Publicado em 30/04/2021 as 10:00pm
Dedicação à cultura brasileira: Clyde Bullard fala dos muitos anos de serviços prestados à cultura brasileira
O Com simpatia contagiante o nos falou de seu envolvimento com a comunidade brasileira e também de seus novos projetos culturais.
Por Selma Kamin
Nascido no Harlem (New York), Clyde Bullard dedica-se às mais diferentes atividades. É mágico (chegou a ser considerado um dos melhores ilusionistas do mundo), baixista, compositor, instrumentista e produtor musical, trabalha no Flushing Town Hall no Queens, por 22 anos, como Produtor de Jazz e Jazz Curator e tem produzido mais de 500 shows no teatro.
Em comemoração ao Dia Internacional do Jazz em 30 de Abril com a Produção de Bullard, o Teatro do Flushing Town Hall apresenta uma transmissão ao vivo ás 7pm (20:00 horas no Brasil) o concerto “Lembrando o Passado e Celebrando o Futuro” estrelado pela Louis Armstrong Eternity Band de David Ostwald : com David Otwald, tuba, líder da banda ; Joe Boga, trompete; Will Anderson, sax alto e clarinete; Dion Tucker, trombone; Arnt Arntzen, banjo ; Alex Raderman, bateria. Este concerto homenageará o legado histórico do jazz que faz parte do bairro de Queens e também celebrará a próxima geração de músicos de jazz que o Flushing Town Hall tem apoiado e encorajado com seus Louis Armstrong Legacy Monthly Jazz Jam (Orquestra de Jazz do Flushing).
O público pode comprar ingressos online e sintonizar no You Tube para uma apresentação ao vivo. Após o show haverá uma palestra também ao vivo com um artista e um Q&A (Perguntas e Respostas) moderado por Bullard. Os ingressos estão disponíveis em flushingtownhall.org.
Clyde Bullard é filho do executivo da Atlantic Records, Clarence “CB” Bullard, que ajudou as carreiras de Paula Abdul, Aretha Franklin, Roberta Flack, Os Rolling Stones e Donny Hathaway, entre outros. Seu tio é Bill Withers, o cantor e compositor do Grammy Winning que escreveu “Lean on Me”. “Toda minha responsabilidade e capacidade no mundo da música como músico e como produtor musical eu devo ao meu pai “CB” Bullard e meu Tio Bill Withers, que mostraram para mim a magia de viver com a arte musical”, disse Bullard.
Bullard é um baixista profissional que começou sua carreira trabalhando para a produção de “Two Gentlemen of Verona”, de Joseph Papp Shakespeare Festival Touring. Clyde já tocou em produções de "Two Gentlemen of Verona", "Hair", "The Wiz", "Pippin", "A Chorus Line", "Amen Corner", "Borbulhante Brown Sugar", "Godspell".
Durante sua ilustre carreira, atuou por 17 anos como baixista do Boys Choir of Harlem e com notáveis como Eddie Murphy, Luba Mason, Ben Vereen, Donna McKechnie, Julie Budd, Gloria Gaynor, Beth Carvalho, ZeZe Motta e Jair Rodriquez, Martha Wash, The Weather Girls ”The Delfonics, e Cuba Gooding & The Main Ingredient, e tocaram na Casa Branca.
Clyde Bullard atua como palestrante do Conselho de Artes do Estado de Nova York, administra a melhor turnê de jazz da cidade de Nova York e fundou a The Queens Jazz Orchestra em 2008 com o mestre e maestro do NEA Jazz Jimmy Heath.
Em seu trabalho como produtor musical é fácil identificar a predileção pelo jazz, blues, reggae, gospel e especialmente pela música brasileira. Clyde Bullard já dividiu o palco com estrelas da MPB como: Zeze Mota, Beth Carvalho, Jair Rodrigues, Tania Alves, Gilberto Gil, Marco Figueira, Nego gato, Velli Bahia. Instrumentista virtuosíssimo, Clyde toca com a alma e costuma dizer que tocar contrabaixo é sua maneira de se comunicar com o mundo. Ele já produziu vários shows brasileiros no teatro Flushing Town hall fez NY sacudir ao som de música baiana, capoeira, samba e MPB. Em 2018 foi convidado especial para tocar no Brasil em Salvador – Bahia e São Paulo com Velli Bahia.
Recentemente Bullard produziu no Flushing Town Hall o projeto “Trilogia da História Negra”, em comemoração ao mês da História Negra que acontece todo mês de fevereiro nos Estados Unidos. Foi uma série de 3 partes de performances da Broadway apresentando a música de discursos de artistas negros influentes entre eles; Alton Fitzgerald White estrelou nos programas de sucesso da Broadway, “Ragtime” e atuou mais de 4.000 vezes como Mufasa, “rei da selva”, na produção da Disney de “O Rei Leão” e também com “Divine Sass: um tributo à música, vida e legado de Sarah Vaughan” com apresentação da atriz e cantora Lillias White, ganhadora do prêmio Tony Award; e André De Shields ator do musical da Broadway,”The Wiz, Ain’t Misbehavin,’ ganhador do prêmio (Emmy Award), Play On! (Tony Nomination) entre outros.
Ao longo dos anos Queens tem sido uma meca para músicos de jazz.
“Desde que Clarence Williams, músico e produtor e editor musical de Louziana Bayou, comprou uma casa e oito lotes adjacentes em 1923 na Jamaica, o êxodo de grandes músicos de outros lugares começou”, disse Bullard. “Eles se mudariam por todo o Queens”.
Ícones do jazz como John Coltrone, Dizzy Gillespie, Fats Waller, Chick Corea, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Lena Horne, Mildred Bailey, Count Basie, Buddy Rich, Tony Benett, Benny Goodman e Glen Miller em algum momento ou outro chamaram o Queens de casa.
“Eles são os arquitetos do vernáculo do jazz que ainda está sendo usado e estudado em universidades ao redor do mundo”, acrescentou. “Os artistas de jazz mais novos estão empregando o que aprenderam com os mais velhos, modificando-o e mantendo a boa música no ar”.
A missão da Orquestra de Jazz do Flushing Town Hall é apresentar a música às novas gerações. “Nosso Jazz Jam mensal administrado pela saxofonista Carol Sudhalter honra nosso passado e está contribuindo para novos virtuoses em potencial”, disse Clyde Bullard.
A pandemia lançou bolas curvas no mundo da música, mas Ostwald e Bullard estão determinados a manter viva as oportunidades criativas. “Muitos locais que antes apresentavam música ao vivo fecharam", disse Bullard. Mesmo antes da pandemia, nunca havia locais suficientes para empregar todos os músicos e artistas em determinado dia”.
Clyde Bullard segue com seus projetos e com grandes novidades como músicas ao vivo brevemente.