Coluna Debora Corsi: DO SIM AO FIM

Todos nós apreciamos receber um "SIM" como resposta às nossas petições, pois essa palavra é agradável ao coração. No entanto, por vezes, movidos pelo receio de aborrecer aqueles que amamos, concordamos rapidamente, sem ponderar sobre os possíveis danos que nossa decisão poderá causar no futuro. Estou convencida de que muitos dos nossos problemas poderiam ser resolvidos com um simples "NÃO" como resposta.

Hoje, quero abordar o tema do "sim ao fim", pois muitas situações que começam em nossas vidas precisam alcançar um desfecho favorável. Infelizmente, para muitos, o término é desastroso. Exemplifico alguns casos:

• Sócios que iniciam bem em empreendimentos, mas acabam rompendo contratos e cultivando inimizades;
• Aqueles que abrem as portas de suas casas e, com o tempo, percebem que acolheram um inimigo em seu lar;
• Propostas que inicialmente parecem presentes, mas que, na ânsia de vivenciar algo novo, terminam em uma espécie de "morte";
• Casais que fazem juramentos no altar, celebram festas com belos sorrisos no momento do "sim", e uma traição basta para assinar o FIM.

É o "SIM" que sai de nossas bocas e gera um desfecho capaz de destruir nosso equilíbrio emocional. Exemplos como esses são facilmente encontrados em nosso meio.

É crucial acender um alerta antes de concordar com qualquer pessoa, mesmo que seja alguém da família. Se adotarmos a prudência como nossa aliada, certamente conseguiremos reduzir as chances de fracassos.

Conforme Dra. Nelise expedido, que advoga na área de família no escritório Silva & Silva, refletir sobre essas situações pode ser fundamental para tomadas de decisão mais conscientes. Dra. Nelise aborda esse tema na área jurídica da seguinte forma:

“TUDO COMEÇA COM UM “SIM”. Quando penso no “sim”, me vem à mente que o primeiro sim que recebemos na vida é quando uma mãe permite levar uma gestação adiante...

E ao longo da vida esses “sins” vão se tornando (ou pelo menos deveriam ser) mais calculados, pois teremos o sim ao namoro, sim ao empreendimento, sim ao casamento, à gestação. O que não pensamos é que todos esses “sins” obrigatoriamente terão “fim”... Seja um fim por desejo próprio, como o fim de uma sociedade, um divórcio, ou de forma involuntária como o fim da vida pela morte. Entendo que tanto no sim como no fim, o comportamento estratégico, de planejamento da vida através de instrumentos jurídicos poupa desgastes, evita lágrimas, gera economia financeira e diminui brigas. E o direito das famílias acompanha o indivíduo em todos os grandes momentos da vida, desde antes do nascimento, no planejamento do regime de bens do  casamento, no acordo de sócios da empresa ou em uma partilha de bens em vida para os filhos. Decisões planejadas e amparadas vão gerar uma vida mais fácil do sim ao fim.”

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