Publicado em 9/11/2022 as 5:00pm
Coluna Wendel Stein
Coluna Wendel Stein
MEMÓRIAS UFOLÓGICAS
Quando eu vi o meu primeiro exemplar da REVISTA PSI-UFO eu tinha 12 anos. Era setembro de 1986, um dia úmido e chuvoso de setembro. Eu não tinha dinheiro para poder comprar a revista, mas a folheei lentamente, enquanto o dono da banca, distraído ouvia um radinho de pilhas.
Naquela época o Brasil era um lugar bem diferente de hoje, principalmente do ponto de vista de uma criança entrando na fase da adolescência. Não conseguia entender direito o significado de tudo aquilo que acontecia no Brasil à minha volta, como o fim da ditadura, o movimento das Diretas-Já e o surgimento da tal Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
Quando finalmente comprei minha primeira edição da UFO estava extasiado. Era a edição número 1. Não entendia nada de ufologia a não ser o que via nos filmes, mas tinha um nome, que parecia de espião soviético que não esqueci, A.J. Gevaerd, ele era o editor da revista UFO. Ficava imaginando todas as informações que ele poderia saber sobre o assunto. Sempre escrevia para a revista com uma grafia ruim de moleque, pedindo pôsteres, fotos e exemplares gratuitos, mas nunca obtive uma resposta.
Acompanhei a REVISTA UFO, número por número em toda sua evolução, mudanças de nomes e crises de periodicidade. Foi neste período que tive uma certeza na vida, queria ser jornalista, aí quem sabe eu poderia escrever para a REVISTA?
Tornei-me amigo de nomes como Irene Granchi, Claudeir Covo e Jaime Lauda. Com 15 anos de idade, já em 1989 resolvi montar meu próprio grupo ufológico, o Grupo de Pesquisas Parapsicológicas Aquarius I, depois me juntei com os irmãos Mondini ao CEPEX (Centro de Pesquisas e Estudos Exobiológicos de Sumaré). Foi um período na década de 90, rico para a casuística ufológica. Especializei-me no registro de casuísticas.
Em 2003 resolvi, de vários anos afastado das reportagens ufológicas, a convite de uma amiga em ir até o Guarujá-SP para assistir à edição do prêmio Cindacta, o prêmio mais importante da ufologia nacional. O meu objetivo principal era reencontrar com um antigo companheiro de pesquisas, Marcos Silva, quando cheguei, descobri que ele tinha falecido há pouco tempo, sendo inclusive o evento uma homenagem a sua pessoa. Nos meses seguintes fiz um recall de um antigo caso de possível abdução no interior de Campinas, que foi publicado na revista. Em seguida recebi o convite de fazer parte da EQUIPE UFO, como consultor, onde fiquei por vários anos.
O tempo passou e a revista continua sendo editada até hoje, com o mesmo editor no controle da publicação. Acho que a maior recompensa para mim, e todos os integrantes da Revista Ufo, colaboradores, consultores e tradutores, foram à amizade verdadeira que surgiu entre essa gigantesca família, isso realmente trouxe novos rumos para a ufologia, e isso valeu a pena.
Wendell Stein é escritor, cineasta e colunista do Brazilian Times.
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