Declínio na imigração ameaça crescimento de regiões em desenvolvimento no Arkansas

O noroeste do Arkansas, onde se erguem as montanhas Ozark, costumava ser um canto sonolento do estado. Sua única reivindicação à fama foi que Sam Walton abriu uma loja de “cinco e dez centavos” em Bentonville. Logo depois ele abriu a primeira loja do Walmart na cidade vizinha Rogers. Os fundadores da Tyson Foods e J.B. Hunt começaram na mesma região, e uma rede de empresas de software mudou-se mais tarde para atender a demanda das grandes empresas por novas tecnologias.

Mas não havia moradores locais suficientes para construir a economia em crescimento. Atendendo ao chamado para trabalhar na produção de aves, transporte, construção e programação de computadores estavam legiões de imigrantes de El Salvador, Ilhas Marshall, México, Índia e outros lugares.

Com dezenas de milhares de imigrantes ajudando a catalisar seu desenvolvimento, a região emergiu como uma das áreas metropolitanas de crescimento mais rápido do país. Cheio de otimismo, o local cortejava os recém-chegados com moradias mais baratas, um museu de arte de classe mundial, restaurantes de luxo e trilhas na floresta para bicicletas.

Mas, à medida que grande parte da economia dos Estados Unidos volta da pandemia de coronavírus, o movimento de imigrantes que por décadas alimentou o crescimento em lugares como o Arkansas começou a estagnar.

Os Estados Unidos experimentaram nos últimos 10 anos a taxa de crescimento populacional mais lenta em oito décadas, de acordo com o censo de 2020, devido à queda nas taxas de fertilidade e à redução da imigração.

O aumento de imigrantes indocumentados na fronteira poderia significar mudanças, mas as imagens enganam. A grande maioria dos adultos que cruzam a fronteira para encontrar trabalho são rapidamente deportados. E o fluxo de imigrantes legais, dos quais as empresas do noroeste do Arkansas também dependem, caiu vertiginosamente desde que a administração Trump reprimiu todos os tipos de imigração com a crença de que trabalhadores norte-americanos estavam ficando sem trabalho.

Agora, os líderes empresariais esperam que o presidente Biden cumpra sua promessa de reformar o sistema de imigração e estabeleça um canal legal para que estrangeiros possam trabalhar no noroeste do Arkansas e em outros lugares que dependem deles.

A Câmara de Comércio dos EUA pediu ao Congresso e à Casa Branca que dobrassem o número de vistos para trabalhadores temporários altamente qualificados no programa H-1B e também para trabalhadores sazonais em setores como agricultura e produção de carne, outro esteio econômico nesta parte do país.

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