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Publicado em 27/05/2022 as 2:30pm

Coluna Grupo Mulher Brasileira

Conversando com Crianças sobre Violência: Dicas para Pais e Professores Atos de violência...

Conversando com Crianças sobre Violência: Dicas para Pais e Professores

Atos de violência amplamente divulgados, particularmente em escolas, podem confundir e apavorar crianças, as quais podem se sentir em perigo ou achar que seus amigos ou entes queridos estão em risco. Elas se voltarão para os adultos em busca de informação e direção sobre como reagir. Pais e funcionários de escolas podem ajudar as crianças a se sentirem seguras ao estabelecerem um senso de normalidade e segurança e ao conversarem com elas sobre seus medos.

1. Anime as crianças sobre segurança delas. Enfatize que as escolas são lugares seguros. Procure validar os sentimentos delas. Explique que todos os sentimentos são naturais quando uma tragédia ocorre. Deixe que elas falem sobre seus sentimentos, ajude-as a pôr seus sentimentos em perspectiva e a expressá-los apropriadamente.

2. Separe tempo para conversar. Deixe que as perguntas das crianças guiem a quantidade de informação a ser provida. Seja paciente. Crianças e jovens nem sempre falam sobre seus sentimentos prontamente. Atente pra sinais de que elas estão querendo conversar, tais como quando elas andam pra lá e pra cá enquanto você faz alguma tarefa doméstica. Algumas crianças preferem escrever, tocar um instrumento, ou expressar sentimento pela arte. As mais novas podem precisar de atividades concretas (por exemplo, desenho, olhar fotografias, brincadeira imaginativa) pra identificar e expressar seus sentimentos.

3. Procure manter suas explicações apropriadas para o nível de desenvolvimento da criança.
Ensino fundamental, series iniciais. Crianças nesse nível precisam de informação breve e simples, bem balanceada com assertivas de que a escola e a casa delas são ambientes seguros, e que adultos estão ali para protegê-las. Dê exemplos de segurança escolar, tais como as trancas usadas nas portas e nos portões da escola, monitoramento das crianças nas áreas de lazer e práticas de primeiros socorros ou atendimentos de emergência na escola.

Ensino fundamental 4ª - 6ª series. Crianças nesse nível tendem a ser mais aptas a falar e fazer perguntas sobre sua segurança e o que se está fazendo em prol da segurança na escola. Elas podem precisar de assistência para separar realidade de fantasia. Discuta os esforços da escola e da liderança na comunidade para promover a segurança nas escolas.

Séries avançadas do ensino fundamental e ensino médio. Estudantes nesse nível podem ter opiniões fortes e variadas sobre as causas de violência nas escolas e na sociedade. Elas poderão fazer sugestões concretas sobre como tornar as escolas mais seguras, ou como prevenir tragédias na sociedade. Enfatize o papel que os estudantes podem ter em manter as escolas seguras ao seguirem orientações da própria escola (por exemplo, recusando acesso de estranhos ao recinto escolar, informando autoridades sobre a presença de pessoas estranhas ou sobre situações que podem representar ameaça, etc.), comunicando qualquer preocupação sobre segurança pessoal aos administradores da escola e buscando apoio para suas necessidades emocionais.

4. Reveja procedimentos de segurança. Isso inclui medidas de segurança na escola e em casa. Ajude as crianças a identificar ao menos um adulto na escola e na comunidade a quem elas podem recorrer vierem a se sentir em risco ou ameaçadas.

5. Observe o estado emocional das crianças. Algumas crianças podem não expressar suas preocupações verbalmente. Mudanças em comportamento, apetite e dormida podem indicar um nível de ansiedade ou desconforto. Na maioria das crianças, esses sintomas são aliviados com encorajamento e o passar do tempo. Contudo, algumas podem apresentar risco de reações mais intensas. As que tiverem tido alguma experiência traumática ou perda pessoal no passado, as que sofrem de depressão ou outra doença mental, ou que são portadoras de necessidades especiais podem ter reações mais intensas do que outras. Procure a ajuda de um profissional de saúde mental se julgar necessário.

6. Limite o tempo assistindo esses eventos na televisão. Limite o tempo vendo televisão e verifique se a televisão está em áreas comuns. Algumas informações impróprias ao nível de desenvolvimento das crianças podem causar nelas ansiedade e confusão, especialmente nas mais novas. Adultos também precisam estar atentos ao conteúdo de suas conversas na presença de crianças, e até mesmo de adolescentes, e devem limitar a exposição desses a comentários vingativos, cheios de ira e rancor, os quais podem ser mal entendidos.

7. Mantenha uma rotina normal. A manutenção de uma rotina regular pode ser animadora e promover saúde física. Certifique-se de que as crianças estão dormindo suficientemente bem, tendo refeições regulares e fazendo exercício. Encorage-as a estar em dia com suas tarefas escolares e extracurriculares, mas não as force além do que podem suportar.

Algumas Sugestões de Pontos a Enfatizar Quando Conversar com Crianças

• Escolas são seguras. Funcionários da escola se empenham juntamente com os pais e o pessoal de segurança (policiais, bombeiros, hospitais, etc.) para lhe manterem seguro.

• A escola é segura porque… (cite procedimentos específicos adotados pela escola).

• Todos nós temos um papel na segurança da escolar. Esteja atento e informe um adulto se você vir ou ouvir algo que gera insegurança, desconforto, ou medo.

•Há uma diferença entre informar e fofocar. Você pode prover importante informação, direta ou anonimamente, que poderá evitar um dano a alguém, se você procurar um adulto em quem confia.

•Não alimente pensamento sobre s piores possibilidades. Embora não haja nenhuma garantia absoluta de que nada de mal irá acontecer, é importante entender a diferença entre a possibilidade de algo ocorrer e a probabilidade que isso irá afetar nossa escola.

• Violência irracional é difícil para qualquer pessoa compreender. Participar de atividades que você gosta, seguir sua rotina normal e passar tempo com familiares e amigos ajudam a nos sentirmos melhor e a não estarmos preocupados com o evento.

•Às vezes pessoas fazem coisas que machucam os outros. Elas podem não ter condições de conter raiva, podem estar sob a influência de drogas ou álcool, ou ter alguma doença mental. Adultos (pais, professores/as, policiais, médicos, líderes religiosos) trabalham duro pra oferecer ajuda e evitar que alguém machuque os outros. É importante para todos sabermos como encontrar ajuda se estivermos muito abalados ou com raiva, e para mantermos distância de drogas e álcool.

• Fique distante de armas de fogo. Avise a algum adulto se você souber que alguém tem uma arma. Acesso a armas é um dos riscos principais para violências fatais.

•Violência nunca é uma solução para problemas pessoais. Estudantes podem fazer parte de uma solução positiva ao se engajarem em programas de anti-violência da escola, aprendendo sobre formas de mediação de conflito e procurando ajuda de um adulto se eles ou seus amigos estiverem tendo dificuldade com raiva, depressão, ou outras emoções que não conseguem controlar.


NASP tem informação adicional para pais e educadores sobre segurança escolar, prevenção de violência, reações a trauma infantil e resposta a crises em: www.nasponline.org. (Tradução do Inglês ao Português por Ebenézer A. de Oliveira. Translated by Ebenézer A. de Oliveira, Malone University, Canton, OH.)

©2006, National Association of School Psychologists, 4340 East West Highway #402, Bethesda, MD 20814
*Adaptado e traduzido de Talking to Children About Violence: Tips for Parents and Teachers (NASP)

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