Publicado em 10/03/2022 as 12:30pm
Coluna Arilda Costa
Com vocês a poesia e a beleza da arte do artista Euflavio Góis Lima. Ele nasceu na pequena...
Com vocês a poesia e a beleza da arte do artista Euflavio Góis Lima.
Ele nasceu na pequena cidade de Estância, no estado de Sergipe, em 1943. Seus pais migraram para a Bahia em 1949. Foram buscar outra vida para a família nas lavouras de cacau. O pai foi carpinteiro, e a mãe uma tecelã. Na Bahia, Euflavio se encantou pela arte do cinema, na década de 50. Depois foi inevitável se enveredar pelo caminho das artes visuais, além da poesia que corre na sua veia. Com 18 anos, o artista foi para São Paulo e trabalhou como metalúrgico por 30 anos. Quando se aposentou abraçou apaixonadamente a sua arte, e hoje o seu mundo é colorido misturado com poesia.
“A Viagem! Um dia viajarei ao universo! Me encontrarei com Deus. Me encontrarei com o sol, com as estrelas. Me encontrarei com meus pais, com meus irmãos, com meus amigos que jáse foram. Direi a eles um olá! E o que tenho feito por aqui. Viajarei pelas Galáxias. Me encontrarei com os trovões e com os raios do Sol. Com as tempestades solares. Falarei com as constelações. Procurarei sem cessar minhas amigas que também já se foram. Antes, me encontrarei com o Cruzeiro do Sul e também com a Estrela Dalva".
“E as pedras cantaram para mim. Fui à Bahia para ver as pedras do Rio, elas estavam lá puras e milenares. Fiquei minutos calado, imóvel, com a mente parada. Regredi: me vi nu, saltando das pedra, ti-bum, dentro do Rio, dentro d’água, ti-bum... regredi no tempo, desci um pouquinho e as pedras estavam lá. Parecem que sorriram pra mim e eu chorei. As águas passavam e diziam um olá! Iam embora para o mar. Ainda encantado encostei meu rosto em todas para receber carinho e ouvi-las cantar. Fechei os olhos e vi as mulheres. As lavadeiras do Almada . Os quaradores forrados de roupas de todas cores, tamanhos e sexo. Dona Donata, Santinha e Elza, minha irmã lavando roupas e ainda cuidando de mim. Eu criança brincando com os peixinhos, as borboletas, os passarinhos, os grilos e os moradores do Rio".
Quando você começou na arte?
Em 2006, quando saí do meu último emprego. Me aposentadei e foi mais uma aventura minha. Aos 45 anos prestei concurso público e fui trabalhar com jovens delinquentes na Fundação do bem estar do menor. Hoje extinta. Em casa sem nada para fazer, peguei um galhinho de pau-brasil no quintal, uma serrinha de cortar ferro, e comprei um estilete de apontar lápis. Foi daí que surgiu a minha primeira escultura a qual dei o nome de "mãe". Dessa primeira saíram mais de duzentas outras de galhinhos de paus-brasil e outras árvores.
Fale de suas principais exposições?
Exposição de obras de arte de madeira na velha biblioteca Alceu Amoroso Lima em Pinheiro. O silêncio profundo de alguns trabalhos num vão livre da USP Leste, em São Paulo.
Fale dos materiais que você usa nos seus trabalhos de arte?
Uso muito material reciclável, como madeira descartada, restos de serraria, restos de poda de árvore, compensado de móveis antigos que foram jogados fora ou descartados. Sobras de mourão de cancela, e demolição.
Para você, qual a sensação de criar uma obra de arte?
E como dar a luz a um filho. A arte é uma criação e então pode ser comparada a ter um filho.
Qual é o seu processo de criação?
Eu não penso na arte quando tenho uma tela ou uma madeira em mãos. Eu preciso de um canto de paz para trabalhar, e daí então o trabalho flui e a criação me vem de forma espontânea. Faço tudo de forma instintiva. Não faço rascunhos, não existe um plano, nem medidas, ou proporções. Para mim é como se fosse um repente, um momento de transe, um canto, uma poesia. É tudo orgânico. Sou autodidata.
Qual a sua formação Acadêmica?
Tenho, mas não na área artística. Sou formado em administração de empresas pela Universidade Cruzeiro do Sul. Turma de 88. Minha paixão pela arte veio depois, com os anos, com a vida. Acho que sempre tive arte comigo. Como criança passava boa parte do tempo criando os meus próprios brinquedos. Descobri cedo o cinema e com a idade de 9 ou 10 anos sempre dava um jeito de ir ao cinema. Acho que o cinema me deixou influências e aprendi a ser o que sou hoje. Uma pessoa resolvida, absoluta. Os meus lugares preferidos quando criança eram o rio Almada, a minha escola e o cinema. Imitava cenas de filmes, com bandidos e cavalos de pau, e os mocinhos. Imitava o Durango Kid, o Zorro. Fazia cenas de circo. Achava lindo o circo Nerino e creio que foi o grande circo da minha vida.
Quais as suas influências artísticas?
Tive grandes e importantes influências. A primeira delas foi a minha mãe que tinha grande habilidade com o barro. Ela fumava o cachimbo da paz e ela mesma pegava o barro e fazia os seus próprios cachimbos. Fazia burrinho, galinhas e pintinhos de argila. Tive também a influência do mestre Vitalino, Di Cavalcante. E eu gosto muito de Modigliani. Mas não me enveredei no mundo da arte pensando em chegar muito longe. Depois de trabalhar mais de quarenta anos como peão de fábrica, hoje me vejo na arte. Sou livre para criar e para dar vida às minhas criaturas.
Fala da sua habilidade com as ferramentas de trabalho?
Tenho habilidade com várias ferramentas manuais. Estudei luteria de violão e violino, com atenção especial para a restauração. Uso o facão, formões, goivas, serrote, plainas, compassos, esquadro, e outros instrumentos. Profissionalmente sou também soldador elétrico. Todas estas habilidades me ajudam muito na criação do meu trabalho.
Qual a arte que mais te impressiona?
Sou fascinado com a arte que vem lá dos primórdios. A arte rupestre, das cavernas. Gosto muito da arte gráfica com alto relevo. Me emociono diante de um trabalho bem feito. As esculturas de pedras da Ilha de Páscoa me deixam intrigado. Depois, eu amo muito as esculturas dos grandes mestres do renascimento. Desde sempre os escultores me chamam atenção. É muita história e tudo muito interessante. Me emociono ao lembrar deles. Os grandes maestros da história da arte. Sou apaixonado pela arte em todos os aspectos.
Qual é a sua curiosidade artística? Você tem alguma que não seja uma peça feita por você?
Sim tenho. É um pequeno chafariz antigo trazido de Portugal. Azulejo português antigo. Tenho também uma pequena escultura dos bustos dos quatro presidentes americanos esculpidos nas rochas das montanhas no Colorado. A obra do Aleijadinho me deixa extremamente curioso, me inspira muito também.
Faz um pequeno resumo da importância da arte para você?
A arte para mim representa a vida, um reencontro comigo mesmo. Quando eu penso no mundo da arte eu penso grande, penso forte. Eu viajo! Me vejo expondo nos grandes museus de arte onde estão Pablo Picasso, Miró, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, entre outros. Penso naqueles artistas populares que vivem aos milhares espalhados pelo sertão, e pelo mundo todo. Naqueles que jamais serão reconhecidos e também nos grandes como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafaello, Botticelli e Bernini. Penso também nos artistas de rua, que levam arte para todos os lugares buscando a sobrevivência. Muitas vezes só contando com a sorte. E sonho com um mundo como eu gostaria de fazer, onde todos pudessem ser reconhecidos pelos trabalhos que fazem.
O que você está produzindo na arte hoje?
Atualmente estou produzindo telas, pinturas a óleo. Com a pandemia tive um pouco que me reinventar. Morando em um condomínio me foi impedido de esculpir. Infelizmente para esculpir é preciso fazer barulho, e isso incomoda os vizinhos. Comecei a me dedicar mais às pinturas e tomar gosto pelas cores. Hoje estou me dedicando a escrever também. Sou um artista poeta. Tenho dois livros de memórias já publicados. Um livro de contos sobre o atelier invisível, e está em projeto avançado.
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Fonte: Da redação