Publicado em 6/06/2022 as 12:30pm
Coluna Francisca Benvenuto
Coluna Francisca Benvenuto
Francisca BENVENUTO é Mentora de Pessoas e negócios, palestrante e escritora:
@franciscabenvenutooficial
Da série, transtornos
Transtorno de identidade
Atenção!
Esse texto contém gatilhos mentais e podem provocar você a se ver nesse quadro, caso se sinta assim, procure um especialista.
Nos tempos de hoje muito se fala sobre IE- Inteligência Emocional, como se isso fosse uma simples decisão ter ou não ter. Para mim, o certo seria, REGULAÇÃO das INTELIGÊNCIAS se não existirem ressalvas quanto a diagnósticos de transtornos psicológicos.
Hoje vamos falar sobre transtornos dissociativo de identidade, mais comum do que você pensa, esse transtorno era chamado de “personalidades múltiplas”, um tio de transtorno caracterizado por dois estados de personalidade, um tipo de alteração do eu.
Pessoas com traços deste transtorno são fáceis de encontrar nas redes sociais, cuja inteligência artificial alimenta um no eu, um eu ideal longe do real para alimentar uma realidade inventada, conhece alguém assim? Elas variam pensamentos, sentimentos e ações como se fossem duas a depender do meio em que está inserida.
Nesses casos o indivíduo funciona assim, personalidade A pode estar ciente da personalidade B e saber o que B faz, como se estivesse observando o comportamento de B. A personalidade B pode ou não estar ciente da existência da personalidade A e assim por diante com outras personalidades presentes. A mudança de personalidades e a falta de conhecimento do comportamento das outras personalidades geralmente tornam a vida caótica.
Uma vez que as identidades interagem entre si, a pessoa afetada pode relatar que ouve vozes, atribui-las a Deus ou ao Demônio. As vozes podem ser conversas internas entre as identidades ou podem abordar a pessoa diretamente, às vezes, comentando o comportamento da pessoa. Muitas vozes podem falar ao mesmo tempo e podem causar muita confusão.
No transtorno dissociativo de identidade, a pessoa atingida é submetida a um processo de fragmentação. Isso acontece em um grau acentuado, ao ponto de o indivíduo manifestar vários outros “eus”. Detalhe: quem sofre essa disfunção tende a esquecer o que cada uma de suas variantes fez.
Em um paralelo distante, poderíamos imaginar os famosos heterônimos criados por Fernando Pessoa. Afinal, todas essas personalidades têm uma história de vida particular, ao mesmo tempo em que guardam lembranças e preferências específicas.
Na prática, devemos observar que, diferentemente do caso do poeta português, as identidades do transtorno dissociativo não são meros recursos estilísticos ou artificiais. Em outras palavras, a pessoa afetada não interpreta papéis, como se estivesse em uma peça de teatro.
Na verdade, ela assume, de maneira incosciente, a personalidade real de outro alguém que, em sua cabeça, é único. Importante destacar também que as demais identidades não se restringem à determinada faixa etária ou mesmo gênero. Para se ter uma dimensão melhor, em certos quadros o indivíduo passa a necessitar de óculos de grau, por exemplo.
Como existem outras vertentes do problema, é fundamental conhecer os sintomas mais comuns atribuídos a cada uma delas. Vamos, então, àquelas geralmente presentes em pessoas com transtorno dissociativo de personalidade:
- dificuldade de se identificar com o próprio corpo ao se olhar para o espelho — às vezes, há uma forte impressão de que ele é de outra pessoa;
- memória enfraquecida até mesmo para se lembrar de atividades cotidianas simples;
- impasse na hora de tentar estabelecer uma rotina;
- sucessivas modificações comportamentais, as quais costumam se estender para mudanças contínuas acerca de dadas convicções;
- sensação de não pertencimento à própria residência em que vive ou ao mundo;
- episódios marcados por alucinações;
- manifestação de estresse agudo;
- angústia crônica;
- medo do futuro atrelado a pensamentos suicidas.
Em geral existe uma identidade primária, portadora do nome correto do indivíduo, a qual é passiva, dependente, culpada e depressiva, que possamos ser melhores que nos mesmos, nunca outra pessoa, nem motivado por inveja ou por algum transtorno, sendo assim, busquemos dentro de nós aquele que nos criou.
#perolasdachica
Dica de livro
Os organizadores de Transtornos de Personalidade em Direção ao DSM-V reuniram autoridades de comprovado reconhecimento na área para oferecer diferentes perspectivas para que o leitor possa obter a melhor avaliação de cada transtorno. O livro é uma clara exposição das controvérsias existentes na atual frágil classificação dos transtornos, que muitas vezes é elaborada sem base científica, ou sem validação de pesquisa.
Um texto inovador, ousado, crítico mas prudente, acessível, maduro. Uma ferramenta de valor para ajudar a construir as bases de um novo Manual Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), a fim de sanar as lacunas e atualizar o DSM-IV, considerado insuficiente e, às vezes, até obsoleto pela própria Associação Americana de Psiquiatria (APA).