Coluna Wendel Stein

Qual o futuro que queremos?

            A pandemia fez muita gente pensar no passado, no presente e no futuro. Reflexões que podem fazer grandes diferenças no futuro dos países, e sobretudo do Brasil. Será que não temos o futuro que queremos para o Brasil pelo fato de não sabermos o que queremos? Pois todas as vezes que temos um foco, ele aumenta e fica mais perto da realidade de concretização. Não podemos se acostumar com as indiferenças, devemos fazer as mudanças.

            Em 2014, perto da comemoração da quaresma, o Papa Francisco admitiu que a humanidade se acostumou a situações de miséria e o sofrimento humano. “Habituamo-nos à violência, como se fosse uma notícia diária normal; habituamo-nos a irmãos e irmãs que dormem na rua, que não têm um teto para se abrigar. Habituamo-nos a refugiados em busca de liberdade e dignidade que não são acolhidos como deveriam”, concluiu o pontífice.

            Uma das conceituações da pobreza é a privação do que se faz necessário para o bem-estar no aspecto material, notadamente alimentação, vestimentas, habitação e demais ativos. Mas também a pobreza em seus aspectos psicológicos, que faz das pessoas mais necessitadas, elementos mais vulneráveis a humilhação e mais distantes de todo tipo de participação da sociedade.

            Fenômeno semelhante a esse, são referentes a tragédias e epidemias, hoje ainda estamos no Brasil com cerca de 3 mil mortes diárias causadas pela Covid19 e já vi conhecidos comentarem frases como estas “Uai, já tivemos 4000 mortes por dia, então está melhorando”. A imprensa falha em ser mais impactante nas informações, pois três mil mortes por dia enchem 3 novos cemitérios por dia.

            A humanidade ainda está em busca de sua identidade, tentando se reencontrar, errando, acertando e errando novamente. Mas podemos ser a chave de ignição da mudança, não com dinheiro, mas com ideias que se transforma em ação para fazer a mudança, reduzir as injustiças e desigualdades sociais. Uma corrente do bem em prol da mudança, como foi a união mundial dos cientistas que em tempo recorde desenvolveram as vacinas contra a Covid19.

            O saudoso professor Piarluigi Piazzi disse uma vez em uma entrevista que “A humanidade tinha a tecnologia para desenvolver a borracha vulcanizada a muito tempo, mas só a criou quando foi preciso”, o que ele quis dizer é que podemos fazer a mudança, se a gente tiver consciência daquilo que queremos mudar.

            E aí, leitor, quem quer começar?

Wendell Stein é cineasta, jornalista e escritor profissional. É colunista do Brazilian Times. E-mail – wendellstein@me.com

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