Publicado em 31/07/2023 as 9:00am
Empoderadas - Defesa Pessoal e Fortalecimento Feminino
Coluna Saúde da Mulher
O aumento do número de estupro e do feminicídio é uma relialidade que cresce a cada dia no mundo. O conhecimento e a consciência de que nós mulheres precisamos estar preparadas não só para evitar o pior é o principal objetivo do projeto Empoderadas e o tema de hoje da Saúde da Mulher
As estatísticas não mentem e refletem uma verdade preocupante, principalmente em termos da violência contra a mulher. Seja no Brasil, Estados Unidos e em vários outros países, meninas, jovens e inclusive idosas estão enfrentando diariamente abusos que destroem a sensação de liberdade. Embora muitas das vezes não nos damos conta de que o perigo pode estar ao lado, desprezamos não só os sinais de perigo mas também um pedido de ajuda.
Neste momento, centenas de milhares de mulheres brasileiras estão vivendo debaixo de ameaças, injúrias, sofrendo lesão corporal enquanto seus agressores descumprem as medidas protetivas. Viver sob ameaça ou aterrorizada por não saber quando vai acontecer uma nova agressão ou o aumento do risco de morte tem levado muitas mulheres de todas as idades a conviver com o medo pela falta de segurança.
Enquanto para a maioria de nós que escolhemos morar nos Estados Unidos sair e voltar para casa seja algo corriqueiro, para muitas outras pode ser algo extremamente incerto e duvidoso. O pior é que o preconceito e o estigma que envolvem a violência doméstica ainda são barreiras para a denúncia que pode salvar vidas.
Na última semana, Massachusetts foi abalada por uma série de eventos que contou com a participação de Empoderadas, um projeto financiado pela Secretaria do governo do Estado do Rio de Janeiro. O foco do programa é a prevenção e enfrentamento à violência contra mulher.
Érica Paes que além de coordenadora do projeto também foi campeã mundial Jiu-Jitsu ministra tanto as palestras quanto os cursos de defesa pessoal. Erica e sua equipe estiveram compartilhando experiências junto ao enfrentamento da violência contra mulher, onde abordaram a importância do aumento tanto da conscientização em relação ao tema quanto como a mulher deve estar atenta aos sinais de perigo.
Com base em estudos sobre o assunto, através da informação e de algumas medidas preventivas, é possível a mulher observar alguns sinais de perigo, como por exemplo quando perceber quando um homem é um agressor em potencial. Segundo Érica, em muitos casos quando o homem no início da relação parece ser um príncipe encantado, super galanteador e prestativo, é necessário ficar com as antenas ligadas em caso de atitudes “super protetivas” como: inúmeras ligações ou mensagens de texto em um curto espaço de tempo; cobrança por atenção exclusiva; sugestões de atividades que não incluam terceiros; críticas contra pessoas do círculo de amizade, entre outras.
Outro fator importante é evitar o isolamento ou mudança repentina de comportamento mesmo que possa parecer atraente na fase inicial. Se suas amigas ou familiares não “servem” ou “atrapalham” a intimidade do casal, em breve ninguém mais serve e com isso você pode acabar presa nas garras de alguém que ao mesmo tempo diz que te ama, vai começar a dizer que a sua vida não é nada sem ele.
O Ministério da Saúde afirma que no Brasil 2 mulheres são estupradas por minuto, o que totaliza mais de 800 mil mulheres por ano. Mas, a dura verdade é que esse número tem base nos dados de casos que foram denunciados, significando que pode ser muito maior. Independente da classe social, idade e até região do país, mulheres são sempre as maiores vítimas da violência no mundo todo.
Érica também completou que devemos combater o preconceito ao afirmar que a culpa pelo estupxo ou a violência é da mulher. Não se trata de roupa, nem mesmo do comportamento. Érica lembrou de dois casos que acompanhou recentemente no Brasil que demonstram que esse tipo de afirmação além de ser falsa é perigosa, quando citou um crime cometido contra o bebê de apenas 30 dias pelo próprio pai. Esse indivíduo, que não podemos sequer chamar de ser humano, matou sua própria filha após cometer estupxo enquanto a colocava para dormir. Um outro exemplo foi de uma senhora de 92 anos que também foi sexualmente violentada por um parente dentro de casa. Os dois exemplos se caracterizam por estupxo de vulnerável Ou seja, a violência contra quem quer que seja é culpa do abusador tão somente e deve ser punida com medidas severas.
O projeto Empoderadas agora vai receber apoio também do Consulado Geral do Brasil em Boston que firmou parceria para proporcionar oportunidades para a comunidade brasileira do Estado de Massachusetts. Durante o outono deste ano, Érica e sua equipe vão retornar à Boston para ministrar uma série de treinamentos e workshops, gerando assim uma nova experiência que com certeza vai transformar a mente de muita gente e fortalecer a comunidade feminina local.
Como não poderia deixar de ser, a coluna Saúde da Mulher segue com o compromisso de divulgar não só informações relevantes sobre o tema, mas também de apoiar iniciativas fundamentais como esta. Parabéns Érica Paes, Espaço da Mulher Brasileira do Consulado Geral do Brasil em Boston e a todos que contribuem para o sucesso deste poderoso projeto.
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