Coluna Debora Corsi: Síndrome de Adão e Eva

No livro de Gênesis, encontramos a fascinante história da criação. O registro nos transporta para o Éden, o jardim paradisíaco onde o Criador estabeleceu o primeiro casal humano. O tempo em que viveram em perfeita harmonia permanece um mistério. 

Eva, intrigada, estabeleceu uma amizade com um influenciador que afirmava ter um profundo entendimento das regras do jardim. Durante uma conversa, ela tentou explicar as restrições impostas pelo Criador quanto a um fruto específico, mas o influenciador, com sua persuasão, sugeriu que o casal havia interpretado mal as instruções divinas. Tentada pela curiosidade, Eva decidiu experimentar o fruto proibido e compartilhou sua descoberta com Adão, que prontamente aceitou. No entanto, a experiência revelou-se desastrosa, pois ambos foram confrontados com a consciência do pecado. Envergonhados, tentaram esconder-se da presença divina, cobrindo-se com folhas. Quando o Criador visitou o jardim e percebeu a mudança no comportamento do casal, buscou por eles. Adão, confrontado, admitiu que foi tomado pelo medo, e o Criador, buscando entender o ocorrido, recebeu respostas conflitantes. O episódio resultou na retirada do casal do Éden como consequência de sua desobediência, e o influenciador foi severamente punido.

 Essa narrativa nos convida à reflexão sobre nossas relações pessoais e comerciais, onde frequentemente nos deparamos com situações em que alguém tenta usurpar o mérito do verdadeiro autor. Destaco três pontos da síndrome de Adão e Eva que observamos em nosso convívio:

1 – A interpretação equivocada dos fatos pode levar à ruína. A tentativa de Eva de explicar as ordens divinas a um estranho resultou na quebra das regras estabelecidas. Da mesma forma, indivíduos que negligenciam detalhes importantes em seus empreendimentos arriscam-se a consequências desastrosas.

2 – A busca por reconhecimento sem a devida autorização é arriscada. Empreendedores que não estão atentos às estratégias da concorrência correm o risco de perder contratos valiosos. É essencial manter-se focado em seus objetivos, mesmo diante das distrações.

3 – A recusa em assumir a responsabilidade pelo fracasso é prejudicial. Aqueles que procuram transferir os erros, em vez de reconhecer suas falhas, comprometem não apenas seus negócios, mas também seus relacionamentos e reputações.

A verdadeira liderança requer humildade para reconhecer erros e coragem para assumir responsabilidades. Aqueles que vivem a síndrome de Adão e Eva, necessitam retornar para sala de treinamento, seja da vida ou dos negócios. Finalizo com uma frase que aprendi com minha avó paterna quando eu ainda era criança: "Perca a cabeça, mas não manche sua reputação". Quando alguém delega algo para você, significa que, entre muitos, você foi a pessoa que despertou a fidelidade. Honre essa escolha.

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