Publicado em 6/08/2024 as 3:30am
Identidade: O Que Suas Roupas Revelam Sobre Você
As roupas que escolhemos usar diariamente vão muito além da função prática de cobrir...
As roupas que escolhemos usar diariamente vão muito além da função prática de cobrir nossos corpos. Elas são uma extensão da nossa identidade. Falam sobre o nosso estado emocional, nossas preferências e até sobre como queremos ser percebidos pelos outros.
Muitos imigrantes, na luta pela sobrevivência —principalmente no primeiro ano num país estrangeiro— realmente estão usando roupas para cobrir o corpo. Isto é particularmente verdade em cidades de inverno rigoroso. Comprar um bom casaco que nos proteja do frio, numa liquidação que nos poupará recursos para usarmos no aluguel é a meta. Não importa a cor, estilo e com frequência, nem o tamanho ideal do casaco. Infelizmente, isso não muda as regras do jogo. Se você vive correndo, e na hora de sair de casa, tira qualquer peça limpa do armário, sem nem prestar atenção no que está vestindo, saiba que os que te observam estarão lhe “decifrando” e formando primeiras impressões, baseados no seu guarda-roupa.
Compreenda o que os especialistas em estilo e psicologia dizem sobre a linguagem silenciosa das vestimentas. E da próxima vez que for se vestir para trabalhar ou encontrar estranhos, lembre-se de que cada peça de roupa é uma oportunidade de expressar quem você é. Na medida do possível, seja estratégico e cause uma boa impressão.
É importante ressaltar que nenhuma das informações a seguir sobre o que cada cor ou tipo de vestimenta significam são consideradas verdades absolutas. Encare-as como uma possível interpretação por parte dos que não lhe conhecem. Há séculos, objetos caros ou baratos têm sido um indicativo para medir o grau de sofisticação, riqueza e status social. A vestimenta é apenas um deles.
1.Cores e Estilos
A paleta de cores que você prefere pode ser um indicativo do seu estado emocional. Por exemplo, pessoas que vestem frequentemente cores vibrantes, como vermelho ou amarelo, podem ser vistas como extrovertidas e cheias de energia. Por outro lado, quem opta por tons mais neutros, como cinza ou preto, pode ser percebido como mais reservado ou introspectivo. Além disso, o estilo das roupas também diz muito sobre a personalidade. Alguém que se veste de maneira casual e descontraída pode ser considerado mais relaxado e acessível, enquanto uma pessoa que prefere roupas formais pode ser vista como conservadora; ou no meio profissional, ambiciosa e hierárquica.
2.Acessórios e Detalhes
Os acessórios também têm um papel importante. Um relógio elegante pode indicar atenção ao detalhe e um senso de pontualidade, enquanto bijuterias coloridas e ousadas podem mostrar uma personalidade criativa e aventureira. A forma como você combina os detalhes das suas roupas pode refletir seu nível de confiança e sofisticação; assim como seu desejo de se destacar ou se misturar.
3.Influências Culturais e Sociais
As roupas que usamos também são influenciadas pelo ambiente em que vivemos e pelas normas sociais. Alguém que se veste de uma maneira que é vista como "tendência" ou "na moda" pode estar buscando aceitação social ou um senso de pertencimento. Por outro lado, aqueles que optam por um estilo mais alternativo podem estar expressando sua individualidade ou um desejo de se distanciar das normas convencionais.
4.Conforto e Praticidade
A escolha de roupas confortáveis pode indicar uma personalidade prática e que valoriza o bem-estar. Alguém que prioriza o conforto em vez da moda pode ser visto como alguém que valoriza a autenticidade e a simplicidade. Essa escolha muitas vezes reflete uma abordagem mais relaxada em relação à vida.
5.Mudanças de Estilo e Transformações Pessoais
É interessante notar que nosso estilo pode evoluir ao longo do tempo, refletindo mudanças em nossa vida pessoal ou profissional. Uma mudança drástica no guarda-roupa pode indicar um novo começo ou uma transformação interna, mostrando que nossas roupas são um reflexo dinâmico de quem somos. Inversamente, da mesma forma que uma mudança interna afeta o guarda-roupa, a sensação de “renovação” que a moda instantaneamente causa no visual pode gerar motivação interna para realizar outras mudanças.
Como a Moda Influencia a Autoestima
Para os fãs do New York Fashion Week e da Revista Vogue, a moda não é parte do estilo. É um item essencial, como alimentação ou moradia. Muitos indivíduos que se mudam para Nova Iorque possuem um desejo visceral de fazer parte do mundo da moda. Para eles—mais do que para as demais pessoas— o que se veste é calculadamente pensado para causar impacto e mandar uma mensagem. Quase como se o que a maioria de nós tenta demonstrar com ações, os aficionados da moda o fazem através de suas vestimentas.
“A alta moda desempenha um papel significativo na maneira como o mundo nos percebe,” disse a paulista Soraya, estudante de moda em Manhattan. “Por isso as marcas são propositalmente agrupadas em diferentes preços e estilos para atrair diferentes “tribos” —do trabalhador ao bilionário. Do avant-garde ao conservador”
A relação entre a moda e a autoestima também é complexa e multifacetada, envolvendo fatores sociais, culturais e psicológicos. Escolher roupas que ressoam com quem somos pode gerar um sentimento de autenticidade, elevando a autoestima. Quando alguém se sente bem com o que está vestindo, isso se reflete em sua postura e atitude. Alguns indivíduos tendem a se sentir mais autoconfiantes quando se vestem de maneira que reflete sua personalidade. Outros, projetam uma personalidade desejada e a constroem de fora para dentro—com vestimentas—em vez de fazê-lo de dentro para fora. Segundo psicólogos especializados em identidade, em alguns casos, pessoas inseguras priorizam comprar roupas caras, em vez de outras necessidades essenciais, acreditando que tais vestimentas os “elevarão.” Estes casos podem representar disfunções de personalidade.
Este comportamento se dá pois a moda também está ligada à aceitação social. A maneira como nos vestimos pode influenciar as primeiras impressões que causamos. Roupas bem escolhidas, que se ajustam perfeitamente ao corpo, podem transmitir confiança e profissionalismo. Essa percepção positiva por parte dos que nos observam pode aumentar a autoestima, e fazer com que o indivíduo se sinta valorizado e respeitado. O lado negativo é que há pessoas, que se sentem pressionadas a se conformar às tendências e estilos do momento para aumentar a sensação de "pertencimento" a um grupo. Isso pode, por sua vez, trazer insegurança aos que não se encaixam nos padrões.
Gostando ou não de moda, é inegável que vestir-se bem é importante para nosso sucesso pessoal e profissional —principalmente em ambientes novos, lidando com estranhos. Sua elegância, assim como sua postura e linguagem corporal refletirão até mesmo o seu grau de refinamento e educação. Mas por mais atraentes que estas “armaduras brilhantes” possam parecer. Por mais que nos façam sentir atraentes e protegidos, a verdadeira autoconfiança vem de dentro. Celebrar a individualidade e cultivar uma imagem positiva de si mesmo são passos essenciais para construir uma autoestima saudável.
A moda influencia a maneira como vemos nossos corpos. Um dos lados positivos das campanhas atuais é que elas promovem a diversidade e a inclusão, desafiando os padrões de beleza tradicionais. Esse movimento de autoaceitação e "body positivity" melhora a autoestima, permitindo que mais pessoas se sintam bonitas e confiantes, independentemente de seu tipo físico.