Coluna Wendel Stein

William Shatner no espaço

                É comum, a ficção científica acertar futuras invenções e descobertas científicas, pois ela reflete os sonhos, medos e esperanças de um mundo ainda não alcançado. Muitas pessoas decidiram se tornar cientistas, professores e até astronautas graças a filmes, séries e livros de ficção científica.

                Jornada nas Estrelas (Star Trek) foi e é uma das séries mais significativas de todos os tempos, seja pelo seu aspecto cultural, sociológico, filosófico e científico. Foi criado nos anos 60 por Gene Roddenberry para a televisão, foi para o cinema, para os quadrinhos, para a literatura e gerou infindáveis produtos e subprodutos com a marca.

                Star Trek previa um futuro onde não existia dinheiro e a tecnologia e exploração espacial servia para a melhoria e evolução na vida na terra, em um mundo pacifico, sem guerras, e onde a terra fazia parte de uma Federação de Planeta Unidos, onde existia a colaboração e participação de várias raças inteligentes interplanetárias. Neste mundo, vimos os primeiros celulares, tablete, computadores inteligentes e técnicas de realidade virtual aumentada. Em níveis culturais, a série protagonizou o primeiro beijo inter-racial da história da televisão, além de proporcionar a visão de mulheres de liderança a bordo das naves.

                No meio de tudo isso, voltamos ao personagem que deu origem a isso tudo, Capitão James Tiberius Kirk, interpretado nos Anos 60 por William Shatner. O ator canadense, 55 anos após interpretar o personagem, foi o homem mais velho (90 anos) a viajar ao espaço, a bordo do foguete New Shepard, da empresa Blue Origins. Um passeio de apenas dez minutos mais que entrou na história, e é claro para o Guinness Book. Um pouco antes da decolagem, Shatner declarou que estava aterrorizado. “Realmente eu estou aterrorizado, eu sei. Mas eu sou a P. do Capitão Kirk”, concluiu.

                A viagem correu perfeitamente, e foi muito significativa para os fãs da série e para própria comunidade científica. Shatner olhando para o espaço e se maravilhando com a terra, foi um colírio para os olhos e um fio de esperança para o futuro da humanidade e da exploração espacial.

                Wendell Stein é jornalista, escritor e cineasta. É colunista do Brazilian Times. E-mail: Wendellstein@me.com