Coluna Saúde da Mulher

Obsessão Não É Amor

A Coluna Saúde da Mulher está refletindo durante esse mês os diferentes tipos de obsessão. Como entender quando o desejo por algo ou alguém ultrapassa o limite da sanidade podendo até se tornar perigoso? A pergunta que eu desafio a você responder é: como identificar quando o amor excessivo que leva a obsessão doentia pode colocar a vida em risco?

 Os vários exemplos de amor obsessivos.

“Ele controlava meu dinheiro quando estávamos juntos. Dizia que por ele ser homem e meu namorado saberia o que era melhor para nós dois.” @MASELENUNCAMEBATEU (extraído)

No Brasil, durante todo o mês de agosto é dedicado ao combate da violência doméstica contra mulheres. Como não poderia deixar de ser, onde existem relações com maior número de evidências da obsessão doentia são nas relações “amorosas” um terreno fertil, perigoso e extremamente desafiador; tanto para as vítimas quanto para parentes, amigos e também para a sociedade como todo.

O exemplo citado acima foi exposto na página do Instagram de uma comunidade que denuncia tanto a sutileza quanto a crueldade de abusadores de mulheres que usam de armas tão frias quanto uma arma branca. Enquanto isso, os abusadores demonstram um coração gelado como um iceberg. Ao contrário que está acontecendo, devido o super aquecimento global, que vem provocando o aumento da temperatura, um coração doente e frio de um abusador; na maioria das vezes, mesmo depois de várias tentativas; não é capaz de se desfazer da maldade que congela os relacionamentos chegando até a matar suas vítimas com a frieza de suas próprias mãos. 

É importante ressaltar, que muitos dos casos de abusos são cometidos por homens que se dizem amar excessivamente as suas vítimas, jogando sempre a culpa na mulher. Com desculpas diversas como: “eu só quero te proteger”, “esses seus amigos não servem para você”, “você precisa de mim para ser alguém"; ou até chegam a levar muitas mulheres a acreditar que “eles não vivem sem o seu amor”, “que morreria se você me abandonasse”, “eu me mato se você  for embora”.

Essas são algumas das frases que centenas de milhares de mulheres já escutaram diversas vezes de seus abusadores que dizem que amam demais e por isso agem assim. Nesse caso mulher, abre o seu olho, pois amor não é: controle, super proteção, isolamento, regras doentias, sexo sem consentimento, palavras que pertubam, poder ou falta de controle, desvalorização das suas vontades, domínio do seu dinheiro, e etc.

Mas não são só os homens abusivos “amam demais”, não são só os homens que destroem os relacionamentos por estarem dominados pela obsessão, muitas mulheres também possuem um comportamento extremamente prejudicial tanto para si mesma quanto para com quem se relaciona. Sim, mulheres que “amam” demais precisam buscar ajuda, assim como as mulheres que convivem com homens obsessivos. O objetivo principal da Coluna Saúde da Mulher é levar você a refletir como está a sua saúde de uma forma geral e nesse caso faço essa pergunta para você, como está a sua saúde mental?

Se me permite eu vou além, como está a sua vida amorosa começando consigo mesma? Se você  acredita que “precisa dele para ser feliz” ainda não descobriu quem você  verdadeiramente é. Se você vive em função de uma relação amorosa pois significa “tudo para você “ ainda não conhece o seu valor de verdade.

Já que permitiu, eu peço licença para prosseguir perguntando com a intenção de ajudar a pensar como vai você. Você acredita que a necessidade de procurar saber: com quem seu “amor” conversa ou troca mensagem ao telefone; se seu “amor” não responde ou atende imediatamente suas ligações possivelmente porque está fazendo algo de errado; que seu “amor” sorriu para alguém com segundas intenções e por isso gostaria de ter o poder de ler os pensamentos; se gostaria de seguir o seu “amor” só para saber o que faz na sua ausência; se faz “tudo para o seu amor” por que merece muito mais do que você ? 

Se você  respondeu sim para mais de três das perguntas acima eu incentivo a você continuar completando a frase a seguir.  Eu não tenho necessidade de fazer essas coisas como sinto uma angústia enorme pois sou dominada por esses pensamentos e atitudes, por isso eu posso até admitir que meu comportamento seja ……

O Amor que Liberta

Não existe amor algum que leve alguém a perder a liberdade de pensar e ser quem você  é. Não existe amor capaz de desvalorizar o amor próprio que possa ser chamado de relação saudável. Não deve existir uma relação amorosa que seja capaz de superar o amor e admiração que você sente por si mesma. Não existe amor que é demonstrado por um controle absoluto de seus passos, atos, sentimentos, vontade, sonhos e autonomia. Até o amor de Deus é manifestado em poder sermos livres para fazer as nossas escolhas. Ate esse amor incondicional nos permite o livre arbitrio, ou seja, somos nos que determinamos qual escolha tomar.

O amor verdadeiro respeita, não julga, não desfaz, não envaidece, não oprime, não controla, não causa mal. Caso você viva controlada por um amor obsessivo como vítima ou como obcecada, PROCURE AJUDA.  Muitas mulheres morrem por dia por causa de serem “amadas demais”.

Coluna Saúde da Mulher

Lídia Ferreira

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