Coluna Arilda Costa

Entrevista com a escritora Railda Masson

Railda Masson é nascida em Maringá no Paraná, graduada em Letras e Especialista em Literatura Inglesa, com F.C.E. e Proficiency/Cambridge. É tradutora e intérprete de inglês, diretora e professora da Academia de Línguas com Cheiro de Cultura (30 anos). Também é Produtora Cultural e pesquisadora, apresentadora do programa Ciranda Literárias, escritora, coautora de livros, revisora, poeta, contadora de histórias etc.

Como resposta ao seu trabalho na área da Educação e cultura, recebeu o título de Mérito Comunitário da Câmara Municipal de sua cidade natal.

Recebeu o prêmio paranaense de "Semeadora de ideias", pelo programa de apoio cultural Klaus Niksdorf e o título de visita ilustre no Paraguai em Salto del Guairá. Recebeu o título de Anita Garibaldi em Santa Catarina e Rio Grande do Sul e é presidente das Anitas Garibaldi do Paraná. Trabalha com contação de histórias tanto do O Pequeno Príncipe como também sobre o livro de sua autoria denominado Era uma vez... Por que não Duas ou Três? (com histórias verídicas infanto-juvenil para adultos).

É mediadora de leitura online ou presencial, atua com palestras Oficina de Escritor, Para Encantar Temos que Estar Encantados e de outros temas que se referem a democratização da literatura. Pela RM Produções, conta com mais de 25 projetos já apresentadas em algumas escolas, empresas e faculdades na Inglaterra/Londres, Argentina/Patagônia, Paraguai/Salto del Guairá, Marau/RS, Laguna/SC e atualmente no Brasil. Railda Masson lançou 04 livros, sendo 03 de cartas e poesias com versos livres, onde presta tributo a ícones femininos da nossa história e um infanto/juvenil para adultos. "Cartas de Evita que Perón não leu" (tributo a Evita Perón).

"Anita Ponto G Ponto Com" (tributo a Anita Garibaldi);

Florbela, Não Eu (tributo a Florbela Espanca).

No prelo o livro "Missivas Into Clarice"(tributo a Clarice Lispector) sua patrona na Academia de Letras de Maringá.
Na literatura infantil estreou com a antologia verídica "Era uma vez...Por Que Não Duas ou Três?"

Também possui livros como coautora, tem trabalhos selecionados em antologias, livros em Braille, em áudio book, e-book e poesias musicada.
Há quanto tempo você se dedica a escrever livros?

Escrevo desde criança, porém comecei a mostrar meus escritos ao público por meio de pseudônimos. Após uma carreira de 30 anos como professora de inglês e literatura inglesa, em 2010 passei a me dedicar a escrita e edição de livros com meu verdadeiro nome Railda Masson.

Qual sua opinião de uma obra para conquistar seus leitores?
Cada escritor tem sua peculiaridade, então acredito que o segredo da conquista é a identificação do leitor com a obra. Não há segredos a serem ensinados. Ou você se apaixona por um escritor/poeta ou não.

O seu tema favorito, o que te inspira?
Meu tema favorito é o romantismo ou a falta dele nos tempos atuais. O que me inspira é a leitura de clássicos e de obras femininas, mas não deixo de acompanhar as vertentes atuais como animes,mangás, seriados etc.

Qual o seu ritual no processo de criação dos seus textos?
Costumo escrever sem compromissos estéticos ou gramaticais, eu me relaciono com a minha escrita como se eu estivesse escrevendo um diário ou uma carta. Após postar em blogues e sites, aguardo o momento certo de revisitar cada um para revisar e compilar para o próximo livro.

O que você escuta enquanto escreve, ou você prefere o silêncio?
Prefiro o silêncio ou o barulho da chuva, que me trazem o isolamento necessário para uma conversa com meu eu interior.

De onde vem sua inspiração?
A inspiração vem de inúmeras formas e quando ela quer se manifestar e se não estamos preparados para escrevê-la no momento, ela imediatamente parte para visitar outro escritor ou poeta e nos deixa no esquecimento.

Quanto tempo você leva para escrever um livro?
Geralmente demoro mais para revisar do que escrever. A auto crítica, a busca do perfeccionismo atrapalham um pouco e por fim, a obra tem voz própria e determina seu nascimento.

Você aprendeu algo com alguma crítica? Se aprendeu, isso mudou o seu jeito de escrever?
De tanto ouvir as pessoas argumentarem que brasileiro não lê e que minha escrita era muito prolixa, cheguei ao ponto da descoberta de uma nova versão, onde aprendi a compor pensamentos curtos com profundidade.

Como você percebeu esta sua vontade e entendeu que seu destino era ser escritor?
No meu caso, demorei muito para assumir meu papel de poeta e escritora. A princípio por receio da leitura e crítica das pessoas, depois por achar que não tinha competência suficiente. Com o tempo, percebi que muitas pessoas tomam para si o que escrevo e postam com o meu nome algo que gostariam de dizer. Então, hoje não tenho mais medo de me mostrar ao mundo.

Quais eram seus passatempos que te levaram a querer contar histórias?
O fato de ler desde criança e de ouvir histórias fez com que eu também me identificasse, Ver os olhos das pessoas brilhando quando me ouvem é a demonstração de que eu estou devolvendo ao cosmos o que me foi dado: A arte de encantar com palavras.

De onde vêm os seus personagens? São inspirados em pessoas reais ou em fatos?
Em meus livros aproveito para apresentar nomes de Mulheres que deixaram seu legado, tais como Anita Garibaldi, Evita Perón, Florbela Espanca, Emily Dickinson, Clarice Lispector etc. Indiretamente são como um álibe literário, onde sou apenas instrumento da escrita de cada uma.

Qual será seu próximo livro?
Após lançar CARTAS DE EVITA QUE PERÓN NÃO LEU, ANITA PONTO G PONTO COM, FLORBELA, NÃO EU, ERA UMA VEZ... POR QUE NÃO DUAS OU TRÊS penso em lançar algo com a mesma temática de cartas ou poemas com versos livres, provavelmente MISSIVAS IN CLARICE, pois Clarice Lispector é minha patrona na Academia de Letras de Maringá/PR e estou devendo isso a ela já faz tempo.

Três coisas que ainda estão na sua lista de desejos.
Apenas um desejo: ter meus escritos reconhecidos com valor litérario ainda em vida.

Qual o melhor treino intelectual para quem quer ser escritor?
Para encantar temos que estar encantados, logo a leitura constante é primordial. Eu imagino que quando lemos muito, ficamos cheios ao ponto de termos que escrever para esvaziar a mente e gera uma catarse.

Qual o livro da literatura mundial que você gostaria de chamar de seu?
Sem dúvida O Pequeno Príncipe é o livro que não foi feito para as crianças e sim para as pessoas grandes que a cada releitura aprende que o essencial é invisível aos olhos. E esse essencial conseguimos captar por meio da leitura. Alíás, tenho coleção desse livro em difetentes línguas e quando faço contação dessa história, faço a exposição dos mesmos e consigo ver nitidamente, a diferença de recepção da apresentação das pessoas que leram ou não esse clássico.

O que seus textos trazem como inspiração para outras pessoas?
Não somente os textos inspiram, mas também os projetos que aplico presencialmente ou on line. Eu me denomino como professora de encantamento e levo esse propósito principalmente para os adultos, em escolas e empresas. Faz toda a diferença quando é aplicado de cima para baixo, ou seja, encantar os adultos para que eles encantem filhos, vizinhos, alunos etc.

Algum projeto na gaveta para um futuro próximo?
Trabalho com meus 20 e uns projetos na minha empresa R.M. PRODUÇÕES. Que podem ser aplicados por mim tanto em português quanto em inglês, virtual ou presencial. Tenho a pretensão de encantar o mundo com alguns desses projetos inéditos na área educacional e cultural. Quero viver do que vive em mim e deixar legado.

Qual a importância da capa do livro para você?
A capa do livro é o espelho da escrita, é a apresentação do cardápio a ser consumido. Dessa forma, deve ser a representatividade do autor em forma de imagem.

Quais são seus autores preferidos?
Os autores são inúmeros, a cada momento fico apaixonada por algum deles. Cito todas as obras de Saint Exupéry, Miguel de Cervantes, Victor Hugo, Jane Austin, Irmãs Bronte, Érico Veríssimo

Cita o melhor momento da sua carreira como escritora até hoje?
Meus melhores momentos são quando sou convidada a falar de meu trabalho. Sem dúvida esse é um momento especial pois estarei falando a um público seleto, um nicho literário internacional que busco alcançar e encantar. Estou honrada e grata pela oportunidade.

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