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Publicado em 28/04/2024 as 5:30pm

Coluna Arilda Costa: ENTREVISTA com a artista mineira ISABEL VONO (B. VONO) que vem conquistando espaço no Brasil e no mundo

"A arte para mim é liberdade ..." As margaridas são vermelhas; as lágrimas, cor de rosa; o que impede o sol de ser azul? As sensações são ilimitadas. As palavras já não bastam para expressar os sentimentos: a alegria, a raiva; o prazer, a dor; a esperança ou uma desilusão... Através das tintas minha emoção transborda, transmite, transcende. E quando percebo que a obra fala por si só, que é sentida e decifrada por aqueles que a admiram, a realização é mágica, é completa

Coluna Arilda Costa: ENTREVISTA com a artista mineira ISABEL VONO (B. VONO) que vem conquistando espaço no Brasil e no mundo BEL CORPO

- Quando você pensa no mundo da arte, qual a primeira coisa que vem na sua mente? 

A primeira sensação que me vem à mente é a de liberdade!!! Crescer, voar, expandir os horizontes sem limites e ao mesmo tempo vem um sentimento de introspecção, de aprofundamento em mim mesma.

- Como e quando se dá o seu primeiro contato com as Artes?

Na adolescência é sempre comum aquela inquietude na procura de se preencher o tempo e comigo não foi diferente. Meu primeiro contato com a pintura se deu de forma acidental! Veio logo após  de uma tentativa frustrada na música, logo na segunda aula de violão a professora já me aconselhou a procurar novos rumos. E assim, busquei a pintura, onde de fato me encontrei plenamente. Por isso valorizo muito a experiência, a liberdade de se arriscar e sempre tentar novos desafios.

- Como foi a sua formação artística? Como surgiu ou você descobriu este dom?

Comecei com as aulas de pintura na minha cidade natal, em Abaeté – uma típica e pacata cidade mineira, com uma artista local, Dona Teresa. Isso foi aos 12 anos de idade. Mas, como é  característico das cidades interioranas – apesar de todas possuírem suas qualidades singelas – infelizmente, possui suas limitações. E assim não tive como me aperfeiçoar em grandes escolas, mas sim, ousar na experiência e no aprendizado próprio; mesmo depois de poucas aulas não parei mais de pintar. 

Eu me considero uma autodidata, com muito orgulho de todas as fases que percorri. E já amadurecida, também dediquei meu tempo a ensinar essa arte a outras pessoas, deixando a criatividade aflorar. Tive alunas de todas as idades e perfis e com elas posso dizer que também aprendi muito!

- Qual é o significado da sua obra para você?

Realização. É uma experiência contínua e sem fim. Procuro crescer e me libertar cada vez mais, diria que é um processo de autoconhecimento. Mesmo sabendo que a perfeição não faz parte do nosso plano material, a busca por ela – mesmo que inatingível – é um exercício que me motiva e me faz bem.

- Qual é a sua proposta? Qual a principal mensagem que você quer levar para o público?

Minha proposta é externalizar sentimentos. Gosto quando as pessoas apreciam e contemplam a arte. De fato, trata de uma comunicação: o artista sempre quer transmitir algo para o mundo exterior, mas não de forma rígida e, sim, subjetiva: o mais importante é tocar as pessoas, fazer com que elas dediquem alguns minutos na contemplação. Se isso ocorre, já atingi meu objetivo e me sinto realizada. Sinto-me bem quando consigo atingir a essência depositada em cada obra – e é muito gratificante quando o receptor elogia, valoriza e também se sente de alguma forma tocado.

- Como é o seu processo criativo em si? O que te inspira?

Meu processo criativo é pura intuição! Às vezes penso em realizar algo e de repente tudo muda, mas que me leva a sentir ainda mais realizada. Sem amarras; a intuição vem primeiro. 

A inspiração não está atrelada a nenhum grande artista especificamente; considero tudo fruto da intuição. Várias pessoas já me disseram que no meu atelier encontram-se muitos artistas e fico muito feliz que eles me orientem em seu plano de existência - que sejam muito bem vindos!

- Quais os materiais que você utiliza em suas obras?

Eu lanço mão dos mais variados tipos de materiais. Quando a intuição vem, eu não a limito: além das tintas convencionais, uso papéis, cascas de árvores e papelões. Já fiz experiências até com borra de café. Exploro várias técnicas, inclusive a pintura com as próprias mãos – a qual me trouxe bastante identidade.

FLORES GEOMETRICAS

- Quando você começou efetivamente a produzir, criar, expor e vender suas obras?

Nem todos valorizam a arte, principalmente nas cidades do interior. Pssei grande parte da minha vida no sul de Minas Gerais e lá foi onde tive uma atividade artística mais completa, participando de várias exposições, inclusive internacionais, ganhando muitas premiações e homenagens, participando de vários catálogos de arte e ministrando aulas de pintura. Já trabalhei com galerias em São Paulo – que recebe todos de braços abertos, e também em Belo Horizonte – apesar de ser um mercado bem mais fechado e restrito a poucos artistas. 

- A arte é uma produção intelectual primorosa, onde as emoções estão inseridas no contexto da criação, porém na história da arte, vemos que muitos artistas são derivados de outros, seguindo técnicas e movimentos artísticos através do tempo. Você possui algum modelo ou influência de algum artista? Quem seria? 

Minha trajetória artística revela um caminho por inúmeras fases e estilos. Nunca me prendi a uma temática só. Deste modo, em cada uma delas tenho uma inspiração em grandes artistas que representaram seu tempo: impossível não admirar os grandes mestres, Van Gogh, Monet, Manet, Portinari, claro que são e serão sempre inspirações inerentes aos artistas.

- Quais as técnicas que você usa para expressar suas ideias, sentimentos e percepção acerca do mundo? (Se é através da pintura, escultura, desenho, colagem, fotografia… ou usa várias técnicas no sentido de fazer um mix de formas diferentes de arte).

Todo artista é sensível às artes como um todo: música, dança, fotografia, esculturas. Posso afirmar que me encontro e me identifico mais na pintura, com certeza! É onde posso me expressar passeando por diversas técnicas e como disse, eu me arrisco sem limites e faço experiências a todo momento. Se não gosto, reciclo e começo um novo trabalho, sem medo de errar. 

- Você tem alguma outra atividade além da arte?  

Sou uma pessoa abençoada por ter uma família amorosa, tanto na minha raiz quanto nos meus frutos. Sempre me dediquei a eles; fiquei viúva recentemente, após uma convivência sólida de 50 anos. Começo agora uma nova caminhada.  Sempre fui esposa, mãe, e hoje tenho a tarefa prazerosa de curtir meus netos, minha casa, minhas experiências na cozinha. Como boa mineira tenho na minha essência a culinária, o artesanato e a família.

- Viver de arte é possível?

Como mencionei, já tive uma atividade profissional mais fecunda em outras fases – inclusive comercialmente falando. Hoje, de volta a minha cidade natal, as vendas ficaram mais limitadas... mas não parei nunca!!! Mas não foi uma mudança negativa, nada  foi perdido nesta vida, tudo tem seu tempo. Ter voltado para minha terra natal teve e tem seu propósito. Agora estou numa fase de reencontro, produzindo bastante, buscando novos horizontes, mais criativa e amadurecida. Viver da arte, no entanto, ainda não é possível. Ela me rende bons frutos sim, ainda vendo bastante, tanto obras já expostas no meu atelier quanto também recebo muitas encomendas – principalmente de rostos; mas não é atividade constante.

- Quais habilidades são necessárias hoje para o artista plástico?

Hoje o mundo está cada vez mais sem fronteiras. Há muitas escolas, muitos cursos, muita facilidade em se adquirir bons materiais. A internet também é uma vitrine democrática, e isso é muito bom! Mas como disse, o lado negativo é que os modismos aparecem; a arte patrocinada e o trabalho midiático de engajamento às vezes mascaram e prejudicam verdadeiros artistas  - aqueles que, na essência, vivem permanentemente da arte. Então hoje vejo muitos artistas “aventureiros”, ainda imaturos; acho que a caminhada do estudo, da técnica, do preparo paulatino que vem com a vida deveria fazer parte desta caminhada. Claro que há grandes talentos que não precisam de qualquer escola – é um dom nato!!! Mas na atualidade vejo muita efemeridade, qualquer coisa é arte e, se é “bem curtida”, as pessoas compram e ficam famosas. Senão, apenas vira uma “postagem”, uma atividade extra no perfil. Perdeu-se um pouco da essência.

- Qual período da arte mais impressionou você até agora?

Gosto muito dos impressionistas. Talvez por justamente trabalhar com a percepção única que cada ser tem daquela arte que com ele se comunica.

- Você tem de estar sempre criando ou apenas em certos momentos?

Sim! Nunca parei de pintar!!! Muitas vezes ocorre de ter um sonho e logo na manhã seguinte já fico ansiosa para colocar em prática. A pintura sempre fez e fará parte da minha vida. Claro que há períodos mais intensos, mais produtivos, bem como momentos mais introspectivos e obscuros, mas sempre é uma forma de externalizar meus sentimentos.  

- O produto de uma obra sua é único ou tem alguma relação próxima ou distante de sua obra anterior?

Muitas vezes o resultado é tão diferente do inicialmente planejado que me surpreende.  Cada obra minha é única, principalmente o trabalho abstrato, mesmo que eu tente repetir, parece que dá um bloqueio, um branco, cada obra tem seu lugar. Mas quando não me identifico com a obra, sem pesar eu a transformo em outro quadro: vasos de flores, abstratos, etc.

Não me limito somente a um tema ou corrente artística... me liberto e pinto aquilo que me vem à mente. Quem conhece meu trabalho sabe que percorro do figurativo ao impressionismo, do realismo ao abstrato – são fases muito distintas que vão e voltam... Já recebi críticas que deveria me concentrar e lapidar somente um estilo, criar uma identidade... mas não me preocupo com isso, acho que  reduz o espírito do verdadeiro artista – não devemos nos curvar somente ao segmento comercial, aos modismos... acho que devemos preservar nossa essência e a liberdade de criar.

OURO PRETO

- As redes sociais têm lhe ajudado na divulgação de seu trabalho?

Hoje a mídia social estendeu as fronteiras, o que é por um lado é bom, tudo é acessível a todos em qualquer parte do mundo, mas por outro lado, como disse,  torna a arte mais midiática, tudo (e qualquer coisa) pode ser exposto. Muita coisa nem tem tanta qualidade, mas por algum motivo (ou trabalho comercial) ganha engajamento e projeção. A internet é de fato uma vitrine mas ainda acredito que a verdadeira comunicação obra-espectador se dá ao vivo, nas galerias, nos museus, ao vivo. Por isso valorizo muito as exposições e mostras de arte.

- Em sua opinião qual é o futuro da arte brasileira e dos seus artistas? (no contexto geral) e porque tantos artistas estão dando preferência em mostrar seus trabalhos em exposições internacionais, apesar dos altos custos?

A busca pelo contexto internacional talvez venha, infelizmente, ainda de um descrédito com o que é local. Como se precisasse de uma chancela internacional para valorizar o que está ao nosso lado. É fato também que certos países, e consequentemente seu povo, conseguem valorizar mais a arte que o nosso país. 

- Como analisa as qualidades de uma obra de arte?

Não há receita. É uma mensagem que deve ser transmitida e que varia de pessoa para pessoa. Claro que, do ponto de vista técnico, é possível apreciar elementos de construção, harmonia, equilíbrio, proporção, expressividade, luz, etc. Mas a mágica acontece na percepção de cada ser.

PAPA

- Quais os critérios para estipular o valor de uma obra de arte?

O valor da arte é imensurável, mas deve ser quantificado de alguma forma. Os critérios são variados: dentre eles o tempo dedicado, o grau de dificuldade, a exclusividade de um tema ou fase. A sua experiência anterior para se chegar naquele resultado. Mas é certo que o que dita de fato o preço da arte é a fama e reconhecimento do artista – quantos grandes artistas já tiveram seu trabalho expurgado pela crítica, ou morreram na pobreza? E hoje a mesma arte é reconhecida e exageradamente valorizada em função de créditos que vieram depois?

ABSTRATO COLOR

- Como as artes plásticas podem contribuir para melhorar a educação e cultura no Brasil?

É difícil falar de arte num país que ainda sofre com tantas mazelas, tantas necessidades básicas – corporais. Mas a arte é um alento para a mente, todo ser merece também um deleite para a alma. Então, acho que arte pode proporcionar esse momento, pela reflexão, pela contemplação.

Às pessoas que gostam do meu trabalho e o valorizam eu deixo uma mensagem: dou graças a Deus pelo contentamento de construir boas obras para o futuro e que de alguma forma possam melhorar a educação e cultura de um Brasil melhor; utilizando este dom que o Senhor me emprestou, espero que saibamos ser compatíveis e agradecidos no serviço incessantes do bem. Contatos: (37) 99874-1231 cristinavono@yahoo.com.br / isabelvono.blogspot.com / bvono.webnode.com

 



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