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Publicado em 23/06/2021 as 9:30pm

Coluna Arilda Costa

Entrevista com a Chef Karen Salinas diretamente do México Esta semana minha entrevista é...

Entrevista com a Chef Karen Salinas diretamente do México

Esta semana minha entrevista é direta do Mexico. Estou passando um tempo em Querétaro e durante este período tenho observado várias similiaridades da imigração brasileira neste país, com aquela Americana. Como todos imigrantes, a busca é sempre por um sonho, e a esperança de uma vida melhor.  A realidade aqui porém é bem diferente daquela dos Estados Unidos e está bem mais próxima daquela Brasileira. 

O México é um país de cultura milenar e belezas naturais de perder o respiro. O país é a quinta maior das Américas e um dos mais procurados por turistas de todo o mundo por suas praias estonteantes, de pura beleza. Similar ao Brasil, temos aqui o grande problema da violência e das ameaças do tráfico, e a corrupção disseminada. Mas esta é outra história.

Vamos ficar com a parte do México, um lindo país que tem também imigrantes brasileiros em busca de uma vida melhor. 

Estou me entrosando com a comunidade brasileira por aqui e escutando as histórias que cada um tem para contar. A Karen Salinas, por exemplo, é uma Chef de cozinha, especializada em doces. Mas não qualquer doce, pois os que ela faz são diferenciados e irresistíveis. Ela trabalhou, estudou, fez muitas pesquisas e há anos montou uma empresa que esta crescendo e conquistando o paladar de seus exigentes clientes.

Você poderia, por gentileza, falar um pouco de você, da sua origem no Brasil, estado, cidade.

Nasci em São José dos Campos-SP e vivi minha infãncia até 8 anos em Jacareí, uma cidade bem pequena por onde passava o trem no meio da praça. Me lembro das escolas que frequentei, Chapeuzinho Vermelho e Príncipe.

Outras lembranças que eu tenho na memória eram as festas do final de ano. Isso me marcou porque até hoje adoro festas e gosto muito de me fantasiar para me divertir.

- Como foi a mudança de país para você? Sua primeira impressão e qual era sua expectativa quando você chegou?

Chegando aqui, percebi logo grandes diferenças. Toluca é um estado muito frio. O idioma me tirava do sério porque as pessoas falavam muito rápido, e era uma grande frustação não conseguir entender. Fiquei impressionada de perceber que toda a comida era muito apimentada. Na culinária do México usam pimenta até em alguns doces. No ínicio creio que todo mundo percebe esta diferença na comida. Requer um tempo e um  processo de adaptação. Não tinha nenhuma expectativa no sentido de que não foi uma escolha minha. Eu era uma criança.

- Conta um pouco mais.

A decisão foi da minha família por uma questão de trabalho. Com 8 anos de idade você ainda não tem escolha. Vim para o México porque meu pai, na época, trabalhava como engenheiro mecânico e aceitou trabalhar neste país. Ele era encarregado de montar plantas industriais, e foi contratado por um prazo de 4 anos. Depois do tal contrato, a gente acabou ficando.

- Como você viveu este processo de adaptação?

No início foi complicado. Não tinha amigos, e não interagia muito com o mundo. Tive muita dificuldade na escola com o espanhol. Eu entendia mas não sabia me comunicar e então tentava me virar falando em português. Foi também um periodo difícil com os professores. Me fizeram repetir o ano letivo para aprender o idioma. Em casa não conseguia falar minha língua nativa porque por ordem dos professores eu tinha que falar espanhol o tempo todo. Claro que eu me confundia, se eu escrevesse à mão, eles me desaprovavam.

- Neste período no México, quais foram as lições mais importantes que a vida ensinou?

Como dizia Darwin "não é o mais forte o que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta ás mudanças" então precisamos nos adaptar as mudanças e as circunstâncias. Temos sempre que seguir em frente. O México me ensinou a ter coragem.

- O que você mais gosta do lado profissional e pessoal morando no México?

Eu realmente gosto de mexicanos, eles são engraçados, gentis, carismáticos, alegres e confiáveis.

- Fale um pouco, por gentileza, do seu trabalho?

Trabalhei 16 anos em empresas industriais mexicanas, americanas e alemãs e ganhei muita experiência. Minhas atividades eram várias, mas sobretudo atendendo aos clientes. Foi desenvolvendo este trabalho que adquiri o aprendizado para aplicar na minha empresa. Foi sem dúvida, uma ótima escola. 

A história começou com a minha insatisfação de trabalhar para os outros, e muitas vezes de ser até maltratada por chefes desrespeitosos. Acontece muito. Pensei que não queria mais aquela situação de empregada. Precisava encontrar uma solução e então comecei a pensar quais seriam as minhas possibilidades para viver de um trabalho independente. 

Sabia que podia fazer muita coisa mas queria abraçar alguma coisa que me dava prazer. Então pensei que a minha mãe sempre fez doces fantásticos. Ela é uma doceira de mão cheia, e eu sempre gostei de ajuda-la. É algo que eu realmente amo fazer.  Um dia, fazendo brigadeiros com ela, me veio na cabeça claramente que era isso que eu queria fazer. Sobremesas! Ela foi então a minha inspiração neste sentido.

Comecei fazendo os famosos "brigadeiros brasileiros". Grande sucesso! Atualmente as opções de doces são variadas mas todos são irresistíveis e deliciosos para satisfazer o paladar e as exigências dos meus clientes. Faço bolos tradicionais ou temáticos de acordo com a escolha e o tema da festa. O cliente pode sugerir e criar seu próprio sabor, recheio, e decoração, de acordo com o gosto.

Em 2019 me empenhei em um trabalho de pesquisa com outros sabores e receitas internacionais. Lancei no mercado as sobremesas sul-americanas, pois comecei a conhecer muitos estrangeiros e pude perceber como eles sentiam falta do sabor, e da culinária do próprio país. É um trabalho de psicologia também. Procuro resgatar nos meus doces e oferecer aos meus clientes lembranças da infância, das sobremesas que eram servidas em casa, nas celebrações, feito pelas mães ou pelas avós. 

Meu novo projeto é a "rota das delicias" onde oferecemos diretamente em casa, ou na empresa, um delicioso café da manhã para confraternização, encontro e ou reuniões. Preparamos tudo. 

A ideia é levar doces, alegria e comodidade nos encontros de família ou empresariais. Se não podemos viajar, ou voltar no tempo,  que tal saciar o paladar e criar lembranças felizes? Vamos até o cliente.

- Do Brasil, quais são as lembranças melhores?

Os lugares, a rua onde eu morava e pelas quais eu passava. Ficou em mim a lembrança da alegria, os aromas e o sorriso fácil das pessoas, as escolas que eu freguentei e meus colegas de classe. Além dos eventos musicais que aconteciam. Minha cultura é mixta. Tenho sangue Brasileiro, Chileno e Mexicano. Tenho comigo porém que toda esta mistura foi muito enriquecedora na minha vida.

- Experiências inesquecíveis que você já viveu neste pais?

Altruísmo, o México me ensinou a ação de doar, de ajudar os outros. Atualmente colaboro há alguns anos em um orfanato para crianças abandonadas, aqui em Querétaro. Me alegra o coração poder fazer a minha parte e dar a minha contribuição. É uma atividade que me preenche.

- O que você gostaria de dizer para brasileiros que sonham em imigrar para o México?

O melhor seria vir como profissional, com um diploma. Centrar no que quer fazer e ser objetivo. Se possível venha já com um contrato assinado, e guarde dinheiro para os tempos de "vacas magras". Vivemos tempos incertos.

Pensamento positivo ajuda muito. Tenha fé em Deus e você vai conseguir porque é assim que as coisas acontecem.

- O que que mais você aprecia neste país e se um dia for embora vai morrer de saudades?

Algumas coisas na culinária vou sentir muita falta seguramente. Amo "frango com mole", água jamaicana e muito mais. Vou ficar com saudades dos meus amigos, e claro, da minha família.

- O que você definitivamente não gosta e não consegue se acostumar?

Como os brasileiros, alguns mexicanos também não são muito pontuais.

- Quais são seus planos para o futuro?

Amo o México, posso viajar de férias para qualquer outro lado do mundo mas este país ficou enraizado dentro de mim. Gosto tambem da idéia de ir morar em Amsterdã, mas teria que pensar muito. Aqui tenho minha casa, minha vida. Conheço os lugares típicos para fazer compras, e me divertir. Minha família está aqui. A única razão que eu poderia me mudar seria, talvez, seguindo um grande amor. Por outra razão eu teria que pensar, analisar e ponderar.

- O que você gostaria de dizer que nem todo mundo sabe sobre você?

Sou uma pessoa honesta e fácil de lidar. Escolho os meus amigos com cautela porque é muito importante para mim que tenham os valores que os meus pais me incutiram. Não consigo dançar samba como a maioria das pessoas acham só pelo fato que sou também brasileira. Muito obrigada Karen!

Obrigada você! Foi um prazer ser entrevistada para o Brazilian Times. Quem quiser me encontrar e prestigiar o meu trabalho aqui estão minhas redes sociais: FB @KarenkaReposteria e IG @karenka_reposteria

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