Coluna Saúde da Mulher

Baby Blue, Depressão Pós-parto - Alertas Importantes Para Mulheres e Familiares

O que deveria ser um dos momentos mais sublime da vida de muitas mulheres pode se tornar um pesadelo principalmente se não for tratado imediatamente e da forma correta. A depressão pós-parto tem feito vítimas e causado muito sofrimento e por isso a importância de conversar sobre esse tema não só com as gravidinhas mas com toda a família.

No último dia 25 de janeiro, a cidade de Duxbury, que fica a quarenta minutos de Boston, Massachusetts, acordou em meio a uma cena que mais parecia um pesadelo aterrorizante. Lindsay Clancy de 32 anos tentou suicídio após matar os três filhos. As crianças de apenas 5, 3 anos e o bebê de apenas 8 meses foram encontradas inconscientes pelo pai que havia saído para buscar uma ordem de comida para a família em um restaurante próximo de casa.

Durante as investigações do crime, a polícia de Duxbury levantou a suspeita de que Lindsay sofreu uma psicose pós-parto. Infelizmente essa história poderia ter apresentado um final completamente diferente caso Lindsay tivesse recebido tanto o diagnóstico quanto o tratamento adequado antes que fosse tarde demais. Expresso aqui meu profundo sentimento de pesar além do desejo de conforto e total recuperação para a perda dessas três jóias preciosas.

Entendendo a depressão pós-parto

Estima-se que 5% da população mundial tem depressão. Ao considerar que hoje somos mais de 8 bilhões de pessoas, significa que esse número equivale a mais de 400 milhões de indivíduos. Além disso, se acrescentar todos os envolvidos direta ou indiretamente, como familiares, amigos vizinhos e conhecidos pode-se afirmar que essa é uma doença que afeta quase todos nós.

Esse é um alerta que deve ser levado a sério por todos, pois a depressão não discrimina e pode ocorrer em qualquer fase da vida. Porém para as gestantes e mães que passaram por uma gestação recente devem estar atentas aos sinais e manter um diálogo franco e aberto tanto com a família quanto com a equipe médica.

A depressão pós parto muito se assemelha às características da depressão comum. No entanto, geralmente ocorre dias ou até semanas após a gestação. Podendo acontecer inclusive, ocorrer entre mulheres que tiveram a gravidez interrompida, seja através de forma natural ou provocada.

Alguns tipos de depressão estão relacionados a fatores genéticos, principalmente quando são recorrentes entre familiares. Sobretudo a causa da depressão é uma soma de agentes externos e internos que devido uma combinação de fatores como biológicos, psicológicos, ambientais e genéticos provocam mudanças neurológicas e comportamentais.

Entre mulheres que estão passando pelo puerpério, ou seja, mães que estão em fase de recuperação física após um parto, a chance de desenvolver a depressão pós-parto se deve principalmente pelo fator biológico. O organismo da mulher nesse caso está enfrentando uma revolução hormonal. Enquanto durante as 40 semanas de gestação o corpo da mulher foi se preparando para receber um novo ser, em poucas horas ou dias toda a mudança tanto hormonal quanto física sofre um baque brusco.

A revista Crescer publicou uma matéria no dia quatorze de janeiro de 2020, onde detalhou as mudanças que ocorrem na mulher da cabeça aos pés durante o pós-parto. Além da mudança que ocorre nos seios devido a lactação, unhas, cabelos, pele, visão, bexiga, intestino, barriga, dentes, vagina também sofrem mudanças após o nascimento do tão sonhado bebê. Sem contar com a questão emocional e neurológica, como possível mudança de humor e memória.

Enquanto muitas mulheres ficam encantadas com o brilho dos cabelos durante a gestação, outras percebem mudanças na qualidade dos dentes que podem sofrer alterações importantes como o aumento de cáries e infecções.

Se não bastasse todas essas mudanças no organismo da mulher ainda existem todos os fatores que contribuem para o aumento do stress como: noites mal dormidas, o desgaste relacionados com a amamentação, os cuidados não só com o bebê recém-nascido mas também com a casa, o restante da cria e etc… Sem contar com a preocupação com a crise financeira mundial que tem levado milhões de famílias a escassez de recursos provocados pela a falta de condições que possam garantir o básico para o sustento da família.

Se a vida está difícil até para os solteiros descompromissados com a vida, imagine para quem vive com tão pouco enquanto batalha arduamente enquanto estão no que pode ser considerado estado de sobrevivência.

Mas como é possível identificar os sintomas da depressão pós-parto? Dividindo os principais sintomas da depressão em duas categorias é possível dizer que geralmente existem os sintomas clássicos e outros mais graves, mas todos com o mesmo grau de importância.

Sintomas clássicos da depressão: perda de interesse por atividades antes prazerosas, aumento ou perda de peso de forma repentina, cansaço extremo (nesse caso muito comum devido aos cuidados exaustivos para com o recém-nascido, principalmente durante as primeiras semanas), excesso ou perda de sono, ansiedade ou preocupação extrema (entre as mamães pode ser apresentar com a sensação de que não vai dar “conta”).

Sintomas graves da depressão pós parto: a rejeição ou frieza excessiva para com o bebê, queixas ou choros constantes, crises de pânico ou de ansiedade, alucinações ou ameaças contra a si própria quanto também contra o recém-nascido. A perda total do apetite, isolamento e tristeza profunda que perdura por mais de duas semanas.

Existem formas de cuidar de um bebê mas poucas pessoas se atentam em cuidar daquela que gerou aquela criaturinha. Por mais que a mãe se esforce ao máximo para que tudo saia "perfeito", quase sempre tem algo que sai do nosso controle e está tudo bem! Como sociedade ao invés de jogarmos tantas responsabilidades sobre as mulheres devemos ser solidárias e praticar a sororidade, ou seja empatia e apoio para com as nossas “sisters”.

Se você está enfrentando a depressão ou até mesmo lutando contra pensamento suicidas, não tenha vergonha, busque ajuda imediatamente, pois antes de mais nada você merece ser feliz e viver plenamente.

Coluna Saúde da Mulher
Lídia Ferreira
www.plataormadigitalfeminina.com

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