Coluna: “Coração em sintonia”

Todos sabemos o quão vital é o coração para nossa existência. Sempre ouvimos histórias de pessoas que tiveram infarto e, algumas vezes, até mesmo morte súbita. E, no fundo, podemos distinguir o que é saudável (por exemplo, uma dieta balanceada com frutas e vegetais, exercício físico regular) do que não é (tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, estresse emocional, entre outros).

Então, se às vezes parece tão simples quais escolhas devemos seguir, por que a doença cardiovascular continua “nadando de braçadas” como a principal causa de morte em todo o planeta?

Existe uma grande diferença entre a teoria e a prática. Sabemos que fumar não é saudável. Mas será mesmo que apenas um cigarro vai fazer tanta diferença assim? Se eu fumar esse próximo cigarro, será que será justamente ele que vai me causar um infarto? E se eu comer apenas esse delicioso donut sabor "vanilla frosting with sprinkles", será que vai ser isso que vai descontrolar toda a minha diabetes e me causar um AVC (o temido acidente vascular cerebral)? E ainda, será que se eu não fizer exercício hoje, apenas hoje, será mesmo que isso vai me fazer bater as botas?

Sabemos que amanhã será um novo dia. Por causa disso, poderemos sempre aceitar os erros de hoje e deixar que novos hábitos se iniciem amanhã, por que não?

O pior inimigo é aquele que age silenciosamente, sorrateiro, crônico e indolor, "se fingindo de morto" até o dia em que vem para dar um bote letal (leia-se, infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral).

Nos Estados Unidos, 70% da população está acima do peso (40% classificado como "obeso" e 30% como "sobrepeso" — aquele grupo de pessoas que está aguardando o "amanhã" para mudar de estilo de vida).

Meus amigos leitores. Venho aqui para trazer um pouco da minha experiência após mais de uma década acompanhando de perto a doença cardiovascular. E gostaria de propor um plano de ação.

Isso mesmo.

Quero contar com todos vocês para que, juntos, comecemos esse plano de ação, para virar o jogo.

Nessa coluna, vamos ajudar você, caro leitor, a mudar essa estatística. Bem, talvez você sozinho(a) não seja suficiente para mudar a porcentagem de obesos nos EUA. Porém, você pode mudar a sua estatística. Você representa 100% de sua própria estatística.

Vamos começar um plano de ação. Nas próximas semanas, iremos trazer mais detalhes de como isso será feito. Vamos fazer nossos corações entrarem em sintonia. Uma sintonia para uma vida mais saudável, mais balanceada, mais equilibrada. Uma sintonia para uma vida mais longa e de qualidade.

Porque, infelizmente, nem sempre haverá um amanhã.

Autor: Dr. Gian Lima.

Bio:

Dr. Gian Lima é médico cardiologista, formado pela Universidade de Pernambuco e residência em clínica médica e posteriormente cardiologia pela University of Connecticut. Autor de diversos artigos publicados e trabalhos apresentados em conferências internacionais, Dr. Gian Lima traz toda a sua experiencia para a coluna “Coração em Sintonia”, com objetivo de esclarecer assuntos importantes para saúde cardiovascular de seus leitores, além de estimular mudança de hábitos para uma vida mais saudável.

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