Coluna Debora Corsi: Superando as Sombras do Passado

Um relato impactante foi compartilhado por um médico: no hospital, havia um senhor de 85 anos internado em estado terminal. Horas antes de partir, ele expressou profundos arrependimentos, desejando poder voltar no tempo para mudar muitas coisas. Com lágrimas nos olhos, confessou que se tivesse cuidado melhor da sua saúde com exames preventivos, talvez não estivesse na situação em que se encontrava. O médico, apenas ouvindo, compreendeu que mais um paciente estava partindo com o peso do remorso.

Quantas vezes nos encontramos também pensando em retornar ao passado para corrigir nossos erros? No entanto, essa vontade, quando surge, precisa ser passageira. Carregar no coração uma história que não pode ser alterada é um fardo pesado para qualquer ser humano. Infelizmente, para muitos, o passado tornou-se um inimigo, não apenas uma lembrança, mas a própria existência das consequências resultantes de atitudes impensadas, tais como:

- Abandono de um grande amor por causa do preconceito;

- Sequelas físicas por falta de humildade em seguir os conselhos dos pais;

- Perder a oportunidade de trabalhar na empresa dos sonhos por não ter concluído a graduação;

- Arruinar relacionamentos por não conseguir domar o orgulho;

- Não investir durante em períodos de prosperidade.

Muitas são as causas de uma vida frustrada devido a um passado mal vivido. No entanto, ainda existe vida no presente, e é por isso que aquilo que não pode ser mudado deve ser deixado no passado. Ninguém merece carregar o peso dos erros passados, afinal, todos têm o direito de traçar uma nova rota. Como o apóstolo Paulo escreveu aos Filipenses no capítulo 3, versículos 13b e 14a: "mas uma coisa faço: esqueço-me das coisas que ficaram para trás e avanço para as que estão adiante, prossigo para o alvo".

É claro que ninguém está proibido de trazer à memória histórias antigas, mas quando o passado causa dor, ele se torna um inimigo. E como identificar?

- Quando a lembrança do passado traz remorso, não saudade;

- Quando a dificuldade em fazer novos planos é impedida pelo medo dos erros cometidos anteriormente.

É primordial compreender que a máquina do tempo só existe nos filmes de ficção; portanto, por mais doloroso que seja confrontar algo que foi feito, há apenas uma maneira de se libertar: virar a página e começar uma nova história.

Hoje, quero propor-lhe um desafio: rompa essas correntes e dê prioridade à vida, para que, ao atingir os 85 anos, você possa compartilhar histórias que inspirem aqueles ao seu redor. Devemos chegar ao fim de nossa jornada dizendo: "Valeu a pena viver".

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