Publicado em 19/07/2024 as 12:30am
Coluna Esportes: VASCO VENCE, E ‘A BARREIRA VIRA BAILE’
“A Barreira vai virar baile”. O verso da nova música do MCDarlan e do Blogueirinho da...
“A Barreira vai virar baile”. O verso da nova música do MCDarlan e do Blogueirinho da Colina, deu o tom e embalou a festa. Lucas Piton e Sforza fizeram os gols, e a torcida do Vasco transformou em salão de baile funk a Barreira do Vasco, favela situada ao lado da sede do clube, em São Januário, depois da vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, na noite desta quarta-feira, dia 10.
Para quem não conhece bem o Rio de Janeiro, a integração entre o clube e a Barreira do Vasco é intensa, já que grande parte dos moradores da comunidade sobrevivem ou reforçam seu orçamento em dias de jogos, vendendo churrasquinho, cerveja, refrigerante e água ou oferecendo refeições e até mesmo serviços de tatuagem relativas ao clube. Assim, quando o Vasco vence um jogo importante como o desta quarta, com o qual foi se distanciando da zona de rebaixamento e chegou ao décimo lugar no Brasileirão, a Barreira realmente vira baile, ao som do samba e do funk.
Entretanto, a Barreira do Vasco esteve em destaque no noticiário ano passado, quando o estádio ficou interditado entre junho e setembro, por causa de uma confusão seguida a uma derrota para o Goiás. A própria associação de moradores da comunidade apelou à Prefeitura pelo cancelamento da punição, argumentando que os jogos ajudam a movimentar a economia da favela. O estádio só foi reaberto depois de o Vasco ter-se comprometido a cumprir uma série de medidas de segurança, como o reconhecimento facial dos torcedores. Reaberto o estádio, o clube conseguiu garantir a permanência na Série A.
Atualmente, os vascaínos, depois de terem sofrido o maior dissabor de sua história, na goleada imposta por 6 a 1 pelo Flamengo, no dia 2 de junho (maior derrota da história para o arquirrival), vêm atravessando um bom momento, não apenas pelas três vitórias seguidas – 4 a 1 no São Paulo; 2 a 1 sobre o Internacional; e a de agora sobre o Corinthians – mas também pelo anunciado retorno do apoiador Philippe Coutinho, que fez carreira de destaque na Europa e na seleção brasileira. O craque será apresentado à torcida neste sábado, dia 13, no estádio de São Januário, às 11h11, numa referência à camisa 11 que ele vai usar.
Além da sequência de vitórias e do aguardado retorno de Coutinho, o Vasco já vive a expectativa da remodelação total de São Januário, para que este celebre o centenário de sua inauguração a 21 de abril de 2027, totalmente moderno e com capacidade ampliada – das atuais 20 mil pessoas para cerca de 47 mil – com o compromisso de evitar a elitização e o embranquecimento das torcidas brasileiras, visíveis no Maracanã e em todos os outros estádios brasileiros neste período pós-Copa do Mundo de 2014, devido ao aumento dos preços de ingressos.
Dentro de campo, o Vasco mostrou o bom futebol que vem praticando, depois que passou a ser comandado pelo treinador interino Rafael Paiva, a ponto de ter conseguido quebrar um tabu de 14 anos sem ganhar do Corinthians, desde os 2 a 0 em outubro de 2010. No primeiro gol, já na segunda etapa, Hugo Moura descobriu Lucas Piton - àquela altura já com uma touca de natação, depois de ter aberto o supercilio direito após um choque com um adversário no primeiro tempo. Piton chutou cruzado, para marcar seu sexto gol no ano e lembrar o técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior de que merece uma chance na equipe nacional.
“Representa o trabalho de um grupo todo. Acredito que o trabalho recompensa. Estamos sendo recompensados com três vitórias seguidas e vamos buscar mais”, prometeu Piton, que dedicou o gol ao filho Matteo, que está para nascer, e agradeceu ao trabalho da equipe médica do clube, que o socorreu em campo, quando do corte no supercilio.
Já nos acréscimos, o contestado meia argentino Sforza fez um golaço, de falta, selando o 2 a 0. Ainda não efetivado, apesar dos bons resultados, Paiva, que é técnico da base do Vasco, espera subir mais um degrau na carreira.
"Acho que estamos amadurecendo, conseguindo controlar mais o jogo, ter controle de tudo que temos que fazer. Me sinto cada vez mais pronto, conhecendo os atalhos do profissional. A base tem jogos de altíssimo nível, as equipes são muito organizadas. Agora são só as particularidades do profissional. Depois de 10 jogos nesse nível, me sinto cada vez mais preparado e pronto", comentou.
Nada melhor que uma vitória para levar paz a um time e recolocá-lo num mar de tranquilidade, e no caso específico do Vasco, ter a certeza de que, sempre que o time ganhar, “a Barreira vai virar baile.”
RAINHA MARTA: ALEGRIA, OUSADIA, GARRA E VONTADE
A abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Paris está cada vez mais próxima, no dia 26 de julho. E a estreia da seleção brasileira feminina de futebol está prevista para a véspera, no dia 25, contra a Nigéria. Pela sexta vez em sua vitoriosa carreira, a Rainha Marta irá defender o Brasil em um torneio olímpico da modalidade. Seis vezes melhor do mundo, ela colaborou por duas vezes com as conquistas das medalhas de prata em Atenas-2004 e Pequim-2008.
Agora, Marta estará novamente a serviço da seleção, sob o comando do técnico Artur Elias, que já enfatizou em entrevista que o objetivo em Paris será a de conquistar um pódio. Com exclusividade para a CBFTV, na Granja Comary, a atacante do Orlando Pride, dos EUA, ressaltou a importância da torcida brasileira que certamente estará presente na capital francesa.
“Em qualquer lugar que o Brasil jogar vai ter o torcedor brasileiro presente, vai ser assim na França. Tem essa energia e a gente tem que aproveitar esse momento para trazer a torcida cada vez mais próxima da gente”, pediu. “Para que isso possa nos ajudar dentro de campo e nos motivar e para que possamos cada vez mais mostrar o nosso melhor, que é jogar com alegria, jogar com ousadia, mas também com muita garra e vontade e orgulhosas de representar a nossa seleção.”
Marta está alegre, e o motivo não é difícil de descobrir. Ela vai novamente se vestir de verde e amarelo.
“A alegria é a mesma, é sempre um prazer vestir a camisa da Seleção, representar o nosso país numa competição tão grandiosa como a Olimpíada. Com relação à primeira vez (foi em Atenas, em 2004), há, claro, uma diferença tanto de idade quanto de experiência”, analisa. “Na minha primeira, eu tinha 18 anos e tudo era novo pra mim. Eu estava descobrindo sobre o futebol feminino brasileiro. Eu já atuava na Suécia, mas tinha pouca oportunidade de estar na Seleção, que jogava menos naquela época, os amistosos eram em menor número. Hoje, a bagagem é um pouco maior, com muito mais experiência, e isso faz com que a gente saiba da responsabilidade, mas com tranquilidade.”
De acordo com a atleta, houve grandes mudanças no futebol feminino brasileiro, em comparação à época em que ela era uma iniciante.
Afinal, ela consegue ver mudanças em tudo em comparação ao início dos anos 2000, no que diz respeito à estrutura de muitos clubes, à estrutura da seleção feminina e à abordagem do futebol feminino em nosso país:
“Vejo como realmente as pessoas estão empolgadas com o momento da modalidade e acreditam que possa melhorar cada vez mais, acompanham as meninas e têm uma facilidade maior de ter notícias sobre o futebol feminino no país. Hoje, a mídia fala mais, naquela época não tínhamos isso.”
Quanto ao sonho de um pódio olímpico, Marta enfatiza que o elenco nacional está consciente da missão a ser cumprida em Paris:
“Não vai faltar vontade, garra pra gente ir em busca desse sonho, que não é só das atletas, mas de uma nação. Estamos trabalhando muito e acredito que teremos a oportunidade de mostrar isso desde o primeiro momento quando estivermos na Olimpíada, que é uma competição difícil, de muito equilíbrio.”
Ao ser perguntada sobre como se mantém em evidência, aos 38 anos, a alagoana de Dois Riachos explica como continua em alta.
“O (segredo para se manter em alto nível) é o foco. Não adianta eu querer acelerar o processo. Sempre fui muito de pensar no que posso fazer hoje pra ser melhor amanhã”, relatou. “Sempre fui uma atleta que procurei manter o foco no meu objetivo, nunca satisfeita, achando que poderia melhorar e aprender não só comigo, mas principalmente com as pessoas ao meu redor. Porque a gente pratica um esporte coletivo e é importante extrair o melhor de cada desafio para que possa encontrar unidade na equipe.”
Eventuais cobranças não assustam a estrela do futebol internacional, já que toda a seleção sabe que vive num país em que o futebol é o maior esporte.
“É normal que haja cobranças. O nosso trabalho é aqui, sabemos do nosso potencial, conhecemos cada vez mais as nossas companheiras e conseguimos entender a cada dia a maneira que nosso professor (Arthur Elias) quer que a gente se imponha dentro de campo. Isso é o mais importante”, afirmou ela, otimista em relação ao trabalho de Elias:
“Ele é um cara que consegue deixar muito claro o objetivo dele aqui. Não consigo vê-lo com dúvidas, ele tem muita certeza do que quer fazer na Seleção. Está passando diretamente isso para as atletas e eu acho que a gente está assimilando tudo muito bem. É tentar captar o máximo possível de informação para que possamos desempenhar o melhor dentro de campo.”
VÔLEI FEMININO: ESTREIA CONTRA O QUÊNIA
Bicampeã olímpica em Pequim-2008 e em Londres-2012, a seleção brasileira feminina de vôlei já conhece seus principais obstáculos na caminhada para tentar o tricampeonato. A cerca de duas semanas da abertura dos Jogos Olímpicos, no dia 26 de julho, a equipe do técnico José Roberto Guimarães vai estrear no dia 29, contra o Quênia, às 8 de Brasília.
Na segunda rodada da fase de grupos, jogará com o Japão, no dia 1 de agosto, também às 8h, e na terceira irá se defrontar com a Polônia, a 4 de agosto, às 16h de Brasília. Exceto pelo Quênia, na 20a posição do ranking mundial, o Brasil terá velhos conhecidos pela frente.
Na recém-encerrada Liga das Nações, vencida pelas italianas, o Brasil ganhou do Japão na fase de classificação, mas perdeu para o rival nas semifinais. Antes disso, havia assegurado a vaga olímpica contra as japonesas no pré-olímpico de Tóquio, no ano passado. Em relação à Polônia, ganhou na fase classificatória da Liga das Nações, mas perdeu a medalha de bronze da mesma Liga.
Atualmente, o Brasil é o segundo do ranking mundial da Federação Internacional de Volei (FIVb), após ter sido medalhista de prata nas Olimpíadas de Tóquio-2020, disputadas no ano seguinte, devido à pandemia do coronavírus. Na final, perdeu o ouro para os EUA
“Acho que estamos muito focadas. A gente tem dois times muito fortes. O Japão sempre tira nosso sangue, tem sido jogos muito difíceis. A Polônia vem ganhando de todo mundo, fazendo grandes partidas com jogadoras muito eficientes e muito constantes”, comentou a meio de rede Thaísa. “O Quênia é um pouco mais abaixo do nível dessas duas equipes. As meninas estão muito focadas. Até arrepio, porque a gente tá muito determinada. Sabemos o que queremos.”
TOQUE DE BOLA
RAMON DIAZ - Novo técnico do Corinthians, o argentino Ramón Díaz afirmou, ao chegar ao clube, que espera "entrega e atitude" de seus jogadores para o time se livrar rapidamente da parte de baixo da tabela do Campeonato Brasileiro. O treinador assinou contrato até 31 de dezembro de 2025. Aos 64 anos, Díaz estava desempregado desde abril, quando deixou o Vasco, e passava férias na Europa. .
LÁ EM MINAS
AMERICA - O América se prepara para enfrentar o Sport, no sábado (13), às 17h, na Arena Pernambuco, em busca da liderança da Série B do Campeonato Brasileiro. A última visita à Arena Pernambuco, em novembro de 2021, foi um momento histórico. Na ocasião, o América venceu por 3 a 2, atingindo 41 pontos na Série A. Ao final do campeonato, o Coelho ficou na oitava colocação, com 53 pontos, conquistando vaga inédita para a Libertadores.
ATLETICO – Nesta quarta-feira, dia 10, à noite, um grupo de torcedores do Atlético se reuniu diante da sede do clube, em Belo Horizonte, para protestar contra a SAF e os recentes resultados negativos diante de Palmeiras, Flamengo e Botafogo. Os torcedores se manifestaram contra os 4R's - Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador -, donos da SAF do clube, e também contra o CEO, Bruno Muzzi.
CRUZEIRO - A Raposa venceu o Grêmio por 2 a 0 nesta quarta-feira, dia 10 de julho, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Ramiro e Arthur Gomes marcaram os gols do Cruzeiro, que não vencia como visitante desde o triunfo por 1 a 0 sobre o Atlético Goianiense, em 12 de maio, em Goiânia, pela sexta rodada. Com essa vitória, o Cruzeiro chegou aos 26 pontos e subiu à sexta posição da tabela.