Coluna Arilda Costa

Entrevista com a Escritora Anna Luciana Pereira Gouthier

A minha entrevista desta semana é com a escritora Anna Luciana Pereira Gouthier. Ela é filha do Luciano Pereira Filho (conhecido como Doutor Luciano) eminente personagem mineiro cuja vida foi objeto de reportagens de vários jornais e revistas como: Veja, Istoé, e Revista Playboy - acaba de lançar um livro entitulado "Guerreira de Bronze" ou "Bronze Warrior", na sua versão inglesa. 

A autora, A.L.P. Gouthier, passou os últimos 4 anos trabalhando neste livro de 450 páginas escrito inicialmente em inglês e depois traduzido para o português, cuja história inicia-se nos anos de 1930, na juventude de seus pais, e segue através de sua vida pelo mundo afora, voltando ao Brasil durante os tribulados anos de batalha judiciais após a morte do seu pai

- Há quanto tempo você se dedica a escrever livros? Algum projeto na gaveta

para um futuro próximo?

Antes da virada do milênio, escrevi historias relatadas em poesia - material que apresento no meu próximo livro que está pronto para ser lançado - ‘ANASTÁSIA PERSEPHONE, UMA ODISSEIA’, mas que estará disponível ao público somente a partir de 2022. Na época eu achei mais simples começar assim pois ainda não sabia como organizar todo um livro.

- Quais foram seus livros publicados até agora?

Foi somente em 2013 que dei início ao meu primeiro livro em prosa: ‘PINDORAMA E ANTIGAS TRILHAS HUMANAS’. Nesse ponto eu já havia passado vários anos colecionando pesquisa genealógica, que me conduziu cada vez mais ao passado, e isso me despertou o interesse na origem dos povos que habitaram as terras do continente americano e em especial no que um dia se tornou o Brasil. Esse é o tema de Pindorama.

- Qual sua opinião de uma obra para conquistar seus leitores? 

Tenho lido a respeito como certos livros vieram a conquistar público e dizem que esses tinham um pouco de tudo como uma boa história com revelações verídicas, um pouco de escândalo e nomes de celebridades, e aventuras por países diversos ou exóticos. Eu segui todos esses conselhos no caso de meu livro ‘GUERREIRA DE BRONZE’ que está sendo lançado atualmente.

- O seu tema favorito, o que te inspira? Quando você cria um protagonista para o seu enredo quais as características imprescindíveis?

Eu gosto de usar como base uma saga familiar, através da qual eu preencho com fatos paralelos da época, que descubro através de pesquisa. Sempre por traz de meus personagens tem alguém que viveu e sobre o qual eu tive conhecimento de sua história.

- Qual o seu ritual no processo de criação dos seus textos? Qual a importância da capa do livro para você?

Eu sempre começo criando os títulos dos capítulos que seguem em ordem cronológica. Daí eu preencho cada capitulo com a pesquisa já feita. É somente após isso que eu volto ao princípio escrevendo uma história que também conecta os fatos ai já preenchidos. A capa de um livro é importante pois é o que vai ou não inspirar alguém que não tiver mais informação.

- De onde vem sua inspiração? Como você percebeu esta sua vontade e entendeu que seu destino era ser escritora? Quais eram seus passatempos que te levaram a querer contar histórias? Quanto tempo você leva para escrever um livro? O que você escuta enquanto escreve, ou você prefere o silêncio?

Eu detesto conviver com inverdades, que no caso rodearam a minha família e frequentemente foram publicadas em jornais e revistas. Resolvi então ser a minha missão apresentar a outra versão de nossa história para que um dia as calunias não fossem as únicas informações a nosso respeito. Eu sempre escrevo em silencio, através do qual eu consigo navegar pela história que descrevo. A música tende a me levar para lembranças do passado que se tornam demasiado emocionais. Meus primeiros 2 livros demoraram quatro anos cada para escrever e isso inclui a tradução para português, já que escrevo meus originais em inglês.

- Como seus defeitos interferem no que você escreve? Você aprendeu algo com alguma crítica? Se aprendeu, isso mudou o seu jeito de escrever?

Como escritora temos que nos policiar para não escrever aquilo que possa ser ofensivo para qualquer pessoa, mesmo usando subtítulos. E assim, quando escrevendo sobre algum assunto delicado, tenho que rever várias vezes e inclusive passar o texto por critica externa, até que esteja apresentável para o grande público.

- De onde vêm os seus personagens?

Meus personagens geralmente são familiares ou pessoas que conheci ou ainda sobre as quais ouvi contar histórias.· Como o meu 1o livro, PINDORAMA, cobre em princípio da pré-história até 1600, e a GUERREIRA DE BRONZE vai de 1930 a data presente, meu próximo livro a SAGA DO HORIZONTE, cobrirá o período intermediário entre 1700 a 1940. Neste eu tentarei fazer viver antepassados que vieram de muitas partes do mundo para se encontrar um dia em Belo Horizonte, daí o título.

- Três coisas que ainda estão na sua lista de desejos? Qual é a parte mais fácil e a parte mais difícil de escrever um livro?

Eu vivo para realizar minhas metas. Cada ano que passa eu executo planos para me levar a próxima etapa planejada. O mais fácil sobre escrever um livro é idealiza-lo, e a mais difícil é de torna-lo algo de qualidade literária.

Quem você diria que são seus antepassados literários - aqueles de quem você aprendeu mais? 

Eu só tive uma antepassada literária, que foi conhecida como Helena Morley e escreveu ‘Minha vida de menina’, mas o que me levou a aprender a escrever foi ler. Ler muito. Tenho vários autores favoritos mas entre eles estão Somerset Maugham e Graham Green.

- O que seus textos trazem como inspiração para outras pessoas?

O mais importante para se tornar um escritor(a) é de nunca desistir e estar sempre tentando melhorar o seu estilo literário através da leitura de livros de boa qualidade. Assim eu não um melhor ou um pior momento pois esse é um processo continuo através da vida. A.L.P. GOUTHIER

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