Publicado em 26/09/2023 as 1:00pm
A Outra Face: Como Viver no Exterior Afeta Sua Identidade
Coluna Viver Bem em NY por Liza Andrews
Você já se sentiu perdido sendo um imigrante? Já teve vontade de retornar ao seu país de origem? Viver no exterior pode trazer uma série de desafios e problemas de identidade. Malu Aguiar, uma analista brasileira especializada em identidade do imigrante que atende brasileiros vivendo em diversas partes do mundo, disse que a maioria de suas pacientes vão sozinhas para o exterior, buscando novas oportunidades de trabalho. Segundo a analista, apesar do entusiasmo inicial, não tarda a sensação de solidão, e com isso, se estabelecem —às vezes rápido demais— relacionamentos amorosos ou casamentos com indivíduos que tais mulheres não conheciam bem. “Em momentos de carência emocional, é mais comum tentar se adequar à cultura do outro, anulando a sua.” Perguntei sobre as mulheres que acompanham seus parceiros em mudanças para o exterior e descobri que estas sofrem um outro problema. “Se eram mulheres de carreira e partem para o país estrangeiro como acompanhantes, legalmente não podem trabalhar, e esta primeira crise de identidade —mudando do papel ativo de profissional para o passivo de dona de casa e mãe— poderá ser sentido de forma mais incômoda que as demais adequações ao país estrangeiro.”
Estas são as principais dificuldades enfrentadas pelos que vivem fora de seu país de origem:
1) Choque cultural: A adaptação a uma nova cultura e ambiente pode ser desafiadora. As diferenças na língua, costumes, valores e comportamentos podem levar a um sentimento de deslocamento e estranhamento. Isso pode resultar em uma sensação de perda de identidade, pois as pessoas podem sentir dificuldade em se encaixar e se sentir como se não pertencessem a nenhum lugar.
2) Sentimento de pertencimento: Viver no exterior pode fazer com que as pessoas se sintam divididas entre sua cultura de origem e a nova cultura em que estão imersas. Isso pode levar a uma sensação de não pertencer completamente a nenhum dos dois lugares, o que pode ser confuso e causar uma crise de identidade.
3) Pressão social: A pressão social para se adaptar e assimilar à cultura local pode ser intensa. As pessoas podem sentir a necessidade de se conformar e abandonar certos aspectos de sua identidade cultural para se encaixar. Isso pode resultar em uma sensação de perda de identidade ou de estar negando suas raízes. Uma entrevistada de 18 anos que irei chamar de Silvia, queixou-se de ter perdido a oportunidade de falar duas línguas fluentemente por causa da crise de identidade da mãe. Sendo brasileira, casada com um americano, a mãe de Silvia sentia muita dificuldade em aprender inglês. Tentando aumentar sua própria fluência, ela proibiu o uso da língua Portuguesa em casa. Silvia que tinha nascido no Brasil e mudado-se para os Estados Unidos aos 4 anos de idade, diz ter se esquecido da língua materna. Ela compreendia parte do que eu perguntava durante a entrevista, franzindo a testa, num esforço de captar o português que um dia lhe fora familiar. Para que ela expressasse perfeitamente o que sentia, tive que continuar a entrevista em inglês.
4) Discriminação e preconceito: Viver em um país estrangeiro pode expor as pessoas a diferentes formas de discriminação e preconceito. Isso pode afetar a autoestima e a confiança, levando a uma crise de identidade e uma sensação de não serem aceitos ou valorizados.
5) Sentimento de raiz dupla: Muitas pessoas que vivem no exterior desenvolvem um sentimento de raiz dupla, onde se sentem conectadas tanto à sua cultura de origem quanto à cultura em que estão vivendo. Embora isso possa ser enriquecedor, também pode ser desafiador conciliar as duas identidades e encontrar um senso de equilíbrio.
6) Perda de conexão: Viver longe de familiares, amigos e da comunidade de origem pode levar a uma sensação de perda de conexão e isolamento. As pessoas podem sentir falta da sensação de pertencimento e conexão que tinham em seu país de origem, o que pode afetar sua identidade e senso de pertencimento.
Lidar com esses problemas de identidade ao viver no exterior é um processo complexo e individual. É importante buscar apoio emocional, se conectar com outros expatriados e explorar maneiras de se manter conectado com sua cultura de origem, enquanto também se envolve com a nova cultura em que está imerso. A analista Malu Aguiar diz que é tão procurada pois os brasileiros vivendo no exterior, mesmo quando fluentes na língua local, sentem mais facilidade de expressar sentimentos e dificuldades com alguém que compreenda sua cultura. A especialista deixa uma dica essencial: “Recomendo que ao se casarem com um estrangeiro, meus pacientes não abram mão dos rituais pertinentes à sua cultura. Ao cozinhar comidas típicas e fazer celebrações de seu país, você estará envolvendo seu parceiro, seus filhos e outras pessoas do seu círculo, tornando algo seu familiar também pra eles. Conte histórias interessantes e quando possível, os incentive a visitar seu país. Você e sua família só têm a ganhar.” Para mais dicas valiosas desta especialista, acesse o website opercurso.com.br ou o instagram @opercurso
O tempo e o autodescobrimento podem ajudar na resolução dessas questões e no fortalecimento da identidade. Utilize a tecnologia para falar por vídeo com parentes e pessoas que você ama em sua cidade natal. Participe e inicie grupos virtuais, quando não houver presenciais, para praticar atividades ligadas à sua cultura: arte, dança, canto, religião. É importante integrar-se ao novo país que está lhe acolhendo, desde que o preço não seja esquecer-se de onde você vem.
Nas próximas edições, a coluna VIVER BEM EM NOVA IORQUE vai dar continuidade a este assunto, trazendo mais dicas de desenvolvimento pessoal e profissional para os brasileiros vivendo nos Estados Unidos. Acompanhe e envie perguntas e sugestões para a colunista acessando PictureCure.com/contact
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Fonte: Coluna Viver Bem em NY por Liza Andrews