Coluna Saúde da Mulher

Dia das Mães - Permita Se Amar de Novo.

O dia das mães se aproxima e junto uma carga de emoções se mistura às inúmeras homenagens prestadas a figura mais significativa e poderosa de todas, as mães. Gestos de carinho, presentes dos mais simples aos mais luxuosos, cartões repletos de palavras doces e amorosas para aquela que mais representa a sublimidade do ato mais lindo, que é proporcionar a vida e se dedicar por ela todos os dias. Mas se ser mãe é tão bom assim, porque tantas se queixam da maternidade? Chegou a hora de nós mamães pararmos para cuidar da nossa saúde, já que somos especialistas em fazer isso por nossos filhos.

Queixas de muitas mães - Se você  já teve a oportunidade de conversar com  mães de primeira viagem sabe que os assuntos são muito parecidos. Quando recebemos nos braços aquele ser ainda desconhecido junto vem uma caixinha de surpresas. Poder compreender como se identificar e se comunicar com o bebê, poder atender todas as necessidades e ainda se manter “linda” e “maravilhosa” é quase impossível. Quando aquele ser tão pequenino, já tão cheio de demonstração da própria personalidade e que não vem acompanhado de um manual de instruções muda a sua história completamente, a única coisa que resta é se render; ao mesmo tempo; aos encantos, quanto aos desafios da maternidade.

Mas se é tão encantador ser mãe porque tantas queixas acompanham os diálogos de tantas mães?

Será que no fundo somos tão incapazes de amar e aceitar o outro, mesmo que esse seja um “pedacinho” de nós mesmas? Talvez a resposta seja que existe uma cobrança desleal e injusta para nós como mãe. Quem disse que seríamos felizes até que a “morte nos separe”. Isso não é frase feita para a hora do altar? Será que essa cobrança não nasce das nossas entranhas juntos com os nossos filhos e somos nós que ajudamos a perpetuar essa teoria?

Não, ser mãe não é significado de felicidade máxima garantida para o resto da vida. Assim como os filhos não vem com manual de instruções, eles também não possuem garantia. Se não der certo" não tem direito a devolução e pior a culpa é nossa" como mãe. Ai que horror! Que frase cruel, mas é essa a realidade que escuto nas conversas entre mães de todas as idades. Não importa se você foi mãe aos 20 anos ou se já é vovó de 70 anos, todas nós sabemos muito bem onde dói escutar tantas críticas e receber tanta cobrança.

Claro que cada etapa da vida dos filhos se difere e por isso as dúvidas e queixas das mães também. Hoje eu tenho outros questionamentos se comparado com quando meus filhos eram bem pequenos. A maturidade e a experiência me ajudaram para que eu aprendesse algumas coisas. É necessário que nós como mães possamos nos unir ainda mais para apoiarmos uma as outras que devemos abrir mais o diálogo entre nós e em casa também. Avaliando as queixas mais comuns entre as mães percebo que muitas dessas dificuldades são alimentadas por nós mesmas. Somos responsáveis por contribuir para a construção de seres viventes que pensam e agem por si só. Somos responsáveis quando as coisas dão errado e assistimos de camarote quando tudo dá certo. E sei que, assim como eu, você  não fica sonhando com o cartão dos dias das mães entregue pela as mãos se seus filhos e filhas, mas você batalha duro para proporcionar tudo de melhor para aquela criatura mais especial da terra. Mesmo assim, porque nos queixamos tanto? Para entender melhor veja algumas das principais queixas feitas por mães de fases diferentes da vida.

Mães de primeira viagem - depravação do sono (58%), estresse (54%), dificuldade para aceitar o corpo após a gravidez (64%), aumento de despesas e falta de condição para pagar uma babá ou creche, pouco tempo para fazer o que lhe dar prazer, falta de apoio e conhecimento para cuidar do bebe (69%). fonte Ask Wonder (What are the top complaint for moms in the US?, 2017)

Mães de crianças na fase escolar - Cuidados com alimentação, preocupação com bullying sofrido na escola (60%), segurança, cansaço físico e mental, dificuldade de comunicação com os filhos, filhas e companheiros; críticas externas, pouco tempo para fazer o que gosta.

Mães de filhos adolescentes - rendimento escolar dos filhos, dificuldade extrema de comunicação (nessa fase, "já não sabemos de mais nada e nos tornamos objetos descartáveis"); receio de envolvimento com drogas, álcool e a famosa gravidez indesejada, medo de algum ato violento contra os filhos e filhas, preocupação com o rendimento escolar e escolha de carreira (isso quando escolhem).

Mães de jovens adultos - quando finalmente vão ser independentes, relacionamento amoroso, e todas as outras queixas anteriores.

Mães de filhos “criados” - TRABALHO DOBRADO.

Portanto mamãe, meu desejo é que você aprenda a valorizar o cuidado da sua saúde e do seu futuro, mesmo quando isso parecer ser quase impossível. Encontre uma forma de se desprender do peso das expectativas. Nós somos responsáveis por mantê-los vivos e nutridos, o resto é com eles. Você  pode e deve dar o melhor de si mas não se perca cumprindo com o seu maior papel. Lembre-se que muito antes da maternidade você sempre foi alguém de muito valor. Sua vida tem valor mesmo que você  não seja mãe e vai continuar sendo quando os filhos partirem para o voo  da vida. Descubra novamente as suas asas, conheça novos ares, perceba novos caminhos. Reavalie suas prioridades pois chega um tempo em que deixamos de ser a “pessoa mais importante” e voltamos a ser nós mesmas sem jamais sermos quem já fomos um dia. A maternidade transforma, mas a vida também. Continue sendo um canal de amor e amparo, mas descubra algo novo para transformar. O mundo precisa de você, sua família, seus filhos e filhas precisam de você , porém você também necessita ter um encontro com essa mulher por de trás dos cargos e compromissos que a vida te proporcionou. Feliz dia das mães e parabéns por ser essa mulher para sempre tão especial.  Obrigada mãe, obrigada meus filhos e minha filha, obrigada Deus!

Coluna Saúde da Mulher

Lidia Ferreira

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