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Publicado em 16/07/2024 as 5:00pm

Coluna Sobre a Saúde da Mulher: Doenças Crônicas Femininas

Fonte: Lídia Ferreira


Muitas mulheres sofrem diariamente com sintomas que atingem suas partes íntimas. Sem saber o que fazer, e também devido ao preconceito e falta de informação, várias são levadas a conviver por anos com doenças que muitas das vezes possuem um tratamento simples e até barato.

O melhor amigo da mulher deveria ser seu próprio corpo, pois afinal é com ele que tudo acontece. Não tem como separar o corpo de nós mesmas, mas tem momentos que seria melhor poder ter a oportunidade de não ter que enfrentar tantos desafios.   O tema de hoje está relacionado a doença crônica feminina conhecida como Vulvodínia, um transtorno que pode acarretar sérios danos à vida sexual da mulher.

O  que é a Vulvodínia?

A Vulvodínia ou Vestibulite vulvar é um transtorno ainda pouco conhecido, que provoca dores crônicas e desconforto na região genital da mulher. Estima-se que a Vulvodínia afeta cerca de 16% das mulheres, podendo acometer em qualquer fase da vida, desde a adolescência até a menopausa. A incidência é maior em mulheres entre 18 e 25 anos, porém após os 35 anos; diminuem os riscos da apresentação dos primeiros sintomas. Já o Vaginismo é uma disfunção sexual que provoca espasmos (contrações) involuntárias dos músculos vaginais. 

Quais são os sintomas da Vulvodínia?

Como a Vulvodínia causa dores na região da vulva, quase sempre os principais sintomas são observados na hora do ato sexual. No entanto, simples atividades diárias que geram uma pressão na região, como por exemplo: permanecer muito tempo sentada, andar de bicicleta, colocar um absorvente interno, usar calças, montar a cavalo; podem provocar dores intensas.

Os tipos mais comum da Vulvodínia são: Generalizada e localizada, sendo subdivididos em: espontânea, provocada e mista. Generalizada - quando a mulher se queixa de queimação constante. Localizada - quando a dor é provocada por pressão, pelo uso de alguns sabonetes ou cremes e pelo ato sexual. A dor provocada na mulher que sofre de Vulvodínia durante a relação sexual, pode permanecer até por horas após o ato.

Os principais sintomas da Vulvodínia são:

Dor ao toque; dor durante ou após a relação sexual; ardência crônica (constante); irritabilidade genital; sensibilidade aumentada; sensação de calor, coceira ou inflamação; dificuldade de introduzir absorventes interno (tampões); dificuldade para fazer atividades como: andar de bicicleta, montar a cavalo; dor ou incômodo ao usar calça justa ou apertada.

Causas

Ainda é desconhecido o que provoca a Vulvodínia, porém vários estudos afirmam que alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença, tais como: candidíase de repetição, fatores genéticos, sensibilidade a dor, alteração da parte baixa da pélvis, alterações hormonais, questões psicológicas e até consequências provocadas por abuso sexual, como o estupro. Algumas doenças também estão associadas, como: estresse pós-traumático, enxaqueca, fibromialgia e a síndrome do intestino irritável.

Diagnóstico

Como os sintomas da Vulvodínia não são aparentes, o diagnóstico é bastante difícil; principalmente pela falta de informação;  não só da parte da mulher afetada mas também de profissionais da área da saúde. Cerca de 60% das mulheres que sofrem dessa doença, admitem que o diagnóstico da Vulvodínia só foi possível depois de três ou mais opiniões de profissionais diferentes. A falta ou o atraso de um diagnóstico adequado, pode acarretar problemas psicológicos, como: ansiedade e depressão.

Tratamento

 O tratamento é feito por avaliação multidisciplinar que envolve ginecologia, fisioterapia e psicologia. É essencial que a mulher que sofre com um ou mais dos sintomas citados acima procure um ginecologista, que deverá iniciar o pedido de vários exames, além de fazer uma avaliação do histórico clínico. Idealmente, a paciente deve procurar um profissional especializado em patologia vulvar.

Recomenda-se para pacientes que sofrem de Vulvodínia  localizada, a aplicação de um conjunto de medidas, assim como: massagens na região pélvica, técnicas de relaxamento e contração, entre outras, que contribuem para a diminuição da dor proporcionando assim, o retorno de uma vida sexual saudável.

De acordo com a determinação médica, outras medidas podem ser apresentadas como opções de tratamento para o tipo específico de Vulvodínia. Mulheres que sofrem com essa doença, normalmente apresentam sintomas de ansiedade e depressão. Um acompanhamento com um profissional de saúde mental pode auxiliar no tratamento. Como muitas mulheres tem vergonha de compartilhar um problema tão íntimo, a maioria dessas mulheres reclamam da falta de apoio e compreensão, principalmente da parte do companheiro. 

Prevenção

Mesmo sabendo que a ciência ainda não sabe determinar a causa da Vulvodínia ou até mesmo a cura para essa doença, é possível prevenir ou diminuir os sintomas, como:

1.Evitar roupas apertadas contra a vulva.

2. Evitar o uso excessivo de sabonete ou perfumes na região pélvica.

3. Utilizar lubrificantes naturais durante as relações sexuais.

4. Optar por o uso de roupas íntimas de algodão.

O importante é procurar ajuda. O silêncio ou a vergonha só colaboram para o aumento do tempo de sofrimento desnecessário.

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