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Publicado em 3/03/2022 as 6:30pm

Coluna Wendel Stein

O poder da Perseverança no Brasil Wendell Stein              Fazer cultura em...

O poder da Perseverança no Brasil

Wendell Stein

             Fazer cultura em uma país como Brasil é uma tarefa para poucos. Foi um dos setores que mais sofreram com a pandemia. Foi um período de muitas batalhas ganhos, e muitos sonhos abalados. Mais algumas pessoas deste cenário cultural se destacam, e devem servir como exemplo de perseverança e fé.

            Dinmer Willey Teles é um afrodescendente de origem muito humilde, chegou em Paulínia, pequena cidade do interior de São Paulo, ainda jovem. Sua paixão pela dança, começou cedo, sempre acreditando em seus sonhos e ideais. Fez 3 anos de Fupesp na área de Comércio Exterior e se formou na ESAMC, como administrador de empresas com ênfase em Marketing e é graduando em Dança e Consciência Corporal pela faculdade Veris Metrocamp. Ele estudou muito, tornando-se dançarino, coreógrafo, produtor, diretor, treinador, jurado de competições e espetáculos de dança.

            Foi campeão Regional, Estadual e Nacional como dançarino e treinador de estilos e modalidades de danças de salão. Com todas as premiações e conhecimentos adquiridos, partiu para o empreendedorismo e montou sua escola e companhia de dança. A empresa começou com sucesso, mas com a chegada da pandemia teve que fechar suas portas, levando junto, todos os sonhos e economias de uma vida.

            Tudo parecia perdido, e o dançarino sem uma direção, quando uma porta se abriu, um convite para assumir a Secretaria de Cultura de Paulínia. A cidade tinha se tornado famosa há mais de 10 anos, graças a criação do Polo de Cinema, que foi desativado anos depois, e com o passar dos anos, nenhum projeto significativo na área de cinema ou cultura foi feito.

            Dinmer ficou surpreso com o convite, pois nunca tinha atuado em um cargo comissionado político antes, e tinha muito receio dos desafios. Depois de muita conversa com sua família aceitou o desafio. Ele tinha algumas vantagens que seus antecessores não tiveram, experiência e vivência com a cultura, e a sensibilidade de ter sentido na pele, o que a pandemia causou na vida dos artistas e empreendedores culturais.

            Então ele assumiu a pasta, e do zero, começou a idealizar, planejar e executar suas visões dentro da cultura, sempre com a participação dos próprios artistas da cidade. Editais foram feitos, exibições de filmes produzidos por cineastas locais, sarais e festivais de música, teatro e música, tudo em pouco tempo, e com a ajuda de leis municipais, estaduais e federais, como a Aldir Blanc. Além disso realizou um senso demográfico, ouviu os anseios da população, e realizou o cadastro artístico da cidade, com mais de 500 profissionais inscritos.

            E mesmo com grandes planos, e um trabalho audacioso, ele recebe toda a população, seja da classe artística ou não, com a mesma atenção e respeito, ouvindo e agregando valor, a um projeto único na cultura, feito depois de tantos anos.

            Que o trabalho de um possa inspirar a outros, rumo a dias melhores, após esta pandemia.

            Wendell Stein é cineasta, escritor e jornalista. É colunista do Brazilian Times. E-mail wendellstein@me.com

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