Coluna Inspiração

A dor da perda

Perder alguém que nos era muito importante e até mesmo ver sonhos serem destruídos de um momento para o outro, causa uma grande revolta no nosso coração. Sei que as coisas não estão sendo fáceis com tudo que tem acontecido no mundo, mas eu acredito que devemos conseguir forças para superar e compreender as adversidades.

Nunca estaremos preparados para ver partir as pessoas que mais amamos. É preciso chorar e viver esse luto o tempo que for necessário para cada um, podemos falar, ler, trocar experiências e, principalmente, não ter vergonha da nossa dor. Ela não é exagerada, ela é do nosso tamanho! E é transitória. A sombra da perda pode ficar em nós, mas a dor pode ser amenizada. As pessoas próximas podem acolher, procurar compreender, prestar solidariedade e estar para ajudar apenas com um ombro amigo ou palavras de alento.

A dor é feroz, eu sei. Parece que o ânimo para continuar simplesmente foi embora, desapareceu para jamais regressar. Mas sabe, felizmente o tempo cura algumas feridas, basta que deixemos que ele nos ajude.

Prefiro pensar que o céu ganhou mais um anjo que irá sempre olhar por você.

Nossos laços de amor jamais se perderão com a perda do corpo físico, as lembranças estarão vivas para sempre. Hoje pode ser com muita dor e sofrimento, mas amanhã, quem sabe, serão bons momentos lembrados com a pessoa que perdemos.

Mantenha a esperança viva!

Vou citar um texto que com certeza poderá acalentar o coração de todas as pessoas que já perderam alguém muito querido. Trata-se da adaptação de um texto do escritor britânico Henry Scott Holland, “Death Is Nothing At All” é o trecho de um sermão proferido pelo cônego Henry S. Holland na Catedral de São Paulo, Londres, em 15/05/1910. Este trecho – só que em forma de verso e ligeiramente modificado – é muitas vezes atribuído a Santo Agostinho. A confusão talvez se deva ao fato de que o texto de Holland guarda evidentes semelhanças com uma das cartas escritas por Santo Agostinho no Século IV (a carta 263, endereçada a Sapida) mas com  grande frequência, porém, a composição é atribuída a Santo Agostinho; independente de quem tenha escrito, o poema é muito bonito!

A morte não é nada.

Apenas passei ao outro lado.

Eu sou eu. Tu és tu.

O que fomos um para o outro ainda o somos.

Dá-me o nome que sempre me deste.

Fala-me como sempre me falaste.

Não mudes o tom a um triste ou solene.

Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.

Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.

Que o meu nome se pronuncie em casa

como sempre se pronunciou.

Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.

A vida continua significando o que significou,

continua sendo o que era.

O cordão de união não se quebrou.

Porque eu estaria fora de teus pensamentos

apenas porque estou fora de tua vida terrena?

Não estou longe,

Somente estou do outro lado do caminho.

Já verás, tudo estará bem.

Redescobrirás o meu coração,

e nele redescobrirás a ternura mais pura.

Seca tuas lágrimas e se me amas,

Não chores mais.

Fiquem bem!

E até a próxima.

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