandemia, ajudou produtores a venderem toda a produção de flores, que estava perdida, ganhando apoio de vários artistas como: Ronnie Von, SIlvia Poppovic, Regina Volpato, Amanda Françozo, Rita Cadillac, Simone Sampaio, Carol Minhoto, Luciano Facciolli e tantos outros.
Como se não bastasse, está sempre usando seu prestígio para ajudar quem precisa. Recentemente, em suas redes sociais, fez uma rifa de uma planta, para ajudar uma seguidora que precisava pagar o aluguel atrasado. Vendeu a rifa de 100 números, em apenas 2 dias.
Agradecido por ter conquistado tanta credibilidade, por ter tanta gente do bem, ao seu redor, Rabello comemorou com a seguinte frase, em suas redes sociais: “Se não for para transbordar, a gente nem pinga!” Por essas e por outras ações que os milagres não param de acontecer para Roberto Rabello!
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