Maurício Gulla Moreira: A Ascensão do Cowboy Paulista no Rodeio Americano

Diretamente do interior de São Paulo para o topo do rodeio americano, Mauricio Gulla Moreira, de 24 anos, é um dos cowboys super talentosos da Professional Bull Riders (PBR) e mais uma vez brilha entre os homenageados do prêmio Notáveis USA.

Ele chegou aos EUA em 2020, conquistou vaga na PBR Unleash The Beast, a liga de elite da modalidade. No ano seguinte ficou na 5a colocação dos melhores do mundo. Atualmente, ocupa a 27ª posição no ranking mundial, competindo juntamente com os melhores bull riders do planeta. Foi escolhido para o Team Series e montou para o Arizona Ridge Riders e Kansas City Outlaws.

Natural de Gavião Peixoto, Maurício carrega a paixão pelo rodeio no sangue. Inspirado pelo pai, também competidor, ele começou a montar em touros assim que atingiu a idade para iniciar na profissão. Casado com Livia Campos, sua maior incentivadora, ele soma mais de 340 montarias da PBR americana, com 17 notas acima de 90 pontos e 11 vitórias em eventos.

Com um estilo ousado, Maurício se destaca pela determinação, garra e talento, além do carisma que conquistou o público. Quem o conhece sabe que a energia é sempre muito positiva e vai ter risada garantida, pois o atleta está sempre bem humorado e leva consigo uma alegria contagiante.

Em 2024, ele busca alcançar novos patamares na PBR, com o objetivo de conquistar o título mundial e se tornar um dos maiores nomes do rodeio internacional.

A seguir uma entrevista exclusiva com Mauricio Gulla Moreira, um atleta que inspira a todos com sua paixão, dedicação e alegria.

BRAZILIAN TIMES: Sabemos que seu pai foi sua inspiração para você se tornar um atleta de rodeio, quando realmente você percebeu que essa seria a sua profissão?

MAURÍCIO MOREIRA: Desde de pequeno já sabia, pois eu nunca tive outro pensamento a não ser querer montar em algo, era no braço do sofá, nos cachorros em tudo, a paixão foi tomando conta e quando vi já estava montando profissionalmente. 

B.T.: Em 2020, na sua chegada na PBR americana você ficou em 30 lugar, no ano seguinte saltou para a 5 posição do ranking mundial e tem se mantido entre os melhores cowboys do mundo. Você costuma assistir suas montarias posteriormente e ver onde você acertou e onde você pode melhorar para poder um dia ser campeão mundial?

M.M.: Com certeza, mas eu foco mais nas montarias válidas para manter em minha mente aquelas montarias que dão certo para ficar confiante sempre em touros futuros.

B.T.: De acordo com o site da PBR você já faturou $521,398.17 dólares. Sabemos que boa parte deste dinheiro vai para pagar as despesas de viagens, hospedagem e treinos, mas claro que sobre ai um pouco pra fazer um "pé de meia". Já deu para realizar alguns sonhos com esse dinheiro?

M.M.: Já sim, graças a Deus. Comprei uma casa para meus pais no Brasil, tipo um rancho na cidade de Tabatinga, em São Paulo e também aqui tenho minha camionete que era um sonho de criança ter uma e meu RV que vivemos como cowboys de verdade aqui nos EUA.

B.T.: Quais são seus objetivos de longo prazo na PBR?

M.M.: Meu primeiro objetivo claro é ser campeão mundial , e também deixar um legado bonito de honestidade de pessoa boa dentro do esporte.

B.T.: Você tem algum desejo em participar de outras competições?

M.M.: Tenho vontade sim de participar de algumas competições como hobby mesmo Team Roping e vontade de fazer motocross.

B.T.: Há algum atleta (sem ser seu pai) que você admira ou que aspira ter o mesmo destaque?

M.M.: Sim, quando vim para os Estados Unidos aprendi e tirei muitas bases com João Ricardo Vieira e Fabiano Vieira, porque aqui os touros são diferentes e como meu pai só sabia dos do Brasil, acabei adquirindo ídolos aqui para aprender a manobra. 

B.T.: Qual foi o maior desafio que você enfrentou na sua carreira até agora? Como você o superou?

M.M.: O maior desafio foi a cirurgia no quadril direito que foi refeita também, então passei por duas e foi difícil me recuperar, recuperar a confiança e fazer um bom desempenho. Eu superei apenas me apegando à Deus e seus planos e com apoio de minha esposa. Pois agora me sinto muito melhor.

B.T.: Você pode descrever sua montaria mais memorável e as emoções que sentiu durante ela?

M.M.: Claro que foi a maior de minha carreira até agora 94,25 na final mundial de 2022, um momento que quando eu desci do touro (de ponta cabeça aliás, risos) eu só senti que foi mágico e todos gritavam eu não conseguia conter a emoção do coração e gritava muito e quando falaram a nota então eu me senti um verdadeiro super homem. 

B.T.: Como você lida com a adrenalina e o medo associados ao rodeio?

M.M.: Adrenalina ela corre na veia mesmo o medo a gente tem, mas é preciso saber controlar. Acho que para ser um bull rider é preciso 90% cabeça e 10% corpo.

B.T.: O que significa para você representar o seu país (Brasil) na PBR?

M.M.: Eu amo meu País e foi uma escolha muito boa que me fez ver como o rodeio precisa ser mais valorizado lá pelo fato de muitos competidores brasileiro serem os melhores aqui.

B.T.: Você testemunhou ou sofreu alguma lesão grave na sua carreira? Como isso te impactou?

M.M.: Não, a minha cirurgia foi básica apenas me afetou psicologicamente. 

B.T.: Quais técnicas de treinamento você usa para se manter fisicamente e mentalmente preparado?

M.M.: Andar à cavalo a pêlo para relaxar a mente e alongamentos toda manhã, isso ajuda meu corpo a ficar mais saudável

B.T.: Como a influência do seu pai moldou sua abordagem ao rodeio?

M.M.: Grande peso pelo fato de ser filho de um grande competidor, as pessoas esperam mais de você, que você seja melhor que ele. 

B.T.: Ser campeão mundial é o sonho da grande maioria dos cowboys, você já chegou bem perto de conquistar, pois já esteve entre os 5 melhores do mundo. Como é esse sentimento?

M.M.: Um pouco de sentimento de culpa, pois para ser campeão mundial você precisa estar 100% fisicamente e na hora da final eu tive uma grande chance, mas estava com dores no quadril, o que me atrapalhou. Espero chegar 100% para as próximas e dar o melhor por esse título.

B.T.: Atualmente, ao analisar suas performances, contando número de montarias, porcentagem de paradas e pontuação, qual sua avaliação?

M.M.: Preciso melhorar mais em questão de porcentagem de paradas, isso é muito difícil aqui se manter sem cair de nada uma coisa que eu vou correr atrás para dar certo. 

B.T.: Descreva as vantagens e desvantagens das montarias individuais e em times.

M.M.: Vantagens do individual é que você não tem um chefe, seus touros são sorteados e pronto, você caindo ou parando é só você sem preocupação. Agora com Teams você não está sozinho, então aumenta a responsabilidade de fazer melhor para o time, mas no final do dia é a mesma coisa você vai montar um touro e dar o seu melhor.

B.T.: Quais seus objetivos para 2024?

M.M.: O objetivo principal para 2024 é chegar nas finais da Unleash The Beast e preparação física de100%. Também tenho o desejo de voltar a participar de um dos times. Na próxima temporada e espero ser escolhido.

B.T.: Você foi nomeado nos Notáveis USA em 2022 como um cowboy de destaque do ano de 2021 e volta a estar na lista dos homenageados de 2024, qual a emoção de ter reconhecimento do público e da mídia?

M.M.: Emoção grande, pois você percebe que está fazendo um bom trabalho, sendo reconhecido por diversas pessoas e isso ajuda muito no quesito confiança. Sou muito grato de ter sido indicado duas vezes, isso representa muito pra mim e me inspira a tentar ainda mais fazer o meu melhor dentro da arena para festejar fora dela.

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