Publicado em 23/12/2021 as 11:00am
Coluna Arilda Costa
Entrevista com o escritor Roberto Amado Roberto Amado é jornalista e escritor, atividades...
Entrevista com o escritor Roberto Amado
Roberto Amado é jornalista e escritor, atividades que exerce há mais de 40 anos. Ao longo desses anos, trabalhou na grande imprensa paulistana e publicou seis livros — romances e reportagens. Foi representante brasileiro no International Writing Program na Universidade de Iowa, premiado pelo Ministério da Cultura com projetos literários e finalista do prêmio Jabuti. Atualmente faz doutorado em literatura na FFLCH/USP com uma pesquisa sobre o Romance de 30. Nasceu no Rio de Janeiro mas mora em São Paulo. É sobrinho de Jorge Amado, irmão do seu pai.
Há quanto tempo você se dedica a escrever livros?
Comecei a escrever, as primeiras incursões na literatura, aos 15 anos. Eram textos soltos, sem formato, mas curiosamente, não eram depoimentos relacionados à minha vida. Eram personagens fictícios. Eu sempre quis fazer ficção. No caminho, no entanto, ocorreu um desvio. Eu entrei em biologia na USP e, depois de dois anos, cedi aos meus impulsos de escritor, larguei a biologia e fui fazer jornalismo como uma maneira de conciliar minha vocação à minha profissão.
Qual o seu ritual no processo de criação dos seus textos?
Escrever romances exige disciplina. É preciso trabalhar muito. Quando estou escrevendo um livro, eu determino um horário para começar e acabar e obedeço esse horário rigorosamente. Antigamente era de noite e madrugada. Hoje, prefiro a partir do meio da tarde até umas 22 horas. A idade já não permite abusos.
O que você escuta enquanto escreve, ou você prefere o silêncio?
Não escuto nada. Música me atrapalha terrivelmente.
Quanto tempo você leva para escrever um livro?
Depende do livro. Esse mais recente, "Jorge Amado, meu tio", escrevi em nove meses. Mas depois, antes de editar, precisei reescrever algumas partes e levei mais três meses para finalizar. O meu segundo romance, me consumiu três anos. Naquela época não havia computador. Hoje, talvez, eu teria escrito em menos tempo.
Como você percebeu esta sua vontade e entendeu que seu destino era ser escritor?
Apesar de eu entrar na biologia, na verdade eu só pensava em literatura. Lia muito, escrevia muito, era irrefreável. Escrever e ler fazia parte de mim e nunca deixou de fazer. Acho que é uma vocação. Vivi um ambiente familiar de literatos, mas eu fui praticamente o único da família que assumiu essa vocação. Então não posso atribuir meu interesse (apenas) a esse ambiente familiar.
De onde vêm os seus personagens? São inspirados em pessoas reais ou em fatos?
Os personagens, em geral, possuem uma combinação de características de pessoas que conheci — desde grandes amigos até anônimos. Mas sempre há ficção, a elaboração do autor
Qual será seu próximo livro?
Espero que eu consigo terminar um livro que comecei há algum tempo e que procura fazer um retrato da mulher contemporâneo. É um romance baseado em histórias verdadeiras mas "tratadas" ficcionalmente. Tem sido difícil realizar esse projeto, por conta de tempo. Tenho muitas atividades. Sou doutorando em literatura na USP e trabalho muito, como todo mundo. Mas quero muito reencontrar esse romance e terminá-lo.
Três coisas que ainda estão na sua lista de desejos.
1- Escrever meu próximo livro -2 Escrever o seguinte a esse 3- Escrever mais um.
Quem você diria que são seus antepassados literários - aqueles de quem você aprendeu mais?
A lista é enorme e ser escritor é estar constantemente aprendendo. Na minha juventude, aprendi muito com os escritores americanos, como Hemingway e John dos Passos. Depois vieram os latino-americanos, e destaco Gabriel Garcia Marques e Mario Vargas Llosa. Os brasileiros, sem dúvida, como Jorge Amado e Graciliano. E os modernistas europeus, como Thomas Mann e Andre Gide. E claro, os russos, Tolstói e Dolstoiewiski. E não posso esquecer os africanos de língua portuguesa, paixão recente: Rui Duarte de Carvalho, Ben Ka Kosa e Luandino Vieira.
Qual o melhor treino intelectual para quem quer ser escritor?
Há dois treinos muito eficientes para quem quer ser escritor: escrever e ler. O resto é superficial
Qual o livro da literatura mundial que você gostaria de chamar de seu?
Acho que nenhum. Mas para citar uma obra com a qual me identifico, pela linguagem, pela narrativa, pela ousadia, fico com On the Road, de Jack Kerouac
Qual é a parte mais fácil e a parte mais difícil de escrever um livro?
Começar. Reunir energia suficiente, respirar fundo e mergulhar nesse longo trabalho que talvez nem termine. É uma energia física, emocional e pessoal que é preciso reunir. Não dá para escrever um romance de maneira casual. Iniciar um romance é como iniciar uma novo emprego.
Quando você cria um protagonista para o seu enredo quais as características imprescindíveis?
Todo personagem precisa ter um conflito. Uma contradição, por exemplo. Um desafio. Uma desejo reprimido. Um amor não correspondido. Uma dificuldade latente. Porque, afinal, a vida é assim.
Você poderia antecipar uma história que você gostaria de escrever, mas ainda não escreveu?
Eu gostaria muito de escrever um livro sobre a família da minha mãe, principalmente meus avós, que vieram da Bessarábia no começo do século XX, fugindo da fome e da perseguição aos judeus. Infelizmente, esse trabalho exige pesquisa, investimento e uma dedicação quase exclusiva.
Cita o melhor momento da sua carreira como escritor até hoje?
Todas as vezes em que eu dei por terminado um livro (isso aconteceu dez vezes, se considerarmos os livros não publicados) tive uma sensação de realização, de felicidade mesmo, inigualável. O problema é que depois vem uma certa tristeza, como se não restasse nada mais a fazer. É preciso começar outro logo. Mas, além destes momentos, cito também o ano em que fui indicado ao Prêmio Jabuti, pelo livro "As Aventuras de Iakit, o Indiozinho", e quando fui convidado para participar do International Writing Program, promovido pela Universidade de Iowa, pelo qual passei cerca de um ano fazendo palestras e intercâmbio por muitas cidades dos Estados Unidos, vivendo exclusivamente da literatura.
Qual é o seu projeto futuro?
Além de escrever livros, quero dar continuidade aos meus estudos de doutorando cujo objetivo é estabelecer uma conexão entra a literatura americana e a brasileira da década de 1930. Estou ainda trabalhando nisso e tenho planos de passar um bom tempo numa Universidade Americana me aprofundando nessa pesquisa. Mas ainda não há nada certo.
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