Publicado em 7/04/2021 as 6:30pm
Coluna Wendel Stein
A história do Moto Classic Museum Wendell Stein Pouca gente imagina...
A história do Moto Classic Museum
Wendell Stein
Pouca gente imagina que no interior de São Paulo, mais precisamente no centro da cidade de Sumaré existem dois galpões que escondem preciosidades do mundo do motociclismo, o Moto Classic Museum. O museu fundado pelo advogado Justiniano Proença, 72 e seu filho o gerente de tecnologia Luiz Proença, 41 possuí cerca de 260 motos das mais variadas marcas e modelos, além de bicicletas, quadros, miniaturas e muita coisa bacana. Justiniano e sua relação com o motociclismo começou cedo, aos nove anos onde já pilotava a moto do pai e nunca mais parou. “A paixão por motos é uma doença transmissível e incurável, meu pai foi piloto, eu sou piloto, meu filho é piloto” concluiu.
Enquanto nos anos 90, o Plano Collor foi motivo de muita dor de cabeça e sofrimento aos brasileiros, para Justiniano foi o começo de um sonho. “Todo mundo dizia que o dinheiro que o governo “pegou” era perdido. Então prometi que se um dia recuperasse esse dinheiro compraria tudo em motos”, recordou o empresário. Um certo dia, muitos anos depois, o dinheiro foi recuperado e assim surgia a coleção.
A primeira moto que Justiniano comprou foi uma HRD VINCENT MODELO RAPIDE 1000cc INGLESA quando ele tinha 14 anos. “Tinha um cara que tinha essa moto a venda, não tinha todo o dinheiro e perguntei se ele parcelaria em cinco vezes a motocicleta. Pelo fato de eu ser menor, ele preencheu cinco notas promissórias e falou que só entregaria a moto no final da última parcela. Eu concordei, mas todos os dias ia até o lugar olhar a moto, isso irritou o proprietário que começou a fechar as portas do lugar, mesmo assim ia até o outro lado da rua e ficava sentando admirando o que conseguia ver da moto, até que o dono chegou e falou que eu poderia levá-la, mesmo se não quisesse pagar a última parcela. Levei a moto naquele dia, mas também paguei a última parcela no prazo combinado”, recordou o colecionador.
Justiniano chegou a ser piloto de competição disputando algumas etapas da Taça Centauro, competição famosa nos anos 70, com um modelo de 50cc e depois passou para a categoria especial, competindo com uma Ducatti 250cc. “Mas pela falta de patrocínio e de “pai-trocínio”, acabei deixando as competições, meu pai sempre achou muito perigoso”, apontou o piloto.
De todas as motos e raridades, Justiniano ressalta a sua admiração pela CG 125 “É umas das melhores motos que existem, é pau para toda obra. É a melhor moto do mundo”, atestou o advogado.
Uma das coisas que Justiniano mais gosta de fazer, além de andar de moto, e conversar e fazer novos amigos. “O motociclismo proporciona isso para gente, uma verdadeira irmandade de amigos”.
Para Justiniano Proença, o célebre slogan da Harley-Davidson “To ride and have fun” é a mais pura verdade. A poucas semanas atrás, em forma aos 72 anos, o empresário fez o passeio de moto pela mítica Rota do Rastro da Serpente, que é o apelido das rodovias SP-250 e BR-476, que ligam o estado de São Paulo ao Paraná. “Tomei um pequeno tombo de moto no trajeto, mas levantei e segui em frente”, lembrou o empresário, com um humor e energia cativante.
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